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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Oh! Rebuceteio

Oh! Rebuceteio é um lendário longa nacional de 1984, dirigido e atuado pelo Cláudio Cunha. Antes de começar a escrever sobre o filme temos que colocar os "pontos nos is" e explicar o que o título do filme siginifa de fato.Tudo bem que o título Rebuceteio possa instigar algum pensamento sexual, mas na verdade a palavra Rebuceteio significa uma confusão dentro da pequena área, no futebol, com vários jogadores tentando chutar a bola ao mesmo tempo, Termo criado pelo então cronista esportivo Luiz Lobo e tornado popular pelo cronista social Ibrahim Sued, que depois passou a grafar apenas rebu. Mas voltando a idéia do filme, que era preparar atores para uma peça de teatro, porém durante os ensaios o sexo grupal acaba sendo o exercício mais praticado. O fundador do teatro do oprimido, o genial e visionário Augusto Boal, sempre quando lhe é perguntado indica a fita para o processo de criação de obras teatrais. O humano crú, ou seja, a forma sem forma é o que norteia o processo. Os

Uma Família em Apuros

Por ser uma das atuais maiores bilheterias nos EUA fui conferir Uma Família em Apuros , Andy Fickman, EUA, 2013; e ver o atual gosto cinéfilo dos habitantes daquele país e olha que mais uma vez me frustrei. Com um roteiro pifiamente para uma família retardada , só pode ser isso, a fita tenta nos contar uma aproximação de um casal de avós para com sua filha distante e os três filhos que tem com um maridinho bastante superficial, assim como ela. Os tais avós são menos caretas, mas ainda assim cabem tranquilamente no termo retardado mesmo com toda liberdade que julgam ter por trabalharem com esportes ou seja qual razão tenha sido que o roteirista visse para criar os personagens. Fato é que se essa merda faz sucesso lá, então temos, ao menos a esse em que vos escreve, uma distância cultural gigantesca. O fato deles serem tão imediatistas pode explicar o sucesso da fita, mas ainda assim é pouco para me convencer de gostar de uma porcaria dessas. Talvez por não ter tidos filhos, ainda tenho

Cazuza: o tempo não para

Com poesia do inicio ao fim , Cazuza: o tempo não para, co - dirigido por  Sandra Werneck  e Walter Carvalho , Brasil- 2004; que de tantos jargões e frases a serem seguidas, frases sábias por sinal, a fita é protagonizada pelo Daniel de Oliveira incorporando o nosso verdadeiiro herói nacional: Cazuza, o poeta number one of Brazil contemporâneo. Caetano disse ( ou Caretano ) e assino embaixo. A fita diz pra que veio e faz um remix da vida do cantor poeta que brincava de ser fel iz vivendo. Em determinada cena Cazuza já aidético que fazia uma farrinha com seus amigos e numa boa curtindo o final dos seus dias com alegria é interpelado, interpepcitado pelo seu pai que lhe diz: " Chega de festa, esses seus amigos são uns vermes, não prestam". Cazuza responde: " eles não prestam, eu também não e você ainda mais" . Os dois se abraçam e fazem dessa cena uma coisa reflexiva, iluminativa e antes de tudo poética.

O homem do futuro

O homem do futuro , escrito e dirigido por Cláudio Torres, Brasil, 2011; Impressionou-me positivamente. Um filme leve que brinca com física quântica assim como se brinca de amarelinha faz o protagonista de sua estória viajar vintes anos para trás e para frente a fim de modificar o seu presente que era uma merda. Para um final de domingo o filme encaixa-se como uma luva, pois ainda estamos mareados pela praia e pelo sol castigante   e começamos a sentir que o sono vem chegando ao começar da noite. A constatação final é de que algumas coisas são como merda, ou seja, quanto mais se mexe mais fede, assim como foi nesse filme, quando um professor de física solitário tenta voltar vinte anos atrás para recuperar seu amor através de uma cápsula do tempo que ele inventara. De fato ele consegue mexer no seu passado se tornando o nada mais, e nada menos intitulado o homem mais rico do Brasil, quiçá do mundo, porém se torna o homem mais ordinário e mau caráter do Brasil, quiçá do mundo. Então ele

