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Mostrando postagens de maio, 2013

Faroeste Caboclo

Longe de mim querer ser desmancha prazer, mas o filme nacional que conta a estória de uma das mais importantes músicas do rock nacional é ruim e isso não tem como negar. Faroeste Caboclo , do esforçado diretor René Sampaio, Brasil, 2013, consegue estuprar a canção do Renato Russo. Talvez por ter sido o primeiro longa do diretor, mas como critico tenho o papel de escrever: o filme é uma merda: nem sequer consegue ser fiel a letra metendo cenas inexistentes e cortando outras importantes, portanto estupro é a melhor palavra em simbolizar o tremendo equivoco cinematográfico. Por entrevistas pescadas antes de conferir o filme o seu protagonista afirmara que João do Santo Cristo seria o alter-ego de Renato Russo. Isso de fato é verdade, porém a forma como o alter-ego se fez é que pegou mal, não pela atuação do baiano Fabrício Boliveira em seu primeiro papel de protagonista em sétima arte (ele até que se sai bem), mas pelo alter-ego ser tão pastoso no sentido de ser um humano tão frágil e m

A Datilógrafa (Populaire)

A Datilógrafa ( Populaire), de Régis Roinsard, França, 2013, atuando com a bela Déborah François; Mostra o quanto estamos seguindo por uma direção errada com essa concorrência do capitalismo insana que vivemos. O filme retrata a França pós-segunda guerra mundial com um figurino e fotografia impecáveis com direito a passadas na torre enfiel “vestida” para aquela época com carros antigos ao seu redor e figurantes vestidos a caráter. Sobre o enredo temos o seguinte: Depois da segunda guerra a Europa começa a engatinhar, a se reerguer criando empregos e empresas novas. A estória se trata de uma dessas moças do interior que já estava “prometida” por um caipira de sua cidade a noivar, porém a tal futura noiva tinha um dom e um sonho. O dom nem ela sabia, só sabia que o sonho dela era sair daquela cidadezinha provinciana e conseguir um emprego de secretária em uma cidade com mais suporte. Mas existia uma barreira para isso: A mulher era mais estabanada que qualquer outra mulher, só sabia f

2 mais 2 (Dos más dos)

Até no gênero comédia nossos “hermanos” portenhos são mais criativos que nós. Hoje conferi a fita 2 mais 2 (Dos más dos) , dirigido e roteirizado pelo Diego Kaplan,   Argentina, 2013; onde trata do swingue entre casais como tema central. De inicio temos dois amigos de longas datas e sócios de um consultório médico. Médicos de profissão como eram, existia um mais livre, de cabeça aberta e outro mais conservador calcado numa criação rígida e religiosa. O mais “cabeça aberta” era um insaciável homem sexualmente ativo adepto as práticas de swingue entre casais juntamente com sua esposa liberal. Para quem não ligou o nome a pessoa a prática swingue trata-se da troca de casais para uma transa sem compromisso, porém para tal prática é necessária a obediência de somente duas regras: 1- Que seja no mesmo teto e 2- Que sejam encontros com todos os presentes, ou seja o marido e a esposa. Pois bem o segundo casal e principal da comédia era formado por um médico rabugento e uma jornalista curio

O troco

O Troco , de André Rolin, Brasil , 2008. Inverta as posições: imagine-se alugando um operador de telemarketing. Pois bem: este é o tema desse curta metragem. Certo dia a Enganatel ( não Embratel ) liga oferecendo uma linha extra gratuita e um sujeito gordo com o barrigão à mostra atende o bendito telefone. A sátira começa com um questionário que o gordo começa a perguntar a atendente, como: que telefone está usando, sobrenome, número de cadastro, etc. Enfim uma ideia bacana que faz nos vermos como esses operadores são chatos, porém eles estão simplesmente trabalhando e a culpa não são deles de fazer um trabalho tão mecânico como esse. O buraco é bem mais embaixo, veja se em Cuba existe isso? Óbvio    que não, mas como o mundo não tem peito pra ser uma Cuba , vivemos e aguentemos os operadores de telemarketing das Enganatels da vida e haja paciência para isso.

