Philomena

Philomena, de Stephen Frears , no elenco com Judi Dench e Steve Coogan, EUA, 2013. Aos 79 anos e com problemas na visão a protagonista Judi Dench em ótima atuação , que concorreu ao Oscar de melhor atriz, mas não levou, era ajudada por sua filha para decorar os textos da sua personagem, mas logo de cara ficou interessada em fazer o filme por se tratar de fatos reais. Os fatos foram ocorridos entre os anos de 1950 a 1960 na Irlanda, onde meninas que engravidavam eram obrigadas a trabalharem em conventos católicos para cobrir os custos dos cuidados que as freiras tinham com os bebes. As “meninas-mães” tinham uma hora diária para ficar com seus bebes e depois voltarem as suas rotinas de escravas no convento como domésticas. Pensavam as jovens mães que as freiras estavam dando uma força para elas, ajudando a criar suas crianças, já que todas eram abandonadas por suas famílias após a descoberta da gravidez. Mas isso era mero engano; As freiras comercializavam esses nenéns para serem adotados por famílias norte-americanas. Estima-se que mais de vinte mil crianças tenham entrado nesse esquema ilícito de adoção, e isso em números concretos, já que o filme é baseado em fatos reais. Porém voltando a ficção-real a nossa protagonista esconde esse segredo por cinquenta anos e por acaso do destino conhece um jornalista desempregado e este resolve contar o caso. De início o jornalista não se interessa pela história de cunho humano, pois só cobria pautas de política na BBC e achava uma perda de tempo escrever algo de “interesse humano”, porém como estava desempregado e entrando em depressão acabara por aceitar o desafio em tentar achar o filho da Philomena e registrar tudo em um livro. Com o jornalista e a Philomena querendo a mesma coisa: Os dois partem, a partir de uma pista, para os EUA, mas precisamente em Washington D.C. para procurar o suposto filho após cinquenta anos. Após chegarem a solo estadunidense começa uma peregrinação para achar este filho sumido, se é que tal ainda estivesse vivo, doente, drogado ou sem teto. O filme, que concorreu ao Oscar , mas não levou, é emocionante porque vemos e sentimos a dor da perda e o poder altruísta do perdão através da sua protagonista. As cicatrizes em um rosto de uma mulher idosa demonstram bem esses sentimentos por não saber como nem onde estava seu filho após meio século. Até a cegueira parcial real da protagonista serve como elemento para “caricaturizar” ainda mais a angústia dessa mulher que confiou cegamente na igreja católica, e talvez por isso, teve uma história de vida tão trágica em que só lhe restava perdoar o imperdoavél. Não se trata definitivamente de um filme com um final feliz, porém é importante ser visto por se tratar de um fato real praticamente esquecido ao longo dos anos.

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