Jack Reacher – O Último Tiro

Espremerei ao máximo para resenhar uma fita onde o ainda não assumido e que insiste em ficar no armário ator Tom Cruise é o protagonista. Trata-se do filme policial Jack Reacher – O Último Tiro , Christopher McQuarrie, EUA, 2013. Sabe aqueles filmes que tem a pretensão de ser maior do que o seu roteiro? Este encaixa perfeitamente neste perfil. A trama expõe aos espectadores a chance de pensar, de colocar o tico e teco dos neurônios pra funcionarem, porém no meio da fita percebe-se que antes de qualquer desvendamento de assassinatos em pessoas supostamente comuns em um lugar público qualquer, a trama não tem contundência, falta-lhe cabimentos e respostas aos fatos ocorridos ou aos assassinatos cometidos. Ademais, o que vemos na fita é uma prisão por parte da estória no tocante em construir seus fatos e ações para única e exclusivamente o seu protagonista: Jack Reacher, vulgo Tom Cruise. Não pego no pé de ninguém, até mesmo porque não ganho nada para isso, mas como resenhista da sétima a

The Last Stand

The Last Stand ou O último desafio, de Kim Jee-woon, com Arnold Schwarzenegger, EUA, 2013 Com frases típicas norte-americanas, como: “você pode ter certeza disso” ou “ você estragou minha folga” o ex-governador da Califórnia volta as telonas em grande estilo.Ele faz o papel de um xerife interiorano sessentão. Quando em determinada cena o perguntam como ele está depois de uma suposta briga, ele secamente responde: “ Old , velho para quem não sabe inglês”. O elenco é uma mistura de países de todos os continentes, sendo que o da América do Sul é o nosso Rodrigo Santoro, que a cada dia se sente mais a vontade em Holiwood. Nessa fita ele faz um ex-guerilheiro do Iraque e Afeganistão cheio de traumas   e rancores, mas acaba sucumbindo a ação da trama, ou seja, vai a porrada ou aos tiros para defender o seu distrito a entrada do sucessor de Pablo Scobar no ramo da cocaína. Por ser uma cidade de fronteira entre o México e os EUA, Arnold, Santoro e Cia Ltda sem a suposta ajuda do FBI e da poli

Lincoln

Lincoln , Steven Spielberg, EUA, 2013. O filme é profundo no sentido de expor as relações políticas no final do século XIX nos EUA. Não acho que o Daniel Day-Lewis mereça o Oscar de melhor ator como Lincoln, talvez o protagonista Jean-Louis Trintignant do filme Amor merecesse a estatueta . O que vale na fita é a aula de história norte-americana que temos em mais de duas horas meia de projeção e não a atuação dos atores individualmente falando. Outra coisa que frustra a maioria dos desavisados é que por se tratar de Spielberg, cria-se uma expectativa de um filme que tenha ação e aventura, e em Lincoln a coisa é bem mais reflexiva do que outros filmes do diretor. Talvez um filme que perceba e pegue a carona do primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América, pois conta a trajetória da décima terceira emenda, a fim de abolir a escravatura com os estados do sul contra. O filme acaba por fazer comparações com o nosso mensalão do governo Lula, visto que Lincoln em determinado moment

Django Livre

Django Livre, Quentin Tarantino , EUA, 2013; É um puta faroeste bem ao estilo do diretor, ou seja, com muito sangue, mortes com direito a vários crânios partidos, e com a ironia acida e inteligente que é a marca registrada “Tarantinesca”. Por vezes e somente por pouquíssimos momentos temos a ideia de que estamos vendo um outro Kill Bill, talvez pela trilha sonora ou pelos diálogos, principalmente   estes quando surge o personagem do Leonardo Dicaprio, um fazendeiro que tem como hobby assistir lutas entre negros escravos brutamontes. Os diálogos são densos e enigmáticos com a sensação que se pode acontecer uma briga ou um tiro com um miolo estourado a qualquer risada, frase ou suspiros dos personagens na trama “Taurantinesca”. Apesar de batido, o estilo desse diretor, ainda se torna apreciável pela falta de outros estilos, sendo que vemos filmes com quase o mesmo estilo holliwodiano, e por isso Tarantino ainda se sobressai apesar de estórias serem repetidas e repetidas com uma mudanç

Amor

Amor , Michael Haneke, França, Alemanha e Áustria, 2013 . Este será o filme estrangeiro escolhido pelo Oscar esse ano e só não será eleito como o melhor filme entre todos por questões norte-americanas, ou seja, políticas, visto que temos em concorrência Lincom, Django livre, A hora mais escura e outros produzidos naquele solo. O filme do austríaco Haneke surpreende e angustia do inicio ao fim por tratar de um tema tamanho delicado que é uma doença degenerativa. Ademais ao roteiro soma-se a estória do ator principal ( Jean-Louis Trintignant) : um ser humano que tentou o suicídio várias vezes e se está aqui ainda nesse plano e feito esse exímio trabalho que temos a obrigação e acima de tudo o prazer em presenciar, se deve ao fato do convite do diretor austríaco, visto que ele estava tentando se suicidar novamente antes do convite para o filme. Com praticamente a feitura do filme ocorrida em um apartamento e com longos enquadramentos dos personagens do drama, Haneke consegue nos incom

