Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2016

Impressões do Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro

 O festival de Brasília, como é sabido por todos, tem uma pegada política forte  e por isso é considerado como o mais importante do Brasil. Este ano em especial, pela crise política que o País passa, a tensão política estava  mais no ar que doutros anos anteriores. Como também é sabido , a participação do público nas sessões ès devera intensa , de modo que por vezes até atrapalhava um pouco na vista das obras fílmicas devido ao clima hostil político que passamos e os nervos exacerbados. A participação é sempre bem vinda, ou gritar se gostou ou não, porém os limites por vezes e pelo momento político, alguns muitos exageravam nas doses de sei lá o quê e tornavam-se personas chatas, pelo entusiasmo. Ou seja:gritavam sem nenhum entendimento técnico achando que estavam num parque de diversões. Penetras intelectuais a parte, estes que me refiro ao povo e não aos especialistas. Fato é que gostei da energia pulsante das sessões e seus gargarejos, que são momentos antes de uma sessão começar ou

Entre os Homens do Bem

Entre os Homens do Bem, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, Brasil/SP, 2016. O documentário cola "no pé" do deputado  Jean Wills, o oitavo deputado federal mais bem votado do Brasil, todavia o seu grande problema é que o mais votado nas últimas eleições fora Jair Bolsonaro: um ferenho ex-militar das forças aramadas e defensor de regra da moral e dos bons costumes da família brasileira; esta alicerçada pelos valores cristãos católicos , onde o sexo é visto como meio de procriação e jamais como somente de prazer, e se tratado de pessoas do mesmo sexo então, o disparate fica abissal, para Bolsonaro, lógico. Jean, um ex-BBB, professor oriundo de uma periferia de Alagoinhas, interior da Bahia, tem um intelecto fora do comum, e com seu aparecimento no reality global, mostra ao Brasil quem é, e por tal motivo se reelege como um dos deputados federais mais bem votados do Brasil (o oitavo, como mencionamos) , tendo o posto de melhor em sua função no último mandato ( eleito como

Martírio

Martírio, de Vicent Carrelli, Brasil/PE, 2016 ( 1989-1998). Nunca fui ao Texas, mas Brasília deve parecer-se bastante com ele. Aqui tudo é muito desértico, são vastas as imagens planas que terei em mente do caminho na Van do hotel ao cine Brasília, mas porque puxei isso hoje? Porque saio da sessão pernambucana de Martírio, e Brasília e esse adjetivo podem se combinar, mas vamos  aos fatos porque com estes não há argumentos. O documentário é um aulão de História brasileira,  pegando como link principal a  relação promíscua, penetrável e inconsistente que o povo brasileiro, que com eles representados por seus políticos, entre os brancos e os índios brasileiros. O diretor pega a história lá do Brasil - Colônia e nos puxa e entrega o material dessa relação filha de uma grandíssima puta, até os dias de hoje. E o que chegamos a conclusão após 180 minutos que se diluem rapidamente pela generosidade da obra fílmica, é que pouco ou nada fizemos em relação ao tema. Teve uma frase do diretor , q

Ótimo Amarelo

Ótimo Amarelo , de Marcus Curvello, Brasil/BA, 2016. O filme foi feito por um coletivo de cinema da UFBA, o CUAL. A linguagem cinematográfica tem a capacidade de transpor barreiras, assim como qualquer arte, inclusive. Entretanto o filme em questão é mais apreciado por quem é da terrinha. Não que o público de Brasília tenha sido frio com ele, ou somente talvez eu fosse ou estivesse muito quente com a sua narrativa do que outrem, já que mostra a vinda de Bebeto para o Vitória em 1997 e a volta de algum lugar do protagonista e diretor do curta metragem . A obra fílmica também aborda a questão da política associada a obras, estas no caso do bairro boêmio do Rio Vermelho. A narrativa é simples , porém com um "quê" de complexidade, onde mostra a subjetividade do protagonista em esperar que alguém pegue ele no aeroporto e leve-o pra casa, fato este que não ocorre e o Curvello vai a cachaça com acarajé, talvez que pelo fato ninguém mais o esperava. Sim, li a sinopse do curta no cata

