A caça

A caça, Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2013.
Do romance Crime e Castigo, do escritor russo Fiódor Dostoiévski, se vê inúmeras situações nesse filme pelo único e exclusivo motivo, porém com peso que é a mente humana, onde esta é capaz de criar coisas incríveis e terríveis, ora ao mesmo tempo ora separadas. Na introdução fiz questão de sublinhar “ a mente humana” para de certo modo comentar e/ou explanar sobre a produção dinamarquesa, pois o desencadear da história tem surgimento em um suposto abuso sexual em uma menininha que vira supostamente o pênis do seu professor. De hipótese por supótese a vida de um pacato, divorciado professor de jardim de infância de 42 anos vai se transformando em um verdadeiro calvário “infernífico”, afinal de contas como um personagem da trama afirma: “ crianças não mentem”. De fato as crianças não têm a nossa malícia em arquitetar idéias transformando em estórias, mas estas já têm a capacidade de imaginar ou linkar uma suposta imagem ou fala de outros, e se enganarem a fim de proteger suas personalidades em formação em um puro instinto de defesa. A semelhança do filme com o livro crime e castigo tem no fato da veracidade ou falta dela, nos fatos ocorridos supostos que a criança vira e as suas conseqüências. Como no livro a idéia da verdade ou da mentira fica de certo modo embaçada, mas o castigo não. E isso, o castigo, o professor Lucas sente na pele, seja esse físico, penal, moral, psicológico. De fato por uma frase de uma criança que misturou as bolas, pois viu uma imagem sexual do seu irmão e realocou esta mesma imagem ao seu professor de boa índole, se é que alguém tem essa índole tão boa assim por nossa natureza de sobrevivência. O final não deixa claro do por que a menininha ter colocado a culpa no seu professor. ; Duas suposições podem ser consideradas: a primeira pela imagem sexual que vira na mão do seu irmão e a segunda e mais terrível, porém mais convincente, de que a garota fora realmente bulinada por seu próprio pai em um momento de bebedeira. Um filme muito bom e raro ( além de seu roteiro também por sua fotografia de outono na Dinamarca e pelo filme ter sido produzido por seu idioma local dando originalidade a fita ), e forte que mexe com valores e a eterna incapacidade humana de nos auto-compreendermos. Agora A caça como título do filme é que não achei adequado, melhor seria se fosse O caçado.

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