No

No , Pablo Larrain, Chile, 2012 . Como uma campanha publicitária pode mudar o rumo de uma nação e tirá-la de uma ditadura? Muitos acreditam que publicidade está ligada ao capitalismo e a fazer a cabeça dos outros a comprar determinado produto ou serviço. Raras são as pessoas que enxergam a propaganda desvinculada a ideia do capital sem limites e insano. Essa fita mostra um pouco isso, ou seja a propaganda cuja função é melhorar as vidas das pessoas, e por isso mostra os bastidores de uma campanha política sem políticos, pelo fato de ser um plebiscito contra ou a favor da continuação de um governo militar ocorrido no Chile em 1988 do General Augusto Pinnochet. Não é porque o filme concorre esse ano ao Oscar de melhor filme estrangeiro que ele seja bom, ele é bom por si próprio independente da indicação, pois é um filme ágil e que te prende a bunda na poltrona, e muitas vezes sem conseguir respirar pelo clima eleitoral. A tensão da turma da campanha do NO é acompanhada e vivida de ta

Um evento feliz

Um evento feliz , Rémi Bezançon, França, 2013; Narra com veemência e convicção os prazeres e desesperos de um começo de vida para um casal com um filho inesperado. Acho que o título não traduz verdadeiramente o filme tamanho os imbróglios que estariam por vir ao casal recém-formado. Tenho feito uma experiência nova nas criticas de cinema que escrevo neste ano; tento não “resumir” os filmes, mas sim transpor o que eles passaram de poético, de bonito, de louvável, ou seja, escrevo o que sinto deles: a sua mensagem ou a mensagem que entendi. Acho que assim me livro do clichê de que toda crítica de cinema é chata e porque não dizer uma sinopse longa do filme em questão. Pois bem, pensando dessa forma percebo que Um evento feliz é mais que uma comédia romântica boba ou um mal manual de instruções para pais de primeira viagem, trata-se de uma fita que te pergunta: “Você realmente tem certeza que está pronto ( a ) para colocar uma pessoa no mundo?” . Esta indagação pouco tem a ver com cond

De pernas pro ar 2

De pernas pro ar 2, Roberto Santucci, Brasil, 2012 . Não é só na literatura que o pornô soft anda acachapando multidões. De uns dez anos pra cá as nossas maiores bilheterias nacionais segue o gênero literário do Cinquenta tons de cinza, porém com outro nome, mas estilo semelhante. Trata-se da nova chanchada nacional, substituindo a pornochanchada da década de 1970 ( haja vista que somente anos passado tivemos pérolas como Os penetras, E aí Comeu, o próprio de Pernas pro ar I, etc ). Nessa época eram produzidas fitas do gênero porquausa da ditadura militar que castrava qualquer outro tipo de liberdade de expressão, e principalmente se fosse contra o seu regime. O que me constrange como brasileiro e impressiona que se passa a ditadura, os anos, e parece que estamos ainda a gostar ou assistir as mesmas coisas a quais não tínhamos outra escolha, pois agora temos e insistimos em ver os mesmo filmes “chanchados”, só que agora um pornô soft parecido com o livro Cinquenta tons de cinza   for

A viagem

A viagem, Tom Tykwer / Andy Wachowski / Lana Wachowski, Alemanha / EUA / Hong Kong / Cingapura, 2012 . Com um roteiro estando em várias épocas ao mesmo tempo, mas que ainda assim não tira a qualidade do filme que burramente ou caretamente não foi indicado como melhor filme ao Oscar. A mensagem da fita é clara, talvez utópica, todavia o que seríamos de nós: seres egoístas por natureza sem se acreditar em utopias? Certamente estaríamos perdidos. Por esse aspecto a estória do não fácil filme A Viagem mostra que para mudarmos o sentido natural das coisas com a sua rotina precisamos correr riscos, e na maioria das vezes quebrar as coisas já estabelecidas, ou seja, a ordem natural das coisas para que então assim consigamos um outro rumo natural de acontecimentos. Em suma o filme contesta a morosidade das pessoas em deixarem as coisas acontecerem em seu devido tempo. O filme te desperta dessa situação cômoda que de nós não podemos fazer nada, apesar de sermos uma gota em meio a um oceano,

