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Mostrando postagens de janeiro, 2018

The Square – A Arte da Discórdia

The Square – A Arte da Discórdia , dirigido por Ruben Östlund , Suécia, 2017. O Palm D’or do festival de Cannes joga uma pergunta ao ar, que é: até que ponto um objeto pode ser considerado arte ou não? Se por exemplo tirarmos algum objeto do bolso e colocarmos em uma exposição, este mesmo objeto passaria a ser considerado como obra de arte por estar numa exposição ou seria um simples objeto tirado do bolso, e por isso "normal"? Muitas são as perguntas, inclusive muitas das quais atuais que o filme nos faz. Indicado a concorrer como melhor filme estrangeiro no Oscar, o seu subtítulo: A arte da discórdia fora inventado para chamar mais público em solo tupiniquim, haja vista que seu título original é somente “The Square”, ou em bom português: a Quadra; título este também da principal obra de um museu de renome da Suécia, cuja artista era uma argentina, esta que nunca dá as caras no filme, mas apenas citada inúmeras vezes. Todavia “The Square” nos remete a uma quadra ou a um qu

Roda Gigante

Roda Gigante , escrito e dirigido por Woody Allen, EUA, 2018. Se este gênio cineasta octogenário não se incomoda em fazer uma obra fílmica por ano, quem sou eu para não assisti-la e após, comentá-la. Como quase sempre o protagonista é feminino, e também devido ao seu passado, os petralhas de plantão sempre associam tais protagonistas com os casos de assedio sexual contra menores que o diretor teve. Noves dentro- bola fora, cabe a nós enveredarmos sobre as nuances e estorietas do filme, e não no passado de gostos duvidosos do diretor. Dito ou escrito isto, vamos ao que interessa: estamos em uma cidade praieira estadunidense nos anos 1950. Nossos personagens centrais moram,literalmente, dentro de um parque de diversões; daí o nome do título da obra. A protagonista é uma mulher de meia idade, que já foi atriz, e hoje trabalha como garçonete de um restaurante especializado em ostras frescas. Seu marido, um sujeito taciturno, é dono de um carrossel embaixo da sua casa. Tudo segue bem tedio

Lucky

Lucky , dirigido por John Carroll Lynch , com Harry Dean Stanton , EUA, 2018 . Permitam um paralelo acerca do filme em comparação à um ditado popular que é: “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Ditado popular este, no mínimo, bem sacana, escrevemos assim. Se analisarmos o ditado, quando o primeiro sujeito observa e crava que existia pouca farinha, ele, egoísticamente, faz um pirão, o qual sabemos que usa-se mais farinha do que  habitual. O resultado de um pirão, ou desse pirão específico,é que nada sobra da farinha pra mais ninguém, pois toda ela, fora usada para a confecção do pirão. Confesso que tal ditado foi o mais sem caráter que já ouvi falar, porque a farinha que estava ali, e que podia servir pra dois ou quem sabe até mais, todavia ou porquausa do cujo pirão serve somente para uma única e egoísta pessoa. Mas porque quis fazer este paralelo do pirão e do egoísmo, junto com a gula também, para com o filme? A resposta é bem mais simples do que explicar tal ditado popular nordest

Hope

O Brasil passa por uma crise de identidade sem presendentes na sua história curta de país livre. As pessoas, e principalmente os governos, que são , ou deveriam ser, a cara das pessoas que o elegeram, só dão valor a coisas palpáveis. Se um governador constrói uma ponte ou dá um reveilhon bacaninha: as pessoas dizem: Pô, valeu ter votado pra esse cara; entretanto se tal governador der mais valor a coisas não palpáveis, assim como a melhoria na educação , logo falarão: Mas que cara otário! Faltam muitas coisas no Brasil, porém a base de tudo, está mais que faltando, então fica difícil encaixarem as outras demais. A base que me refiro é um pensamento mais crítico da sociedade perante as coisas, afinal é mais importante construir uma ponte, que não liga nada a lugar nenhum, do que formar cidadãos mais críticos e "alfabetizados" perante suas escolhas e deveres? O Brasil, ainda, fica com a primeira opção, ou seja, o pão e o circo há, ainda , de reinar por aqui; e enquanto eles rein

Noites Brilhantes

Noites Brilhantes , dirigido e roteirizado por Thomas Arslan, Noruega/Alemanha ,2017.  Escreverei sobre uma jornada telúrica entre um pai com um filho, e provavelmente esta impecável obra fílmica não estará num cinema perto de você por diversos fatores, todavia o mais forte é o comercial, por tratar-se de um filme afetivo não comercial; então corra atrás de um festival para vê-lo. Conferi na Mostra de São Paulo, e com meu “comercialismo automático”, quis tentar entender a obra através do seu título: Noites brilhantes. Na verdade a obra foi rodada na Escandinávia, então no verão deles a noite é raríssima, de modo que a minha intenção em entender o filme pelo seu nome acaba como uma ação antiquada e incapaz para tal. As “noites clarantes” impregnam  e tentam desassociar uma ação vindoura do pai para com o filho. Ação esta é captada pelas lentes como uma forma de afago, de rendição, de entrega de um pai ausente, e um filho revoltado em idade “ a flor da pele” ou em plena erupção, compree