Rifle

Rifle , de Davi Pretto, Brasil/RS, 2016. A principal pergunta, em minha modesta opinião, esta que também já vem com uma resposta do filme é clara e firme: Será que se você não se encaixar no sistema, te deixaria em tão maus lençóis assim ao ponto de sua sanidade ser colocada em cheque, neste caso, o cheque mate? A reposta é curta: Sim, é possível e bem provável  ficar louco e até virar um sociopata, isso no mínimo, caso não queira jogar o sistema que tem-se obrigatoriamente de jogar, e isso faça pelo bem da sua sanidade. Entretanto vamos a uma resenha super quentinha. Rifle é um daqueles filmes que torcemos pro bandido. Mas em um sistema tão escroto que temos , seria possível apontar e dizer com toda certeza: aquela ali é mocinha e aquele ali é bandido? É muito provável que erremos de primeira no julgamento das aparências físicas ou de roupas de grife. O filme gaúcho ( e isso do interiorizão gauchão mesmo) é latente e gritante como um porco em hora de abate, mas também necessário dever

Precisamos Falar do Assédio

Precisamos Falar do Assédio , da Paula Sacchetta, Brasil/SP, 2016. A ideia é entrar numa caixa preta, como a de uma fotografia feita manualmente, e através daquele único feixe de luz, tentar sair da escuridão e se comunicar com o mundo. No caso da "caixa preta" o documentário improvisa uma Van totalmente escura onde quem entra só vê, quando a porta fecha, aquele feixe de luz, mas só que agora na Van. É curioso olhar pessoas no escuro, de certa maneira elas ficam cegas também pensando que está falando com ninguém, só com a luzinha que não quer dizer nada imediatamente. Particularmente este foi o filme que mais me mexeu hoje no segundo dia de Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Os relatos de assédio sexual por parte das mulheres é tão deveras interessante que não é necessário ser fêmea pra sentir ou imaginar sentir o que aquelas mulheres corajosa,s por botar a cara na luzinha, sentiram e sentem até hoje. E posso cravar sem medo: o pior inimigo das molestadas não são os h

Cinema Novo - Filme de Abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Cinema Novo - Filme de Abertura do Festival  de Brasília do Cinema Brasileiro , dirigido e roteirizado por Erik Rocha, Brasil/RJ,2016. Dei um "tapa na pantera" e fui ver o documentário do filho, que tem minha idade-38, do mito Glauber Rocha. Logo na Van que sai do hotel para o Cine Brasília deparo-me com o cara no fundo da Van. Não puxo assunto por hum: não conhecê-lo pessoalmente, e dois: sou tímido; mas já percebo no trajeto da Van a puta "responsa" de ser filho de quem ele é: o maior cineasta brasileiro de todos os tempos por criar o cinema novo, este fora apenas uma ideia ou na melhor colocação das palavras:um ideal. O cinema novo era tão transcendental que ele pegava "um puxadinho" de ideologia dos cinemas: russo, italiano , francês e também do norte-americano, por incrível que possas imaginar e parecer, mescla tudo isso e temos a concepção da ideia do que se tratava o Cinema Novo ou seu movimento da anarquia total. Já na apresentação do filme o diret