O som ao redor

O som ao redor , Brasil, 2012. Sem titubear estamos falando do filme mais completo após a era “Cidade de Deus” do Fernando Meirelles no inicio de 2000. Por isso já podemos classificar a obra do Kléber Mendonça Filho como um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. Não é a toa que a produção abocanhou os principais prêmios dos festivais de cinema do Brasil e ainda se destacou no principal festival de cinema da América Latina, que é o de Havana em Cuba, ganhando também assim como em outros festivais como o de melhor filme. Com um final que não nos deixa dúvida da qualidade do filme, O Som ao redor mistura um excelente roteiro a acidez nas entrelinhas dos seus personagens alinhada à escolha do diretor em não ter protagonistas, a fita Recifense destoa do senso e arrasa genialmente mostrando exatamente o comum, ou seja, o cotidiano de um determinado bairro de classe alta da capital pernambucana, bairro este que por coincidência ou não é onde reside o diretor do filme, porém

The Impossible

O impossível, Juan Antonio Bayona, 2012, EUA. Como esquecer o tsunami na Tailândia em 2004. Pois esse filme narra a estória uma das milhares de família que estavam no local no dia da tragédia onde a natureza nos dá lição do que é ser devastador de fato. Para “seres aquáticos”, assim como é esse em vos escreve a fita arrepia do primeiro ao último pêlo do corpo, pois a dramaticidade da tragédia vivida pela família desencontrada alinhada com a sempre emocionante generosidade humana nas piores situações amplia ainda mais a força da natureza e mais especificamente do oceano, este que banha ou ocupa cerca de ¾ do nosso planeta e ainda assim nós, humanos ainda não aprendemos a respeitá-lo. Basta ir à praia mais próxima de sua casa e testemunhar quanto lixo tem nas areias e nos mares. Depois dão a nós: humanos, o título de seres evoluídos: vai entender. Todavia voltando a estória do filme confesso que chorei muito do inicio ao fim talvez pelo motivo de ter passado os melhores momentos da m

A filha do pai

A filha do pai , Daniel Auteuil, França, 2012. O que é mais importante: a honra ou o amor? Em determinado momento o ator coadjuvante do drama coloca esta pergunta na fita. Tratava-se de um homem simples: auxiliar de poceiro na França nos tempos da segunda guerra mundial. O seu patrão é o protagonista do filme fazendo o papel de “poceiro-mor” e pai de muitas filhas: talvez seis ou sete. A outra protagonista do filme é sua filha mais velha, da qual ele chamava de princesa, pois a tinha dado a outra pessoa após a morte da sua esposa e depois de um tempo em Paris ela volta ao interior em que a família vivia. Uma estória de idas e vindas, amores e desamores, mas realmente o que me chamou atenção fora o fato de colocar em cheque de grau de importância entre o amor e a honra. Para o poceiro ou se tem amor ou honra, já para seu empregado que era uma pessoa de coração muito bom e gostava de ajudar a todos, como naqueles tempos ele achava que honra era para pessoas sérias, ele decide ficar n

As Aventuras de PI

As Aventuras de PI, Ang Lee , EUA, 2012. Ouvi bastante estardalhaço em relação ao 3d desse filme: que seria um puta diferencial e tinha até quem afirmasse que depois dessa fita nada mais seria como antes em relação ao mercado em terceira dimensão no cinema. Ledo e “Ivo” engano, pessoalmente não vi nada que não tivesse visto em Hugo Cabret em 3d por exemplo, pura propaganda enganosa nesse quesito, porém sobre o filme já é outra estória, pois trata-se de um filme bem feito e não duvidaria se ganhasse algumas estatuetas ao Oscar. A idéia principal do filme é sobre crer ou não crer em Deus. De que forma essa crença te ajudaria em sua vida ou não. Com esse juízo de valor a fita se desenrola com imagens pra lá de incríveis e um roteiro que apesar de muito culhudeiro, porém salvo justamente por suas imagens surreais. Não se trata de um filme para   pessoas de 15 ou 50 anos, se trata para ambas as idades desde que se esteja disposto a crer na estória, ou seja, crer que existe uma força superi

Dorfpunks

Dorfpunks, Lars Jessen, Alemanha/2009.   Está aí uma fita bem feita e pura. Cristalina como o desabrochar de um adolescente   que começa a se descobrir como punk na Alemanha de 1980. Com pais já liberais o protagonista do filme mostra o que de fato é ser transgressor, ou seja , ser punk. Com isso ele forma uma banda. Mas ele não somente faz uma banda de punk. O interessante está na feitura dessa banda, no seu surgimento de uma forma totalmente desleixada, bem ao modo punk. A narrativa da fita cativa, pois pega os mais elementares sentimentos humanos como a simplicidade em sua essência e a lealdade para com os seus ideais. A fita consegue nos transmitir o medo que temos de correr riscos na vida e por isso o filme torna como um tipo de despertador de emoções sucumbidas ao tempo.