A Lenda de Barney Thomson

A Lenda de Barney Thomson, dirigido e protagonizado por Robert Carlyle, Reino Unido/Canadá, 2014.Todos os homens são complexos por natureza. O que acontece é que alguns sabem, e a esmagadora maioria não sabem disso. Trocando em miúdos: O homem pode até ser um "ser" para viver socialmente, disso não discordo, mas todos nós carregamos monstros dentro de si. Alguns invocam esses monstros e o encaram através de análise, Yoga, religiões, mantras, etc. A maioria das pessoas preferem deixar ele lá quietinho, pois as consequências podem ser desastrosas. Pois bem este misto de comédia com humor negro e drama fala exatamente disso. Trocando em miúdos: É mais confortável e menos perigoso deixar nossos monstros quietinhos e fingir que eles não existem, e que o homem é um "ser" normal e a vida é sempre bela como um vaso de flores frescas, cheirosas e coloridas. Todavia lá no fundinho de cada alma humana, sabemos que não é nada disso, ou seja, somos de fato complexos, cheio de estranhamentos que até nós mesmos por vezes nos espantamos sozinhos, e quem dirás os outros que poderiam ver tais monstros, certamente nos taxaria como loucos. Loucura é outro termo que se "perjora" na nossa sociedade como algo negativo, mas quem é que não é louco que atire a primeira pedra, certeza que não sobrará ninguém, pois como diz o ditado que "de médico e louco todos têm um pouco". Bem de médico já não arrisco-me a dizer que todos são , mas loucos sim, somos. E já que todo médico é meio louco, então fica tudo em casa no âmbito da loucura. Escrito isto agora me sinto bem em apresentar o protagonista deste incrível filme: Um sujeito que já chegou aos cinquenta e não conquistou nada na vida, nada mesmo: Mulher, grana, respeito, nadica de nada. Se tem alguém que pode ser chamado de um "zero a esquerda" este era o nosso protagonista. Um mero barbeiro que trabalha há vinte anos no mesmo local, e há vinte anos era esculhambado por seus colegas de trabalho e chefe, além da sua mãe. Claro que por mais que tentamos não expor nossos sentimentos, eles ficam lá esperando uma hora para desabafar ou explodir. Trocando em miúdos: Não adianta tentar nos enganar dizendo que está tudo bem quando não está. Isto no máximo te fará ganhar tempo para tomar uma decisão e acumular mais raiva da situação, lógico, pois os juros emocionais também correm pra valer. A solução que nosso barbeiro acha é meio que sem querer ( sem querer mesmo ele mata acidentalmente dois barbeiros colegas de trabalho, um com uma tesourada e outro com um golpe de esfregão direto no "gogó"). O filme deixa claro que os acidentes foram mesmo acidentais conscientemente, mas pergunto e inconsistente: Será mesmo que aquele barbeiro que se fudeu desde que nasceu não tinha uma vontadinha de fazer aquilo que fez por acidente? Piamente creio que sim, mas como foi um acidente, então tá. O desenrolar do filme é na luta do barbeiro esconder os corpos para não ser preso, já que a policia não acreditaria na sua tese de acidente duplo. A mãe do barbeiro entra na trama de humor negro com fatos mais surreais que os do seu filho, fazendo da tragédia uma comédia, afinal pimenta nos olhos ou cú dos outros é sempre refresco. Taí um filme que me surpreendeu, recomendo.

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