Ninfomaníaca - Volume II

Ninfomaníaca - Volume II , dirigido e roteirizado por Lars von Trier, com Charlotte Gainsbourg, Dinamarca e Alemanha, 2014. A mais poderosa, principal e verdadeira vontade humana é sem dúvida a sexual. Se por ventura alguém se autoafirmar como assexuado é porque tem “caroço nesse angu”, e tal caroço pode ser de ordem natural, ou seja , de sua orientação sexual ou de lembranças pessoais passadas durante sua infância. Não existe ser humano assexuado e ponto, ou você gosta de mulher ou de homem ou até de ambos, mas não existe gostar de nenhum sexo, pois como mencionei a maior vontade humana foi e sempre será a sexual. Tive o cuidado em ler meia dúzia de críticos de cinema sobre o filme e ao menos a metade afirmara que o filme se presta como um instrumento para a psicanálise contemporânea. Discordo radicalmente: O filme não se trata de nenhuma continuação das teses de pensadores psicanalíticos como Freud, Lacan ou outros, muito pelo contrário em certas cenas tais pensadores, principalmente Freud, é “abatido” como se fosse um bezerro com suas fracas teses de que na infância existem todos os elementos e respostas para as nossas atitudes quando tornamos adultos. Em alguns casos, como a de uma ninfomaníaca, tais atitudes e necessidades não surgem por lembranças ou fatos do passado; Acontecem simples e justamente porque nem todos somos iguais e a sociedade não permite através da sua burguesia hipócrita em aceitar determinados padrões ou tipos de pessoas. Como a própria belíssima protagonista menciona na cena em que a obrigam frequentar um grupo de ajuda para viciados em sexo: “Não sou viciada em sexo ( sou mais que isso e sem culpas), tampouco uma doente só porque essa sociedade burguesa politicamente correta quer que eu seja assim para me rotularem, sou o que sempre fui desde que nasci, uma ninfomaníaca quer vocês aceitem ou não e isso é que sempre serei e terei sempre orgulho de quem e de como sou”. O filme é sem dúvidas a continuação de um tapa na cara da sociedade, mais até que o volume I do filme cortado por questões ditas morais e comerciais e por isso feito em duas partes. Por esse filme coloco particularmente o diretor dinamarquês Lars von Trier no grupo dos seletos gênios do cinema em todos os tempos e sem dúvidas é o mais talentoso cineasta contemporâneo da atualidade. Tapa na cara e soco no estômago da sociedade é com ele mesmo, é o cara: Não tem igual e cá pra nós são esses tapas na cara bem dados e com contundências intelectuais e principalmente morais que nossa hipócrita sociedade mundial guiada pelas religiões e por consequência delas, nós também: homens e mulheres mais precisamos tomar (tapas de lucidez) para que esse mundo se torne um lugar mais agradável de se viver, porque do jeito que está não dá.

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