Bonitinha, mas Ordinária

Não resenharemos um filme redondo, ou seja, com todos os aspectos impecáveis ou no mínimo passáveis. Os erros da obra são nítidos até para leigos, porém a fita se sustenta no seu roteiro Nelsonrodriguiniano adaptado para a atualidade carioca. Trata-se daquele filme que você viu na década de 1980 com a Lucélia Santos fazendo o papel da bonitinha e ordinária. Neste Bonitinha, mas Ordinária , do diretor Moacyr Góes, Brasil, 2013; Temos essa personagem esforçada, mas apagada por querer copiar a Lucélia e não se sair muito bem em sua atuação. Cabe então aos outros personagens do filme preencher o buraco que a nova bonitinha deixa e o João Miguel , que foi premiado como melhor ator no Cine Pe 2013 pela atuação, e a Leandra Leal o preenche bem, de modo que o buraco e a atuação da atriz Letícia Colin se passa despercebida na fita. O tema do homem ter caráter ou até que preço esse vulgo “caráter” aguenta é o xis da questão da trama. Diferentemente do filme de 1980 esse agora tem os bailes fun

O Silêncio De Lorna

O ser humano é mesmo uma coisa interessante. Escrevo isso para referir-me ao drama que aborda a questão da emigração europeia em O Silêncio De Lorna , dos irmãos Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne , 2008, Itália , Alemanha , França , Bélgica . Lorna é uma mulher de origem albanesa que tenta se casar com um belga a fim de conseguir o passaporte para entrar na União europeia, visto que seu país, Albânia, apesar de ser europeu não faz parte do bloco econômico que dá regalias aos seus cidadãos. Nesse esquema de casamentos armados Lorna casa-se de papel com um usuário de drogas (heroína) com a condição de que ela tentasse tirá-lo do vicio frenético. A ideia do casamento armado vem do seu namorado que junto com ela sonhara em comprar uma lanchonete com o dinheiro do golpe. Porém como o ser humano não é e nunca será uma máquina exata e confiável, Lorna em sua ajuda em tirar seu suposto marido falso da Heroína se envolve com o tal e transam em uma ação de instinto para colocar o sexo no

Beije-me Outra vez

Para quem não viu em 2001, a comédia romântica italiana O Último Beijo que fez sucesso ao narrar as dúvidas de Carlo (Stefano Accorsi) às vésperas de seu casamento com a namorada grávida, Giulia (Giovanna Mezzogiorno), pode ficar voando no início dessa continuação do diretor Gabriele Muccino em Beije-me Outra vez, Itália, 2010       ( sim : demorastes três anos para chegar no Brasil), mas se percebe a intenção (ou a falta dela) da comédia dramática, de modo que dá pra conferir sem ter visto o primeiro filme em 2001. Deste de 2013, agora todos os personagens já com seus quarentinhas anos de idade, pode ser definido como uma novela mexicana à moda italiana. Com suas 2:20hs de projeção vemos dramas comuns passeando sobre nossas íris como: um homem que tem espermatozoides atrasados, ou outro que é pai e não conhece o filho por ter sido preso, ou uma mulher que adora cavalos e talvez por isso queira um marido mais viril moral e sexuadamente e por isso o traí ou até um outro personagem esq

Uma garrafa no mar de Gaza(Une Bouteille à la Mer)

Nada fácil é resenhar sobre um conflito que se passa ao longo das últimas décadas por questões religiosas e políticas. Sobre as questões políticas isso se torna de forma macro, visto que temos os EUA apoiando um dos lados. Refiro-me ao que parece inacabável conflito de terras entre Israel e Palestina no filme  Uma garrafa no mar de Gaza(Une Bouteille à la Mer), Thierry Binisti, França, 2011. Apesar de seus personagens centrais serem juvenis e até mesmo por isso talvez explique o conflito com um certo distanciamento raivoso que dá o tom em outras produções que pretenderam falar sobre o tema. De um lado uma Israelense criada em Paris que quando volta para morar em sua cidade natal, Tel-aviv, vê alguns dos seus parentes serem mortos por homens-bomba da outra faixa de Gaza. E por outro lado temos um homem que respeita, mas não tão a "regra" tudo o que a religião muçulmana, embora não gostasse  de judeus, bem como quase todo muçulmano não goste por razões óbivas. A história com

Hoje

Hoje, 2013, Brasil , Da Tatá Amaral e produzido por sua filha, fruto de um relacionamento com um ativista contra o regime ditatorial no Brasil. E as aparentes coincidências não param por aí. A obra se desdobra e se percebe como uma auto-cinebiografia. Se trata de um daquele filmes em que sua diretora o faz para se livrar de fantasmas passados. Conta a história de uma paulistana que se vê mudando de casa, o filme todo é nesse período da mudança, empacotando caixas e mais caixas, só que esse dinheiro é fruto de uma grana que ela ganhara por indenização pela morte do seu companheiro, que repentinamente aparece como um morto-vivo, e ainda por cima uruguaio em que se entende muito pouco pelo o que fala devido ao sotaque carregado portunhol. A habilidade da Tatá Amaral em criar cenas em um lugar fechado é magistralmente construído de modo que o filme não fica monótono mesmo a estória sendo de uma mudança comum de apartamento protagonizada por uma mulher aparentemente  esquizofrênica ( Deni

