A Datilógrafa (Populaire)


A Datilógrafa (Populaire), de Régis Roinsard, França, 2013, atuando com a bela Déborah François; Mostra o quanto estamos seguindo por uma direção errada com essa concorrência do capitalismo insana que vivemos. O filme retrata a França pós-segunda guerra mundial com um figurino e fotografia impecáveis com direito a passadas na torre enfiel “vestida” para aquela época com carros antigos ao seu redor e figurantes vestidos a caráter. Sobre o enredo temos o seguinte: Depois da segunda guerra a Europa começa a engatinhar, a se reerguer criando empregos e empresas novas. A estória se trata de uma dessas moças do interior que já estava “prometida” por um caipira de sua cidade a noivar, porém a tal futura noiva tinha um dom e um sonho. O dom nem ela sabia, só sabia que o sonho dela era sair daquela cidadezinha provinciana e conseguir um emprego de secretária em uma cidade com mais suporte. Mas existia uma barreira para isso: A mulher era mais estabanada que qualquer outra mulher, só sabia fazer uma coisa: datilografar; Rápido e somente com dois dedinhos; Fato curioso este. Tão curioso que seu chefe a admitiu somente por esse dom: datilografar rapidamente. Todavia o chefe (Romain Duris , o mesmo ator que fez o filme Albergue Espanhol, e com boa atuação nesse também) não a contrata para fins de secretária, mas sim antevê nela uma futura campeã na arte de datilografar rapidamente. Os primeiros campeonatos são uma lastima por ela usar só dois dedos enquanto as outras usavam os dez e o queixo. A datilografa começa e aprender piano com a ex-namorada do seu chefe que a essa altura era mais um treinador-affair do que um chefe de fato. Os treinamentos no piano dão a ela um exímio domínio em escrever, quer dizer datilografar. Os campeonatos regionais surgem e ela começa a ganhá-los. Vem o nacional e ela arrebata suas adversárias com extrema facilidade ( pois é: a única coisa que não concordei com a produção francesa fora o fato de colocar só mulheres no oficio da maquineta de escrever, mas fazer o quê, aí teria de mudar o titulo do filme também ). Como todo filme que se preze tem de ter um romance; Pois bem, esse  tem o seu para dar uma redondada no roteiro e chamar mais público. O problema é que o affair da datilografa gosta de outra e ela nos transmite que gostar mesmo ela gosta só dela e de sua maquineta. Enfim o filme vale por sua fotografia, figurino de época e da mensagem irônica que nos transmite de que: competir por competir, como fazemos nos dias de hoje, é pura perda de tempo. E ainda bem que os teclados surgiram, qual será o próximo avanço da escrita impressa, alguém se habilita a dizer daqui a 20 anos como escreveremos? Uma coisa prescinto: a de que a escrita com caneta cada dia se torna mais descartável. Fui aos correios esta semana e me senti um ET por enviar uma carta escrita e não um e-mail. São os nossos tempos, é melhor acompanhá-los caso contrário ficaremos a “ver navios”, porém não precisamos pisar em nossas próprias mães.

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