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Mostrando postagens de maio, 2016

Malèna

Malèna , dirigido por Guiseppe Tornatore com Monica Bellucci, Itália, 2000. Podemos cravar, sem susto, que Malèna é uma espécie de continuação de Cinema Paradiso, obra esta considerada como a mais importante, ou talvez famosa do diretor italiano em voga. Mas porque podemos afirmar que a obra fílmica em questão, é uma continuação do seu maior sucesso? Se atentem que o garoto que amava ler em Cinema Paradiso, agora cresce e é um adolescente. E como um adolescente sua paixão agora não era a leitura nem tampouco o cinema, mas sim as mulheres. Este é o eixo de conexão entre essas duas belas obras fílmicas do Tornatorre. Mas após esta “descoberta” vamos nos focar somente em Maléna, porém já com esse viés de ver o filme com uma conexão com Cinema Paradiso,e partindo assim desse princípio, temos como protagonista Renato, um garoto de uns treze pra quatorze anos que começa a descobrir a puberdade em pleno período da segunda grande guerra em uma cidadezinha da Sicília com todo o seu provinciani

Ralé

Ralé , dirigido e roteirizado pela monstra Helena Ignez, Brasil, 2016. Sim, trata-se de um cinema genuinamente marginal no melhor sentido da palavra. A obra fílmica faz questão em estar à margem, ou anarquicamente remando contra o fluxo do cinema “civilizado”. O filme aborda três temas: As minorias, o transcedentamento através do chá da Ayahuasca e consequentemente a liberdade de escolha de cada um. No filme híbrido da Helena Ignez temos Ney Matogrosso como personagem central. Este representa um sujeito que fora preso no aeroporto de Bruxelas portando heroína. Após cumprir pena e ler livros de filosofia e antropologia dentro do cárcere, o sujeito pega voo ao Brasil de volta e para direto no Acre em busca da raiz da arvore que origina o chá. Poderíamos afirmar que o filme é uma ode ao chá e suas transformações espirituais, todavia a celebração ou o tomamento do chá não acontece. A narrativa do filme faz questão de explicar a dimensão do chá, porém não mostra o momento do fato consumado

X-Men: Apocalypse

X-Men: Apocalypse ,de Bryan Singer, EUA, 2016. Diferente da maioria especializada inclusive não achei o filme longo , e olha que cometi a gafe de ver uma versão dublada, mas pra quem não curte os gibis e não viu principalmente o anterior da franquia ( que pra mim foi o melhor), terá dificuldades em compreender tudo e de fato boiará em alguma hora na trama da série número Seis da Marvel. Todavia vamos a um resumão de duas horas e meia de tela; seguinte como é sabido X-Men conta a estória dos mutantes que foram recentemente descobertos pelos humanos. Mutantes neste caso não é a Rita Lee e nem o Arnaldo Batista da extinta banda, mas seres com poderes sobrenaturais e que tem características físicas de pessoas normais e de mutantes, então não dá pra apontar o dedo na trama e falar quem é e quem não é mutante. Nos cinco primeiros filmes da trama , e em especial aos dois últimos, criou-se uma escola para esses seres viverem a sombra e distante da sociedade, fazendo assim que nós, humanos, nã

Coração Vagabundo

Coração Vagabundo , de Fernando Grostein Andrade com participações de Pedro Almodóvar, Michelangelo Antonioni, David Byrne e Gisele Bündchen, Brasil, 2008. O filme documenta o primeiro álbum do Caetano com todas as faixas cantaroladas em inglês. O músico já estava na casa dos sessenta e decidiu realizar um sonho de juventude, que era fazer um CD na língua dos Beatles, desde quando foi convidado a ser retirar do Brasil e ir passar um tempo em Londres devido a ditadura militar, junto com Gilberto Gil. Fato é que a obra fílmica se desenrola com as viagens que o musico fazia para uma turnê de lançamento do seu disco, aliás disco agora, que voltaram com a moda dos vinis, mas em 2008 era o CD. Caetano percorreu Tóquio, Londres, Nova Iorque e Paris. Todos os lugares com suas particularidades a parte e o músico adentrando a cultura de cada país dando elementos mais que necessários para que observemos um documentário de pura beleza, e como não poderia deixar de ser diferente o nosso síndico do

O Banheiro Tá na Limpeza!

