De pernas pro ar 2


De pernas pro ar 2, Roberto Santucci, Brasil, 2012. Não é só na literatura que o pornô soft anda acachapando multidões. De uns dez anos pra cá as nossas maiores bilheterias nacionais segue o gênero literário do Cinquenta tons de cinza, porém com outro nome, mas estilo semelhante. Trata-se da nova chanchada nacional, substituindo a pornochanchada da década de 1970 ( haja vista que somente anos passado tivemos pérolas como Os penetras, E aí Comeu, o próprio de Pernas pro ar I, etc ). Nessa época eram produzidas fitas do gênero porquausa da ditadura militar que castrava qualquer outro tipo de liberdade de expressão, e principalmente se fosse contra o seu regime. O que me constrange como brasileiro e impressiona que se passa a ditadura, os anos, e parece que estamos ainda a gostar ou assistir as mesmas coisas a quais não tínhamos outra escolha, pois agora temos e insistimos em ver os mesmo filmes “chanchados”, só que agora um pornô soft parecido com o livro Cinquenta tons de cinza  formando assim o “pornô soft moderno cinematográfico”. Não sei se é preguiça em ler legendas ou colocar o cérebro para funcionar ao assistir a um drama, mas o fato é que com já 4 milhões de espectadores o filme da Ingrid Guimarães é o maior sucesso brasileiro em bilheteria de 2012, deixando outros bem mais interessantes como O som ao redor do pernambucano Kleber Mendonça Filho e outros bem atrás no quesito bilheteria. Ainda continuamos prisioneiros de perceber o que é bom para assistirmos e isso se passa muito além da escolha de um filme x a outro y, se passa pela formação do cidadão, ou seja, pela educação que ainda em nosso país não dá o valor necessário à arte e por isso não formamos cidadãos esclarecidos, mas sim robôs programados a sempre escolher um filme como é o De Pernas pro ar 2 para um entretenimento fácil e de pouca, para não dizer nenhuma, reflexão.

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