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Mostrando postagens de março, 2014

Francis Ha

Francis Ha , dirigido por Noah Baumbach, EUA, 2013. A maturidade por vezes tende a chegar, e o pior, muitas vezes nem chega. Temos como protagonista uma mulher na casa dos seus trinta anos e que ainda não sabe o que quer da vida. De algumas coisas ela gosta e de certo modo se empenha a avançar, mas falta-lhe foco para galgar voos maiores. Sempre relapsa Francis faltava ensaios na escola que pretendia pedir um emprego de dançarina. Para Francis a vida e as relações humanas eram complicadas. Por ser uma mulher que se entregava sempre de coração aberto às pessoas, por vezes se decepcionava ou até mesmo esperava que “se entregassem” para ela também, assim como fazia. Mas a vida, transportada a essa ficção, não é simples mesmo sendo que necessariamente carecemos de amadurecer, e melhor que isso por bem, ou seja, sem muitos traumas. A nossa protagonista era uma menina-moça alegre que beirava a infantibilidade com as brincadeiras que fazia com os amigos ou simples e puramente dançando na rua

À procura do amor

À procura do amor , de Nicole Holofcener, EUA, 2013. Apesar da protagonista ser experiente no oficio de atriz, em À procura do amor é sua estreia na tela grande em 16 anos de carreira. A atriz ficou conhecida por fazer muitas séries para a TV americana e nunca houve um interesse verdadeiro em “boicotar” seus três meses de férias que tinha no ano para entrar num set de filmagem. Casada com diretor de cinema a atriz preferia usar esse tempo para acompanhar o crescimento dos dois filhos que tem com o diretor, deixando este que se embrenhasse sozinho na sétima arte. Contudo a atriz não decepciona em sua primeira atuação no cinema fazendo o papel de uma massagista divorciada e prestes a “perder” a companhia de sua única filha para uma faculdade distante. Em uma festa despretensiosa de uma amiga conhece um homem com a sua mesma situação: divorciado e preste a perder sua filha para outra faculdade. O homem, qual acabara falecendo em junho do ano passado, era interpretado por James Gandolfini

Wrong

Wrong , com direção e fotografia de Quentin Dupieux, França 2012. Imagine um cidadão dito como normal em uma cidade dita normal e contraponto a esses fatos o diretor ainda consegue criar um filme nada normal e muito interessante justamente pelo poder que a produção tem de nos seduzir a cada cena do início até o final. Temos como protagonista (como mencionamos: um cara normal) que certo dia acorda e como de costume chama seu cachorro para vê-lo, mas este amigo de estimação não aparece com o chamado do seu dono, e pior, desaparece pelo filme inteiro. Pois bem: Este é o enredo ou ideia principal do filme, ou seja, um cara que procura seu cachorro que sumiu. Entretanto nas entrecenas do filme percebemos certas caracterizações peculiares do personagem central que nos faz afirmarmos que definitivamente não se trata de um sujeito dito e visto como normal, e seja lá o que essa palavra "normal" signifique ou não. De inicio temos o dono do cachorro sumido com um problema em seu jardim:

300- A Ascensão do Império

300- A Ascensão do Império , de Noam Murro, EUA, 2014. Sem titubear já escrevo: A continuação do filme 300, o primeiro lançado em 2006, nem de longe se compara com o original, ou seja, o primeiro filme. Alguns falam que as mudanças de diretor e protagonista atrapalharam e muito na continuação da estória de sucesso em quadrinhos. De fato tais mudanças tem um comprometimento no tocante final da produção. No primeiro filme tínhamos 300 guerreiros espartanos lutando contra o império do rei Xerxes, interpretado por Rodrigo Santoro. Nessa continuação temos na mesma Grécia antiga, porém em um tempo um pouco antes da primeira batalha, o mesmo império Persa do rei Xerxes, mas só que agora com o exercito persa liderado pela bela guerreira Artemísia, interpretada pela atriz francesa Eva Green, lutando contra outro povo grego que queria a liberdade da Grécia e seus vários povos e para isso se livrar então do diabólico rei Xerxes e seu braço direito, a bela e cruel Artemísia. Na liderança dessa san

A Gaiola Dourada (La Cage Dorée)