O Banheiro Tá na Limpeza! , dirigido por Marcelo Lordello, Brasil, 2013. Todos nós já sofremos bullying, de maior ou menor grau quando adolescentes ou crianças, principalmente. A estória desse cara é que ele cagou a camisa devido a pressão de um prova. Cagou a camisa e ficou na banheiro falando há quem batesse que o banheiro estava na limpeza devido a sua cagada. Só saí do banheiro quando o coordenador do colégio traz uma nova camisa. O curta metragem parece ser uma espécie de exorcismo de seu diretor com os bullying que sofreu durante sua infância, e claro, amplia e pega muitas pessoas que passaram pelo mesmo imbróglio, como este que vos escreve, por exemplo. Todavia quem pensa que estes traumas enfraquecem o ser, estão redondamente enganados, só fazem crescer como gente em geral e fortalecem esses seres que sofreram tais situações para se transformar em adultos mais preparados para os desafios da vida.

Apocalipse de Verão

Apocalipse de Verão , dirigido e roteirizado pela Caroline Durão , Brasil, 2013. O curta metragem vem em boa hora; no momento das Olimpíadas do Rio 2016. O Enredo fala da poluição na baia da Guanabara de forma subliminar quando neto a avó decidem pegar uma praia e lá chegando o mar está repleto de algas. Que bom se fosse isso, ou seja, se a água do mar estivesse desapropriada para o banho. Fato este que é verdadeiro; o mar carioca é um lixão que deixa em risco todas as provas olímpicas aquáticas, ou melhor, deixa a mercê a saúde em cheque dos atletas olímpicos. Os governantes dizem nada disso é verdade , e um teve a cara de pau ano passado de mergulhar no centro do lixão para provar que os atletas poderiam competir ali sem medo de contrais doenças. O filme é de 2013, ou seja, este problema já acontece já há algum tempo, mas como o Rio é a cidade maravilhosa, tal slogan não pode ser ferido em hipótese alguma, mesmo que alguém morra na Baía da Guanabara, afinal o que iriam pensar do car

Os Três Efes

Os três Efes , dirigido pelo experiente Carlos Gerbase, Brasil, 2007. Segundo o diretor gaúcho o homem em sua essência é composto de Três "Efes" fundamentais para a sobrevivência: A fome, a Foda e o Fasma. Fasma vêm do grego e quer dizer comunicar-se. Aristóteles usava a expressão para criar a filosofia. Em nosso tempo o linguista suíço Sussurre define fasma como signo, que por sua vez é uma relação entre o Significado e o Significante, onde o significado é o nome que damos as coisas. Ou seja: A mesa é mesa porque colocamos o nome de mesa pra ela arbitrariamente, e por sua vez , Significante corresponde aos aspecto sonoro e visual de tal objeto. Linguística a parte, o filme se permeia nessas três necessidades humanas básicas: Fome ( necessidade de alimentar-se para sobreviver), Sexo ( foda ): Que significa a necessidade da procriação e prazer carnal,e por fim o Fasma, por o homem ter a necessidade de se relacionar socialmente um com o outro inevitavelmente. Posto isso como a

A Lenda de Barney Thomson

A Lenda de Barney Thomson , dirigido e protagonizado por Robert Carlyle, Reino Unido/Canadá, 2014.Todos os homens são complexos por natureza. O que acontece é que alguns sabem, e a esmagadora maioria não sabem disso. Trocando em miúdos: O homem pode até ser um "ser" para viver socialmente, disso não discordo, mas todos nós carregamos monstros dentro de si. Alguns invocam esses monstros e o encaram através de análise, Yoga, religiões, mantras, etc. A maioria das pessoas preferem deixar ele lá quietinho, pois as consequências podem ser desastrosas. Pois bem este misto de comédia com humor negro e drama fala exatamente disso. Trocando em miúdos: É mais confortável e menos perigoso deixar nossos monstros quietinhos e fingir que eles não existem, e que o homem é um "ser" normal e a vida é sempre bela como um vaso de flores frescas, cheirosas e coloridas. Todavia lá no fundinho de cada alma humana, sabemos que não é nada disso, ou seja, somos de fato complexos, cheio de e

