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Mostrando postagens de abril, 2013

"Waldick - Sempre no Meu Coração"

"Waldick - Sempre no Meu Coração", documentário da atriz Patrícia Pillar, Brasil, 2007. A poesia te escolhe e não o contrário. Precocemente fui adentrado, por vontade ou necessidade própria, ao mundo brega, ou melhor, ao universo brega que se consistia em noites regadas a bebedeira, som brega com a poesia crua popular circundando as letras e melodias. Hoje percebo que toda aquelas vivências que tive conhecendo praticamente o estado da Bahia inteiro a fim de continuar nesse ar ou nessa pegada boemia, tinha de fato “incentivos” e/ou causas ocultas que para um piralho de 15,16 anos era impossível de se enxergar, apenas ia sobrevivendo e tentando me manter de pé das coisas que não entendia, mas que era preciso “tocar o barco” ou tocar a vida, assim como os poemas das músicas bregas que nos estimulavam. Hoje o que eu sou, é fruto desse passado, dessas viagens aos interiores baianos e as farras no boêmio bairro de itapuã, onde este que voz escreve burlava a identidade , pois era

Homem de Ferro 3

Homem de Ferro 3, Dirigido e ainda por cima roteirizado pelo infeliz Shane Black, ( e veja que co-produção esquisita )EUA / China, 2013. O ofício do crítico da arte nobre ou a sétima, como assim preferirem, por vezes é deveras sacrificante pela justa causa de fitas que são estrondorrosamente sucessos de bilheteria, mas que todavia quando nos prestamos ( eu, no caso ) a ver outros filmes bem mais interessantes estes vulgos blockbooster se tornam em sua esmagadora maioria um martírio em resenhá-los. Porém como nem tudo são flores na vida e o nosso ganha-pão têm de prevalecer as nossas preferências, vamos entregar uma resenha não mal-humorada, mas compatível com o filme Homem de Ferro 3. Quero começar, sem medo de entrar de supetão no tema, com uma suspeita que tive ao ver os dois primeiros filmes: que o personagem do seu protagonista(Robert Downey Jr) é um gay enrustido. Isso fica nítido no terceiro filme da Marvel com o seu ego de ser maior que o seu próprio corpo: ser superior a dor d

O Quarteto

O Quarteto , dirigido por Dustin Hoffman  ( um dos atores mais atuantes dos anos 80 e 90 do século passado e que agora se envereda na direção do seu primeiro filme ), com o suporte de um elenco maduro e fantástico com nomes de peso como : Maggie Smith , Tom Courtenay , Billy Connolly e Pauline Collins , Reino Unido, 2013; O filme é um drama romântico que conta a estória de dois senhores e duas senhoras com um vinculo afetivo forte e cujo seus destinos estão entrecortados pelas memórias de vidas, bem vividas por sinal. Todavia o momento agora é tenso, pois todos são de certa forma esquecidos por seus parentes de modo que voltam a reencontrar-se em um asilo. Mas eles foram enviados não para um asilo qualquer, mas um asilo para artistas. Por lá já se tinha músicos, músicas, tenores de ópera, pintores, escultores, escritores, ou seja, um pouco de tudo do ramo artístico. O asilo não lembra nem de longe a um asilo normal e seus funcionários tratam seus hóspedes como se fossem turistas em um

Amor é tudo que você precisa

Amor é tudo que você precisa, Susanne Bier, Dinamarca / Suécia / Itália / França / Alemanha, 2013 (falado em dinamarquês, inglês e por raras vezes em italiano ). Pois é, o ditado em que diz “acontece nas melhores famílias” é adequado ao filme. O mais relevante, ao menos a esse em vos escreve, é a beleza estupenda de uma das suas atrizes coadjuvantes ( Molly Blixt Egelind ) que parece mais uma mulher de cera pela perfeição de seus traços e pele. Ademais disso o filme é uma comédia romântica e na maioria ou totalidade das vezes não podemos esperar muito de filme do gênero, e esse também não foge da regra, aliais por um detalhe ele se torna diferente dos outros que é a exposição de uma mulher de meia idade, casada e com dois filhos que soube de resultados médicos que fizera e detectara um câncer. Por esse personagem ser a protagonista da comédia romântica, essa tem um víeis diferente das outras, isso é fato, porém o tal víeis não foge muito do pragmatismo do gênero, colocando o filme co

