Faroeste Caboclo


Longe de mim querer ser desmancha prazer, mas o filme nacional que conta a estória de uma das mais importantes músicas do rock nacional é ruim e isso não tem como negar. Faroeste Caboclo, do esforçado diretor René Sampaio, Brasil, 2013, consegue estuprar a canção do Renato Russo. Talvez por ter sido o primeiro longa do diretor, mas como critico tenho o papel de escrever: o filme é uma merda: nem sequer consegue ser fiel a letra metendo cenas inexistentes e cortando outras importantes, portanto estupro é a melhor palavra em simbolizar o tremendo equivoco cinematográfico. Por entrevistas pescadas antes de conferir o filme o seu protagonista afirmara que João do Santo Cristo seria o alter-ego de Renato Russo. Isso de fato é verdade, porém a forma como o alter-ego se fez é que pegou mal, não pela atuação do baiano Fabrício Boliveira em seu primeiro papel de protagonista em sétima arte (ele até que se sai bem), mas pelo alter-ego ser tão pastoso no sentido de ser um humano tão frágil e mentiroso. Quando ouvia a música o João do Santo Cristo para mim era um puta super-herói, não aquele personagem que presenciei no cinema em uma pré-estreia vazia. Gostei da ousadia do diretor em colocar duas épocas: uma na infância e outra no tempo atual do seu protagonista com outros personagens da trama: deu um ar frenético a fita e isso sim lembrou a música. Outra coisa que me deixou totalmente amargurado fora o fato do antagonista da trama ser um completo idiota, devidamente vivido por questões de roteiro pelo ator Felipe Abib. Quando ouvia a música imaginava tal antagonista (o Jeremias maconheiro sem vergonha.. ) como um cara esperto, arteiro e comedor de mocinhas , não o panaca do filme que só queria cheirar cocaína. Enfim: foram tantas as decepções por assistir uma coisa que tanto significou minha adolescência que não tenho como escrever bem dela. Aos críticos de cinema: vamos tentar ser menos puxas-sacos e mais honestos com o nosso cinema, pois só assim conseguiremos nos aproximar da Argentina, nem que seja um pouquinho, em qualidade. Li algumas criticas valorando esse filme. Pra que isso: onde vamos chegar com tanta bajulação, por acaso alguém paga vocês para falar bem de um filme “estuprador” como esse?  Acho que não e a única forma de crescer nosso cinema tupiniquim é contar a verdade. Fora tudo isso a Issis Valverde continua linda fazendo a Mária Lúcia.

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