Body

Body , dirigido e co-roteirizado pela talentosa Malgorzata Szumowska, Polônia, 2016. O filme abocanhou o Urso de Prata como melhor direção no último festival de Berlim; um dos festivais que ainda podemos descrevê-los como semi-isentos sobre os interesses das indústrias de cinema. Semi-isento , e com muita dificuldade para obter esse título, pois festivais de cinema de grande porte totalmente isentos ou independentes hoje em dia é uma utopia, ou seja, não existe. Porém ainda assim um Urso de Prata de Berlim é algo que temos que conferir para não ficarmos ultrapassados, afinal de contas se a indústria está aí engolindo tudo com a sua bolha hollywoodiana , temos que acompanhar, mesmo que seja de longe. Pois bem senhores e senhoras como é sabido a expressão Body significa corpo em inglês, e isto nos dá uma ideia de físico, de algo animado e tangível. A obra fílmica se permeia entre os universos que vemos, ou seja, o físico, e o que não vemos, ou seja, o espiritual. O filme , que está em ca

O Dono do Jogo (Pawn Sacrifice)

O Dono do Jogo (Pawn Sacrifice) , dirigido por Edward Zwick, EUA, Canadá, 2016. Li há pouco que o xadrez serve até para matérias como Geografia. Ou seja: Além do jogo ser bom para o cérebro, ele ainda tem a capacidade de espaçamento, de saber onde anda e quais passos dar. Pensei e cheguei à conclusão que a notícia lida tinha um fundo verdadeiro no tocante ao assunto do espaçamento físico, pois para se fazer uma jogada, seja esta com o peão ou a rainha, o jogador tem que prever o que tal movimento desencadearia em outra reação de maior proporção e força para o jogo. Ou seja: No xadrez é necessária uma expertise mais que cerebral para fazer as jogadas, mas também ter a percepção de localidade. Posto isto, venho através deste resenhar um filme que está em cartaz nos cinemas e vale bastante a ida. De enredo temos um garoto prodígio estadunidense, que de forma altruísta, se apaixona pelo xadrez desde muito cedo, e com sua capacidade cerebral no tocante a sua memória a fim de guardar as suas

A Assassina (刺客聶隱娘)

A Assassina (刺客聶隱娘) , dirigido por Hsiao-Hsien Hou, Taiwan, China, Hong Kong, França , 2016. Medalhado como filme de melhor direção no último festival de Cannes, a obra fílmica criou alvoroço no mundo cinético. Embarcado no Brasil esta semana o filme conta a estória de uma assassina profissional, criada por uma monja, em plena China do século VIII. No decorrer do filme adentramos na própria estória da protagonista; esta que foi dada ainda criança para a tal monja, dona de superpoderes marciais, estes aos quais logicamente foram passados a sua discípula órfã com o passar da sua criação. Neste universo de filmes antigos chineses, a obra que mais lembramos é O Tigre e o Dragão, onde se tem miraculosas brigas em cima de telhados, parecendo com que os lutadores estariam no cio e não em uma briga tamanha são as culhudas de até voar nos embates. Graças que o ganhador de Cannes não teve esse mesmo ímpeto. Ou seja: Tinha-se até brigas, mas nada comparadas a cenas mirabolantes como as do filme c

Fogo No Mar

Fogo No Mar , de Gianfranco Rosi, Itália, França.2016. O documentário italiano faz-se necessário e vou escrever o porquê. Pois bem, andamos meio neuróticos e cegos com tanta corrupção que assola nosso país, de modo que fiquemos egocêntricos e esquecemos de problemas mundiais bem mais importantes que o nosso. Não quero dizer que o nosso não é importante; sim o é, e ainda primordial para que algum dia tenhamos orgulho de sermos brasileiros. Porém não podemos esquecer dos problemas no que se refere a espécie humana ao redor da terra, do planeta chamado por nós, Terra. O documentário mostra as milhares de mortes que acontece todos os dias dos últimos cinco anos, pelo menos, na ilha extrema italiana chamada por Lampedusa. E porque isso acontece, ou seja, porque tanta gente vai pra lá? Porque fogem de guerras civis em seus países, oriundo do continente africano e agora os Líbios, Círios, Paquistaneses, Afegãos, e por aí vai a lista sem fim. O mundo ficou horrorizado com a foto publicada há