Oblivion

Oblivion, Joseph Kosinski, EUA, 2013 . O ano é futurista no mundo em que acontecera uma estupenda e sanguinária guerra entre nós e extraterrestres. Ganhamos a parada ou o conflito, mas conseqüências drásticas surgem como a total inadaptabilidade de vida humana em nosso planeta destruído pela guerra extragaláctica. Desta maneira os humanos sobreviventes ficam na agência espacial da NASA para posteriormente serem enviados a um planeta em uma galáxia até então desconhecida que tem as condições necessárias para a vida humana terrestre, pois a Terra agora existia “ homens não- terrestres” no pós-guerra a fim da captura ou manutenção dos bens naturais do planeta devastado. Militarmente ganhamos a guerra, porém perdemos o nosso lar: a nossa Terra amada. Para a manutenção das máquinas que se encontravam em nosso planeta devastado a fim de pegar nossos últimos recursos que dependíamos para viver no tal novo planeta desconhecido e aparentemente parecido, ao menos física e geologicamente com a “

A caça

A caça , Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2013. Do romance Crime e Castigo, do escritor russo Fiódor Dostoiévski, se vê inúmeras situações nesse filme pelo único e exclusivo motivo, porém com peso que é a mente humana, onde esta é capaz de criar coisas incríveis e terríveis, ora ao mesmo tempo ora separadas. Na introdução fiz questão de sublinhar “ a mente humana” para de certo modo comentar e/ou explanar sobre a produção dinamarquesa, pois o desencadear da história tem surgimento em um suposto abuso sexual em uma menininha que vira supostamente o pênis do seu professor. De hipótese por supótese a vida de um pacato, divorciado professor de jardim de infância de 42 anos vai se transformando em um verdadeiro calvário “infernífico”, afinal de contas como um personagem da trama afirma: “ crianças não mentem”. De fato as crianças não têm a nossa malícia em arquitetar idéias transformando em estórias, mas estas já têm a capacidade de imaginar ou linkar uma suposta imagem ou fala de outros, e s

Meu pé de laranja lima

Meu pé de laranja lima, dirigido e roteirizado por Marcos Bernstein , 2013, Brasil. Depois de duas telenovelas e um filme, o mais vendido livro nacional volta em sua segunda edição para as telonas. A estória é comovente, mas acima de tudo instigante no sentido de nos colocarmos na posição do menino que falava com uma arvore e tinha uma vida bastante hostil, tanto de sentimentos incompreendidos como também pela sua aguçada sensibilidade, o que o faz sofrer e passar por perrengues existências que só pessoas com sensibilidade têm.   O filme tem um ar dejavú, já que o livro é antigo, ao menos a esse em vos escreve fora meu primeiro livro lido antes mesmo do pequeno príncipe. Muitos conhecidos meus não optaram por não ver o filme por ser tratar de um filme triste. Não é bem assim, o filme não é triste, ele é emocional e isso é completamente diferente. A tristeza está na realidade de um garoto sapeca que carrega emocionalmente uma família aos pedaços com um pai violento, bêbado e desemprega

O filho do outro (Les Fils de L´autre)

O filho do outro (Les Fils de L´autre ), Lorraine Levy, 2013; É um filme francês que retrata estórias de personagens fora de sua região: refiro-me a Israel e Palestina. Senão fosse trágico o roteiro seria cômico, porém como a fita é densa, até por questões territoriais e religiosas e adentrando-se em questões políticas por conseqüência. A troca na maternidade de dois bebês de famílias desses dois países “muy amigos” é o tema principal do filme. O detalhe é que eles e suas famílias ficam sabendo quase duas décadas depois do suposto engano. Quem fora criado para ser judeu agora com a notícia não pode nem servir as forças armadas israelenses a fim de copiar seu pai e o deixar orgulhoso do "filho", este que por sua vez queria mesmo era ser músico. E do outro lado da fronteira quem era muçulmano agora era visto como traidor pelo irmão e pai palestino. Uma coisa não se pode deixar de escrever: sangue é sangue e isso não tem como mudar, pois é coisa de DNA . No filme o judeu que tin

O Carteiro

O carteiro , Reginaldo Farias, 2013; é um longa nacional de boa qualidade cuja principal influência é a Machadiana. A estória se passa em um pequeno interior do Rio Grande do Sul mostrando a vida de um intelectual e inteligente carteiro caipira. Depois de 20 anos Reginaldo Farias volta a dirigir um filme e se vê que ele não perde a mão fazendo um poético e simples longa roteirizado, escreva-se de passagem, pelo seu filho Márcio Farias, que faz ainda o papel  de um delegado de poucas atividades e com uma paixão perdida ao tempo. O protagonista é um outro Farias: o mais novo ( Cande Faria ). Inicialmente o papel seria feito pelo seu roteirista-ator - Marcio Farias, mas por um altruísmo profundo e pela consciência de que estaria velho demais para o papel deixou este para seu irmão mais novo estrear nas telonas, e com bastante brilho e competência, escreva-se de passagem. A estória é a seguinte: Quando chega uma nova mulher nas redondezas, o Victor ( o carteiro ) se acachapa de paixão de

