Beije-me Outra vez


Para quem não viu em 2001, a comédia romântica italiana O Último Beijo que fez sucesso ao narrar as dúvidas de Carlo (Stefano Accorsi) às vésperas de seu casamento com a namorada grávida, Giulia (Giovanna Mezzogiorno), pode ficar voando no início dessa continuação do diretor Gabriele Muccino em Beije-me Outra vez, Itália, 2010      ( sim : demorastes três anos para chegar no Brasil), mas se percebe a intenção (ou a falta dela) da comédia dramática, de modo que dá pra conferir sem ter visto o primeiro filme em 2001. Deste de 2013, agora todos os personagens já com seus quarentinhas anos de idade, pode ser definido como uma novela mexicana à moda italiana. Com suas 2:20hs de projeção vemos dramas comuns passeando sobre nossas íris como: um homem que tem espermatozoides atrasados, ou outro que é pai e não conhece o filho por ter sido preso, ou uma mulher que adora cavalos e talvez por isso queira um marido mais viril moral e sexuadamente e por isso o traí ou até um outro personagem esquizofrênico que insistia em dizer que “aquilo” não era com ele e volta e meia parava de tomar seus remédios que o deixavam sociável e vivo. Tem ainda os personagens centrais da comédia que estão no processo de separação, com divórcio, divisão de bens, filha, etc., e ainda assim tem dúvidas se realmente querem se separar ( daí fiz a singela ligação com as novelas mexicanas e seus casais “ioiô”, ou seja, ficam e voltam e voltam e ficam ). No inicio do filme já temos uma ideia do que nos aguarda com a indignação do personagem central de estar se separando da esposa e esta já ter outro, porém ainda usar seu sobrenome. O detalhe é que ele já tinha outra também, pois como diz o ditado: “a fila anda”, mas não admitia que a ex-esposa tivesse . Com essa introdução aos cinco minutos de projeção percebi que se tratava de um filme machista baseado em calcanhares católicos, mas como queria treinar o italiano aguentei firme até o final. Se for para indicar: não indico, mas se não tiver mesmo nada pra fazer é bem melhor que a sessão da tarde e ainda dá para se deliciar com o idioma mais belo do mundo para se ouvir. Todavia mais uma vez um filme italiano não convence (a mim e a muitos críticos); eles são ruins mesmo em fazer filmes, ao menos os atuais sem querer colocar no mesmo balaio cineastas como Frederico Felinni e Guisepe Tornnatore, porque aí já é outra estória.

De qualquer maneira Beije-me outra vez nos traz cenários belíssimos da Itália e dramas existenciais nobres dos seus personagens já maduros, então você decide se vale conferir ou não, já sabendo que não irá ver uma obra de arte de um Tornnatore, como: Barria – A porta do vento ou um: Ladrões de bicicleta do Fellini.

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