A Gaiola Dourada (La Cage Dorée ), dirigido e co-roteirizado pelo estreante Ruben Alves, Portugal, França, 2012. Um casal de origem portuguesa de subempregados vive em Paris há mais de trinta anos, trinta e três, mais especificamente. O chefe da família, José, é um mestre de obras e a sua esposa, Maria, era zeladora de um prédio de classe nobre. Além do casal moravam em uma zeladoria super apertada do prédio em que a Maria trabalhava dia e noite sem parar, seus dois filhos: uma jovem adulta de gênio forte que peitava o pai ignorante peão de obra, e o seu irmão mais novo que sonhava em ser um astro futebolístico ou ao menos era motivado para tal oficio. Certa noite após mais um dia de trabalho castigante do pai, da mãe e dos filhos, estes que tinham logicamente vergonha em falarem aos amigos que tinha pais no subemprego há trinta anos e com a descendência portuguesa, com certeza. Porém como mencionei certa noite um telegrama é recebido e lido em plena mesa de jantar com a família toda

Uma estranha amizade

Uma estranha amizade , com direção, produção , montagem e co-roteiro do múltiplo Sean Baker, EUA e Reino Unido, 2012. O longa traz a estreante Besedka Johnson (que faleceu em abril de 2013) para contracenar com Dree Hemingway (filha da eterna musa de Woody Allen, Mariel), mas vamos aos fatos ou ao filme. É de se desconfiar quando alguém quer fazer amizade sem nada em troca. Ainda mais se esse alguém tem idade para ser sua neta. Com esse mistério surge então uma estranha amizade entre uma senhora e uma jovem adulta. Tudo começa quando a ninfeta compra um vaso usado na casa da senhora que estava vendendo tudo que tinha em prol de dividas com vizinhos e com impostos. Entretanto nesse vaso existia uma pequena quantia de dinheiro. Quando a ninfeta descobre isso ela meio que tenta se aproximar da senhora por pura culpa de não querer entregar o dinheiro a senhora. Dessas tentativas da jovem se aproximar a idosa é que surge uma amizade capaz de transpor barreiras de idades e modos de vida, o

O Herdeiro do Diabo

O Herdeiro do Diabo ,dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, EUA, 2014. O enredo: Um típico casal jovem estadunidense vai curtir a lua mel em Porto Rico na sua capital São José. Certa noite e uma semana antes de partirem um taxista que acompanhava o casal como um tipo de guia turístico motorizado os convida para uma balada de despedida em um local bem atípico e nas periferias da capital caribenha. O casal por aventura aceita o convite da balada esquisita e acaba a noite em um subsolo muito louco onde se tocava de tudo e tinham todos os tipos de pessoas naquele inferninho. De cara o recém casal norte americano logicamente ficara desconfiado com aquele clima de curtição sem nenhum perigo naquele inóspito lugar, entretanto ainda assim eles de comum acordo aceitam se “jogarem” nessa balada incomum, pois como diz o ditado: “ Se está no inferno e melhor coisa a fazer é abraçar o capeta mesmo, e sem pudor”. Com a decisão o casal acaba por exagerar nas doses de tequila, especialme

Ninfomaníaca - Volume II

Ninfomaníaca - Volume II , dirigido e roteirizado por Lars von Trier, com Charlotte Gainsbourg, Dinamarca e Alemanha, 2014. A mais poderosa, principal e verdadeira vontade humana é sem dúvida a sexual. Se por ventura alguém se autoafirmar como assexuado é porque tem “caroço nesse angu”, e tal caroço pode ser de ordem natural, ou seja , de sua orientação sexual ou de lembranças pessoais passadas durante sua infância. Não existe ser humano assexuado e ponto, ou você gosta de mulher ou de homem ou até de ambos, mas não existe gostar de nenhum sexo, pois como mencionei a maior vontade humana foi e sempre será a sexual. Tive o cuidado em ler meia dúzia de críticos de cinema sobre o filme e ao menos a metade afirmara que o filme se presta como um instrumento para a psicanálise contemporânea. Discordo radicalmente: O filme não se trata de nenhuma continuação das teses de pensadores psicanalíticos como Freud, Lacan ou outros, muito pelo contrário em certas cenas tais pensadores, principalmen

O frasco ( El frasco )

O frasco ( El frasco ) , de Alberto Lecchi, Argentina, 2008. A qualidade do filme e roteiro estão justamente na simplicidade do enredo e dos personagens centrais mostrando os nossos “hermanos portenhos” a nós, que mais uma vez, o que precisa para fazer bons filmes não são só orçamentos mastodônticos, mas sim ideias originais e interessantes. O personagem central da trama é um motorista de ônibus interestadual; Um sujeito desconfiado e com uma permanente insônia que o faz ficar distante das pessoas, diria que era um semi-autista com um passado misterioso. Em uma viagem o motorista conhece uma professora que lhe pede um favor: Levar seu exame de urina ao hospital da cidade ao lado, a cinquenta quilômetros da moradia do trailer da moça. Como ficara apaixonado no ato pela tal professora de primário o estranho motorista acaba por quebrar o frasco que estava a urina da moça e isso acarreta em mais alguns dias de uma insônia crônica na coitado do motorista solitário. Eis que surge uma ideia;

