Francis Ha

Francis Ha, dirigido por Noah Baumbach, EUA, 2013. A maturidade por vezes tende a chegar, e o pior, muitas vezes nem chega. Temos como protagonista uma mulher na casa dos seus trinta anos e que ainda não sabe o que quer da vida. De algumas coisas ela gosta e de certo modo se empenha a avançar, mas falta-lhe foco para galgar voos maiores. Sempre relapsa Francis faltava ensaios na escola que pretendia pedir um emprego de dançarina. Para Francis a vida e as relações humanas eram complicadas. Por ser uma mulher que se entregava sempre de coração aberto às pessoas, por vezes se decepcionava ou até mesmo esperava que “se entregassem” para ela também, assim como fazia. Mas a vida, transportada a essa ficção, não é simples mesmo sendo que necessariamente carecemos de amadurecer, e melhor que isso por bem, ou seja, sem muitos traumas. A nossa protagonista era uma menina-moça alegre que beirava a infantibilidade com as brincadeiras que fazia com os amigos ou simples e puramente dançando na rua com um deles. Também como não tinha grana ficava pulando de casa em casa dos amigos, passando uma semana na casa de um e outra na de outro. Como fazia o papel de psicóloga os amigos sempre a acolhiam para contar as picuinhas de suas vidas monótonas cotidianas. De certa maneira os amigos via Francis como uma mulher que ainda não sabia o que queria, mas também sentiam uma pontinha de inveja pelo desprovimento da moça de fugir dos padrões e estereótipos em que eles tinham que suportar para pagar seus alugueis e luxos desnecessários, que nós próprios capitalistas, acabamos por criar e achar como indispensáveis, o que na realidade são. Percebemos um certo distanciamento da Francis em relação a sua família de modo que seus amigos mais que nunca eram essenciais para a sua vida. E assim: De dúvidas após outras dúvidas e algumas dividas Francis ia caminhando sem se esquecer de quem era e o que queria colocar como fundamental em sua vida, que em seu caso era a dança. Sem dúvidas um filme que nos envolve e salva a cena underground norte-americana atual por lembrar a Nouvelle vague dos filmes dos gênios Goddard e Troufaut.

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