The Square – A Arte da Discórdia
The Square –
A Arte da Discórdia, dirigido por Ruben Östlund, Suécia, 2017. O Palm D’or
do festival de Cannes joga uma pergunta ao ar, que é: até que ponto um objeto
pode ser considerado arte ou não? Se por exemplo tirarmos algum objeto do bolso
e colocarmos em uma exposição, este mesmo objeto passaria a ser considerado
como obra de arte por estar numa exposição ou seria um simples objeto tirado do
bolso, e por isso "normal"? Muitas são as perguntas, inclusive muitas das quais atuais que o filme nos faz. Indicado a concorrer como melhor filme estrangeiro no
Oscar, o seu subtítulo: A arte da discórdia fora inventado para chamar mais
público em solo tupiniquim, haja vista que seu título original é somente “The
Square”, ou em bom português: a Quadra; título este também da principal obra de
um museu de renome da Suécia, cuja artista era uma argentina, esta que nunca dá
as caras no filme, mas apenas citada inúmeras vezes. Todavia “The Square” nos
remete a uma quadra ou a um quarteirão. A obra em si é apenas um quadrado,
logicamente de quatro por quatro de largura e altura, que nos faz pensar em
território, tema este bem atual pelas migrações devido às guerras e/ou governos
tiranos por todos continentes do planeta. Pois bem, “The Square” poderia ser
qualquer paralelepípedo que encontramos nas ruas, mas por estar em um museu
vira obra de arte. E para turbinar ou dar visibilidade a “obra” o gerente, e
também protagonista do filme, contrata cérebros jovens de uma agência de
publicidade; entretanto as ideias publicitárias são estapafúrdias ao ponto de “queimar
o filme” da exposição. Paralelamente a este contrato publicitário derrotado o
gerente sofre um assalto em plena luz do dia em uma “Square” comum, de modo que
com a ajuda do GPS do celular furtado ele consegue achar o prédio do infrator,
e daí vem a “brilhante” ideia de ameaçar todos os moradores daquele prédio caso
não entregasse seus pertences, ação esta que acarreta problemas ao gerente, ou
seja, culpar terceiros que nada tem a ver com o acontecimento. “The Square”
trata-se de um emaranhado de retalhos onde se discute principalmente até que
ponto isso ou aquilo outro pode ser considerado arte ou não; e por ser tão atual
é o filme favorito a ganhar, em março, como melhor estrangeiro no Oscar 2018.
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