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Mostrando postagens de setembro, 2015

Homem irracional

O cartesianismo humano. Homem irracional , dirigido e roteirizado por Woody Allen , EUA, 2015. O nome o filme vem exatametante do oposto disso, ou seja, o que iremos resenhar não se trata de nenhum homem irracional, mas sim um extraordinário pragmático, e por isso incrivelmente racional, cartesiano, e que por tais características não vemos por acaso de bobeira na esquina. Agora multiplique estes esquenados e então terás um roteiro “Holliwadiano” ( Woody Allen mais Hollywood )que fatalmente se desencaderá em um formato fílmico. Incialmente na trama temos um professor de filosofia e uma aluna que lhe chama a atenção, e nesse mês meio "termo" temos o professor que tem uma tese a defender de um filosofo desconhecido, mas que para ele é um gênio, e ainda um caso com uma professora, trocando em miúdos tem dois casos ao mesmo tempo. Diálogos acontecem e sucedem-se bem ao estilo do diretor de explicar o explicado, porém com sua baita genialidade já conhecida por todos. Fato que acont

De cabeça erguida(La Tête haute)

O carma de um homem. De cabeça erguida(La Tête haute), dirigido e co-roteirizado por Emmanuelle Bercot, com Rod Paradot e Catherine Deneuve, França, 2015. O filme abriu o festival de Cannes desse ano. Os franceses gostam do tema: “adolescentes -aborrecentes”. Todo ano um filme com o tema tem destaque no principal festival do seu país, entretanto vamos a este que pode ser classificado como um filme feito por atuações, e não necessariamente para fatores técnicos cinematográficos. O enredo conta a estória de um garoto problema que desde os seus seis anos já frequentava as delegacias para menores infratores. Pergunto-me: Como um moleque de seis anos consegue roubar algo ou alguma coisa? Introduções de roteiro errôneas à parte esta produção gaulesa segue no ritmo do garotinho de seis anos crescendo e se aperfeiçoando a ser um infrator. Importante salientar que sua mãe, quem o criava, era relapsa e usuária de drogas, e tinha ainda outro filho menor, que pouco se importava para ele também. Se

O último cine drive – in

Enfim um nacional que nos toca O último cine drive – in , de Iberê Carvalho, Brasil, 2015. Volta e meia somos agraciados por produções nacionais que mexem com nossos corações. Temos como enredo o último cine drive-in em funcionamento no Brasil, mas precisamente em Brasília. Nos tempos atuais a média era de cinco a seis carros por filme, e isto não necessariamente seja para ver o filme, pois com a entrada custando cinco reais cada pessoa o cine de carro se torna mais barato que pagar um motel. Entre 2004 a 2006 existiu um empreendimento deste na Bahia, mas precisamente próximo ao aeroporto; Entretanto este durou pouco tempo devida a esta circunstancia de se prestar de motel a céu aberto, e não necessariamente cinema a céu aberto, aonde em tempos idos as famílias pegavam suas cangalhas e iam inteiras apreciar a friozinho da noite enroladas em cobertores para uma diversão em família. Como os tempos são de multiplexs os gostos também mudam. Pois bem: Este é o objetivo deste filme: Mostrar

Que horas ela volta ?

Ela não volta. Que horas ela volta? , de Anna Muylaerte, Brasil, 2015. Quando leio que um sacripanta, mistura de sacana com Anta, diz que o novo filme da Anna está a um passo de ter sido feito por Almodóvar, e a dois passos por parecer ter sido obra da lenda Ingrid Bergman, aí a paciência desse crítico se esgota. Não gostaria de entrar no mérito da escolha do filme para nos representar no Oscar 2016. No cinema nacional tenho clareza de algumas coisas, e uma delas é achar que todos os anos deveriam indicar algum filme pernambucano para concorrer aos principais festivais de cinema, inclusive o Oscar. Todavia este é um gosto particular deste crítico por achar interessante a proposta de cineastas como Lírio Ferreira, Marcelo Lordello, Cláudio Assis entre outros nomes em fazer um cinema apelidado por eles como “cinema de macho”, porém nunca de machistas. Por isso não entrarei no mérito da escolha do filme feita pelo ministério da cultura. O que farei é avaliar filmicamente a obra da compet

O amor é estranho

Uma análise de 2015. O Amor é estranho , dirigido e roteirizado pelo virtuoso Ira Sachs , EUA, França, 2014; De imediato sou quase que obrigado e repensar em alguns conceitos para nem eu e nem vocês ficarem a mercê da chamada ou apelidada ” massa coletiva sem neurônios”. Partindo deste pressuposto sinto-me confortável em escrever que chega até ser surreal se quiséssemos fazer uma comparação de filmes que passam em festivais de cinema em contrapartida a doutros em circuitos comerciais vigentes. As obras fílmicas que passam somente em festivais de cinema; Parece-me que estas juntos com seus criadores poucos se lixam se sua obra será aceita ou não em passar nos cinemas para a grande massa assistir, e vou um pouco mais além nesta questão de distribuição: Tenho para mim que os filmes vistos em festivais de cinema nem se quer se dão o trabalho de esperar que estes venham para o circuito comercial, pois como estes ganham os principais editais cinéfilos dos seus países e regiões, tais seletos

Leviatã

Visceralmente na medida certa. Leviatã , de Vérena Paravel e Lucien Castaing-Taylor, França, Inglaterra, EUA, 2012; É acima de qualquer outro argumento um documentário a frente do seu tempo. Com uma pungência sensorial a obra aborda de forma visceral a relação homem x natureza, ou homem X; O “xis” leia-se como versus mortal inevitavelmente, a qualquer outro ser ou coisa que não seja o próprio homem, trocando em miúdos animais, terra, água, recursos naturais e meteorológicos ou outros quaisquer que, de uma forma ou de outra, atrapalhe o “progresso” humano. O documentário se torna mais que interessante porque além de abordar o que o homem faz com o meio em que vive, a obra tem a desfaçatez ou a esperteza que não ter consolidado nenhum protagonista, ou sequer mesmo uma história com início, meio e fim. De certa maneira o não ter um formato tradicional fílmico faz de Leviatã instigante e castigante ao mesmo tempo. No documentário temos um navio cargueiro que é acompanhado de doze câmera