A Hospedeira

A hospedeira , Andrew Niccol, EUA, 2013; Apesar de não parecer é um baita filme de ficção cientifica. Do mesmo diretor e roteirista da Saga Crepúsculo (Andrew Niccol ), a trama é vivenciada em um tempo futuro onde a raça humana na Terra fora exterminada por seres parecidos com nós, porém extraterrestres que explicam a nossa exumeração em massa via para proteger o planeta, visto que nessa época futurista nos matávamos uns aos outros por ganância e poder, coisas de terráqueos como eles mencionavam. Por essas e outras que a raça humana fora dizimada, porém alguns poucos conseguem se esconder e sobreviver do agora planeta Terra inóspito e hóstil. A trama é bem trabalhada no sentido da mensagem que o filme quer passar por parte dos extraterrestres que é: “ Nós só exterminamos vossas senhorias porque vocês estavam fazendo isso já e de uma forma lenta então aceleramos o processo e instalamos na Terra um certo grau ético em todos os sentidos: sejam esses políticos, sociais ou outros para que

Uma história de amor e fúria

Uma história de amor e fúria, Luiz Bolognesi, Brasil, 2013; É uma bem feita animação nacional tanto no tocante ao seu roteiro assim como também em sua fotografia animada. Descrever a animação como uma poesia utópica, sem redundâncias, não seria exagero, principalmente pela qualidade da animação nunca produzida em solo brasileiro, onde um guerreiro índio tupinambá é escolhido para salvar o Brasil dos anos 1500 até o futuro ano de 2098. O índio tupinambá acompanha a chegada mortal dos navios portugueses com seus canhões estupendos explodindo crânios de franceses   que já aqui estavam mexendo com as nossas índias. O guerreiro, que sempre quando falecera virava-se em um pássaro para reencarnar em outra pessoa, pois bem: e tudo por um único e nobre motivo: sua amada Janaína, narrada pela veluda voz da Camila Pitanga, onde esta também por várias épocas narradas do filme se reencarna de modo que os dois sempre se acham em toda a estória animada. Por volta de 1827 no movimento da Balaiada no

Pieta

Pieta , Ki-duk Kim, Corréia do Sul, 2013. Existem certas circunstâncias em vida que são de fato irremediáveis. Esse é o tema central do drama vencedor do leão de ouro do festival de Veneza em 2012 e que chega agora em nossa cidade para conferirmos. O drama é de uma mãe que reaparece depois de 30 anos a fim de “salvar” ou somente conhecer seu filho; este que o deixara ainda com o cordão umbilical em uma típica depressão pós- parto e com o argumento que era deveras imatura na época do acontecido. Com 30 anos de idade qualquer cidadão, ou a sua maioria, já tem sua personalidade formada, e o filho a tem, e de fato forte ( a sua personalidade), trabalhando como um agiota onde quando seus miseráveis clientes não tinham dinheiro para pagar uns juros de 10 vezes mais das suas dividas os seus corpos vinham como forma de pagamento, aleijando-os e pegando o dinheiro de seguro de vida para cobrir a divida. O filme sul-coreano é seco assim como é o seu povo que de uma hora para outra estouram e dep

Dentro de casa (Dans la maison)

Dentro de casa (Dans la maison) , François Ozon, França, 2013. Com um ar “Nelsonrodriguiniano” a trama nos envolve do inicio ao fim e a em muitos momentos nos vemos na pele dos seus personagens. A estória se gira em torno de dois desejos: O de um aluno que deseja adentrar-se na casa e nos hábitos de um colega de classe mais privilegiado financeiramente e de família completa ( entenda-se com isso: pai, mãe e filho); E o segundo: um professor de literatura dos alunos que vê um potencial escritor naquele que invade a privacidade familiar do outro a fim de escrever o que se passava por lá. As redações começam a aparecer ou os laudos das percepções do aluno invasor e já comcomunado com seu professor frustrado de literatura por não ter tido talento de ser escritor e por isso se envolve no caso, pois vê que o aluno que escreve tem potencial para o oficio que ele não tivera capacidade para isso. Dessa maneira a privacidade familiar de uma família de classe média vai sendo escrita pelo aluno e