Mate-me Por Favor

Mate-me Por Favor , da Anita Rocha da Silveira, Brasil-RJ/Argentina, 2016. Em minha profissão tenho que ser um juiz sempre que escrevo. O crítico de cinema tem de chamar a "responsa" e taxar uma obra como boa, ruim, até mesma mediana. Julgar alguém nunca é confortante, em tratado-se de um trabalho artístico onde dura meses ou anos para ser finalizado, aí vem um jornalista e escreve: é ruim e ponto; é no no mínimo angustiante pra quem o fez e também pra quem dá o veredito. Mas alguém tem de servir de tripé e encurtar a distância entre o que o diretor fez e o que o publico entenderá. Esse é o nosso papel como críticos: tornar o mais entendível possível a obra que está em cartaz. Toda esta introdução foi feita pra taxar sem medo de ser feliz e afirmar que o filme Mate-me Por Favor, o primeiro longa da diretora , inclusive, é deveras confuso e seu arco narrativo nem um adulto cinéfilo, como este que vos escreve, teve a capacidade de entender. Quando refiro-me que nem um adulto en

Vaginas Histericas

Fato é que estou totalmente disposto a escrever após mais uma sessão de poemas de Maria Bethânia. E Ela começa simplesmente com a frase:"sou o que sou e você é o que você é e juntos jogamos um jogo perigoso por eu ser eu e você não ter nome algum!". Bethânia, apesar ou  por ser homossexual me ensinou como e quando é o valor de uma buceta. Me desculpe os nomes bucetários, mas pra mim buceta sempre fora um local pra colocar o pinto e ser feliz, assim me sentia e sinto quando saio da experiência humana, demasiada,ora pois! Agora os após que "a buceta" quer e também provoca por necessidades diversas é o que me assusta,talvez a histeria feminina se aplique nisso.Quero ser pai pelo simples exemplo e experiência de ser, nada de que uma buceta me apaixonara e por isso fui entao pai. Não, fui pai porque quis ter essa experiência de vida. A buceta em si é uma experiência rejuvenescedora , mas se tiver apaixonado isso melhora exponencialmente. Ainda não tive a sorte de gozar e

Maria Bethânia

Ouvir Maria Bethânia é transcender ao máximo a forma poética em música. Nela adentramos no mundo de Fernando Pessoa, Olavo Bilac entre tantos outros, inclusive Camões:o pai poeta do além mar que veio pra nos descobrirmos. Transcedo sim, a cada dia que ouço em sua voz quando acordo uma poema citado e estilhaçado com sua intensidade de vida. Betânia deveria ser um patrimônio histórico nacional devido a sua personalidade de criar e dar espaço a quem quer criar, e ocasionalmente mudar TUDO que esteja em vigor. Sim , a poesia tem esse poder de mudança, e esta como é necessária mais do que nunca nesse continente dito por nome de " Terra Brasilis". O que é da terra há de que vir pela terra, as substâncias aquáticas hão de dar uma forma de vir pela água também, e por fim os que são e sempre serão do ar, os poetas, estes darão um jeito de expressar-se, pois este é o seu suspiro que tem da vida. Quando adolescente fiz meu segundo grau numa escoleta chamada por Drummond. Passei batido p

Esquadrão Suicida

Esquadrão Suicida , de David Ayer , EUA, 2016. Tive uma ligeira crise de insanidade e fui ver uma cópia dublada a meia noite. O que temos de bom é a trilha sonora ( estupenda!), mas no que se refere a roteiro e personagens o filme deixa bastante a desejar. Como enredo temos um grupo de sociopatas encarcerados por crimes diversos e diferentes. O planeta sofre terrível perigo por estar em mãos e espíritos inoportunos de uma bruxa má. A mandatária da CIA , para salvar a nossa espécie, solicita uma proposta a eles a fim de exterminar a bruxa má sob o pretexto de minimizar a pena de prisão de todos os sociopatas; e o roteiro e a história ficam somente nessa. Ou melhor: fica nessa mesquinharia do uso de pouca massa cinzenta; deixando ou provocando o espectador a ser chamado de débil mental.