Em Transe ( Trance )

Em Transe ( Trance ), do sempre irreverente diretor Danny Boyle , EUA, 2013, no elenco: Vincent Cassel , Rosario Dawson e James McAvoy como pivôs centrais da trama. Um ladrão tenta roubar uma tela famosa do pintor espanhol Goya, todavia na fuga toma uma porrada na cabeça e esquece onde escondeu a rara obra de arte. Como o título já sugere o filme divide opiniões de mais uma obra instigante do diretor, diria que há mais instigante desse diretor inglês. Depois de supostamente dar uma porrada no seu parceiro e este esquecer onde esquecera a obra, esse mesmo parceiro   depois de uma série de torturas sem sucesso ao seu cúmplice ladrão “esquecido” recorre a ajuda profissional da hipnose a fim de descobrir o paradeiro da obra de Goya. Misturando passado e presente os personagens vão se embrenhando assim como insetos caem e rolam em teias de aranha quando são fisgados. Como já fora mencionado o filme divide as opiniões dos críticos no sentido de clareza de roteiro e idéias que poderiam ger

Cosmópolis

Cosmópolis , de  David Cronenberg, França, Canadá, 2012 com Robert Pattinson.  O capitalismo já não existia, ou quase estava no fim, nesse futurístico ano na cidade de Nova York. Um executivo queria cortar o cabelo no outro lado da cidade, porém isso não é possível perante o caos instalado com o fim do sistema econômico. O protagonista da produção é o mesmo da saga Crepúsculo, porém nem de longe o lembra e ainda bem. Trata-se de um dos poucos milionários ainda existentes e com menos de trinta anos. Trata-se também de um nerd total onde fizera sua fortuna acordando e dormindo em cima de telas de computadores. Intrigante é como o diretor Cronenberg descreve a sua vida. Com ele tudo é feito em sua limusine, desde negócios, consultas psiquiátricas, urologistas e até sexo. Sua vida se reduz a sua limusine e ao grande caos com o fim do capitalismo. Ele, no entanto se mostra numa capa protetora a todo esse caos instalado pela cidade, e essa capa é a sua limusine e sua grana. Cosmópolis além d

Somos tão jovens

Somos tão jovens, Antonio Carlos da Fontoura, Brasil, 2013. Dos 20 aos 40 ele queria ser músico. Dos 40 aos 60: cineasta top, e dos 60 a diante seria escritor. Um plano de vida nada monótono. Esse plano era de um tal artista que certamente influenciou seu modo de pensar e agir se tiver menos de quarenta anos ou mais que isso visto que inteligência e poesia são atemporais. Refiro-me ao principal compositor e cantor que o Rock nacional já produziu: Renato Russo. O filme é uma homenagem a sua pessoa dando seus primeiros passos na caminhada que iria fazer a fim de se tornar um ícone da musica brasileira. De origem Punk Rock (Sex Pistons ) e influências do filósofo francês Rousseau, Renato Russo vivendo em Brasília em plena ditadura militar se descobre que não é mais um jovem que só quer saber de beber e fazer bagunça: ele quer fazer a revolução e da sua forma a faz, tanto é que até hoje quando queremos citar ícones culturais nacionais ele é um dos primeiros nomes lembrados. O filme em s

A carta

A carta , Jay Anania,EUA, 2012. Procurei no Google alguma coisa a respeito do filme e não achei nada. É compreensível não ter tido nenhum cristão ou não, escrito algo sobre o denso drama. Permitirei-me resenhá-lo mesmo sabendo que a tarefa não será uma das mais fáceis, mas como já dizia meu falecido pai: “ Quer moleza: vai pegar no p... de fulano”. A estória se permeia e se desenvolve em ensaios para uma peça teatral onde a sua diretora passa por problemas mentais, esquizofrênicos para ser mais preciso, na feitura do roteiro da peça e posteriormente falando o que cada ator faria ou interpretaria. O filme ou a esquizofrenia, visto que o foco principal da idéia do diretor é se aprofundar numa crise de uma pessoa que era aparentemente normal e de uma pra outra pifa ou pira. As cenas são como um esquizofrênico vê o mundo, ou seja, distorcido, querendo que tudo aquilo que ele pensa que vê seja verdade e por isso mente pros outros e pra si próprio: o que é o pior de tudo. Ela escreve as estó