Roda Gigante
Roda
Gigante, escrito e dirigido por Woody Allen, EUA, 2018. Se este gênio cineasta octogenário não se incomoda em fazer uma obra fílmica por ano, quem sou eu para
não assisti-la e após, comentá-la. Como quase sempre o protagonista é
feminino, e também devido ao seu passado, os petralhas de plantão sempre
associam tais protagonistas com os casos de assedio sexual contra menores que o
diretor teve. Noves dentro- bola fora, cabe a nós enveredarmos sobre as nuances e estorietas do filme, e
não no passado de gostos duvidosos do diretor. Dito ou escrito isto, vamos ao
que interessa: estamos em uma cidade praieira estadunidense nos anos 1950.
Nossos personagens centrais moram,literalmente, dentro de um parque de
diversões; daí o nome do título da obra. A protagonista é uma mulher de meia
idade, que já foi atriz, e hoje trabalha como garçonete de um restaurante
especializado em ostras frescas. Seu marido, um sujeito taciturno, é dono de um
carrossel embaixo da sua casa. Tudo segue bem tedioso até que o narrador da
estória, e também salva-vidas e mestrando em artes cênicas, tem um caso com a
protagonista. Ouvi bastante gente cravando que trata-se do maior papel da carreira da Kate
Winslet. Não compartilho de tal ideia, acho até que no próprio filme existe outros atores melhores
que ela, como por exemplo: sua step-daughter. Esta que “sai corrida” da vida do
seu esposo: um mafioso italiano, e finca território na casa do seu pai, agora
com sua step-mother e ainda um filho, somente dela, que não se cansa em ir ao
cinema e literalmente fazer fogueiras em todos os cantos para ver sua fase
entre as chamas, ou seja, um moleque bem estranho. O atrito narrativo se
desenrola quando o mesmo salva-vidas, narrador e amante da protagonista, começa
a dar bola a mais nova moça desquitada do pedaço: a enteada da sua madura amada. Ciúmes e enxaquecas que só as
mulheres, e Woody, entendem dão ritmo a uma narrativa frenética com o Jazz de pano de fundo, ritmo musical paixão do diretor. Ritmo este que na verdade mostra a essência dos homens: sim, falei dos
homens de uma maneira mais arbitrária e geral. Fato é que esta tríade amorosa se desenvolve através de diálogos inteligentes e sarcásticos, ao mesmo tempo. Filmes de Woody Allen nunca serão perda de tempo, pelo contrário: trata-se , sempre, da tentativa de entendermos as mulheres, se é que isso é possível, e ainda caso saia da sala sem entender patativas do sexo feminino, ao menos verás uma boa narrativa contada com o carimbo de qualidade de um dos melhores cineastas que ainda se encontra na ativa.
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