Espaço Além - Marina Abramovich no Brasil

Espaço Além - Marina Abramovich no Brasil , dirigido pelo brasileiro Marco Del Fiol , sem divulgações de ano e país produtor. O filme é uma experiência sensorial única, antes mesmo de se prestar a ser um documentário que conta a trajetória da Marina, que veio ao Brasil por estar na merda , segundo próprias palavras suas, por ter recebido um par de chifres. A cineasta e também artista visual performática é vista com desconfiança por exagerar na dose em suas experiências artísticas. A última que aprontou foi numa Bienal de reconhecimento mundial onde a artista se colocou fazendo parte da sua obra criada por setecentas horas sentada em um banco em volta de um plástico que cobria o móvel. Na sétima arte a Marina ainda é flor a desabrochar e, talvez por isso, as portas estão abertas. Como mencionado a experiência da obra fílmica ocorre a partir de uma necessidade de cura da autora. Vem ao Brasil e para Em Goiás, em Goainésia:terra de um méduim que é mundialmente conhecido por fazer cirurgia

Café Society

Café Society , dirigido e escrito por Woody Allen, EUA, 2016. Todo ano temos uma certeza:terá um filme de Woody Allen, e que bom que isso acontece. Aos oitenta anos de idade e com um vigor físico de envergonhar qualquer personal trainee, pois jovialidade está na mente, e como nós, do ditado, sabemos: cabeça é que segura corpo e não o contrário disso. Li tantas críticas acerca do filme , mas citarei apenas uma que considero emblemática por quem assinou: Ignácio Araújo da Folha; um senhorzinho que sabe das coisas. Segundo ele este foi o melhor filme do cineasta nos últimos dez anos ou dez filmes, porque a obra fílmica prima por uma baita cenografia da época de tempos vindouros do cinema dos EUA dos anos 1930, e ainda Allen consegue assinar um exímio roteiro exclusivamente já reservado a determinado ator ou atriz, afinal é só estalar um dedo para que eles aceitem algum convite do gênio estadunidense. O filme em questão, com uma baita trilha sonora (também, não poderia deixar de escrever e

Aquárius

Aquários , dirigido e roteirizado por Kleber de Mendonça Filho ( e acreditem:isso faz toda a diferença em se tratando de diretores nacionais), Brasil/Recife(Boa Viagem), 2016. Tem duas coisas que seria bom escrever de inicio;primeiro: não acho "seu Kléber", que o seu filme seja uma metáfora do Brasil contemporâneo. ( e ponto, leia-se assim); segundo:Também vejo seu filme como o melhor produzido esse ano no Brasil e pode ser que o governo Temer tenha sugerido que Boi Neon, do Mascaro, conterrâneo seu inclusive, fosse no seu lugar. Ok que o senhor tenha ressalvas sérias com o atual gestor de cultura peemedebista e seus subordinados, tanto é que dirigiu-se a "folha de São Paulo?" para reclamar das calúnias que tal funcionário da cultura com ponto batido todo dia fez-se a sua pessoa atacando-o ferozmente que vossa senhoria tenha dado um "free geral" para toda a equipe em Cannes com dinheiro público chutar a barraca por lá; isso foi uma mentira dele, como você

Narcos - Segunda Temporada

Narcos - Segunda Temporada , de vários diretores, EUA, 2016. Acho imprescindível iniciar a resenha do final para o inicio. Ou seja, do capitulo décimo ao primeiro para mensurarmos como foi infeliz alguns aspectos dessa temporada. Iniciarei com uma frase de Pablo Escobar em Médelin já arruinado e comendo porcarias chinesas para se esconder dos inimigos e da policiazinha, ele disse em pleno dia que completa 44 anos: " Júlio César invadiu e tomou a Inglaterra quando tinha 44 anos, pra vocês verem que idade é relativa". Aos 44 anos de idade Pablo vivia seu último ano de vida , mas ainda sonhava em por exemplo ser Um Nelson Mandela Colombiano que sairia da prisão para se tornar presidente do seu país, África do Sul. Entretanto o mundo não compartilhava dos mesmos sonhos e queria Pablito a todo custo que fosse, morto, com um cunhado de balas em seu corpo para ter certeza que o vaso ruim tinha quebrado de fato. Não era possível uma entrega a prisão do antes então sétimo homem mais r