Um Conto do Destino

Um Conto do Destino , de Akiva Goldsman, EUA, 2013. O que é ser um ladrão? Podemos afirmar que é alguém que se encontra a margem da sociedade, ou seja, ao lado ou esquecido dos valores morais que a sociedade criou e julgou como corretos. Entretanto o que diferencia um ladrão de uma pessoa que não se encaixa nesses vulgos valores sociais corretos? Poderia afirmar que são suas atitudes, ou seja, se você rouba algo de alguém é classificado como ladrão , todavia quando se é apenas alguém que não obedece as regras preestabelecidas não podemos taxá-lo como ladrão, mas sim um anárquico ou coisa do tipo. Pois bem, fiz essa introdução para vos apresentar o nosso protagonista que por ora era classificado como um ladrão, mas para os olhos de uma donzela apaixonada de vinte e um anos prestes a morrer de tuberculosa na Nova York de 1920, era um galanteador anárquico que roubara seu coração antes da sua morte. O filme em si é um emaranhado de fantasias sombrias misturadas com sonhos em que o amor ve

Ela vai (Elle s´en va)

Ela vai (Elle s´en va) , dirgido e co-roteirizado por Emmanuelle Bercot, com Catherine Deneuve em ótima atuação, França, 2013. O filme é um recado à velhice, ou melhor, é uma dica de como lhe dar com ela. Certo dia uma dona de restaurante de frutos do mar de uma cidadezinha francesa, e que trabalhava com sua mãe e tinha uma relação distante com a filha e o neto (tanto em quilômetros por morarem em cidades diferentes como em afinidades com sua única e geniosa filha). Mas como mencionava certo dia essa tal dona de restaurante tem um rompante, um disparate: pega seu carro e vai comprar cigarros. Como havia parado de fumar desde a morte de seu marido acaba por conseguir o cigarrinho em outra cidade, pois na sua minúscula não tinha. Perguntando ali e acolá é convidada a entrar na casa de um senhor de uns 90 anos e por isso não conseguia enrolar um tabaco semi-industrializado e mais em conta devido aos tremores das mãos. A mulher, através dessa cena, vê que está ficando velha também e isso

Robocop

Robocop , de José Padilha, EUA, 2014. Fazer remakes ou obras literárias de sucesso no cinema às vezes é uma tarefa um tanto quanto arriscada, pois já existe um parâmetro de julgamento para apreciar ou depreciar a nova produção. Neste novo filme do diretor dos sucessos nacionais: Tropas de elite I e II, Padilha não se sai muito bem, de modo que o filme está sendo apelidado pela critica especializada como: A tropa de uma lata/homem só. O início do filme nos dá certa esperança de que este seja bom com robôs fazendo patrulha em Teerã, capital do Afeganistão em pleno ano 2028, caçando terroristas em uma cobertura jornalista. Mas as esperanças de um filme bom param de imediato nos cincos primeiros minutos do filme. Me arrisco a escrever de que quem viu o primeiro filme dos anos 1980, de cunho bem mais anárquico, não terá paciência para ver esse remake até o final e se conseguir sairá do cinema no mínimo aborrecido pela perda de tempo e principalmente pelo estupro que o Padilha fez com um clá

Philomena

Philomena , de Stephen Frears , no elenco com Judi Dench e Steve Coogan, EUA, 2013. Aos 79 anos e com problemas na visão a protagonista Judi Dench em ótima atuação , que concorreu ao Oscar de melhor atriz, mas não levou, era ajudada por sua filha para decorar os textos da sua personagem, mas logo de cara ficou interessada em fazer o filme por se tratar de fatos reais. Os fatos foram ocorridos entre os anos de 1950 a 1960 na Irlanda, onde meninas que engravidavam eram obrigadas a trabalharem em conventos católicos para cobrir os custos dos cuidados que as freiras tinham com os bebes. As “meninas-mães” tinham uma hora diária para ficar com seus bebes e depois voltarem as suas rotinas de escravas no convento como domésticas. Pensavam as jovens mães que as freiras estavam dando uma força para elas, ajudando a criar suas crianças, já que todas eram abandonadas por suas famílias após a descoberta da gravidez. Mas isso era mero engano; As freiras comercializavam esses nenéns para serem adotad