Hoje
Hoje, 2013, Brasil, Da Tatá Amaral e produzido por sua filha, fruto de um
relacionamento com um ativista contra o regime ditatorial no Brasil. E as
aparentes coincidências não param por aí. A obra se desdobra e se percebe como
uma auto-cinebiografia. Se trata de um daquele filmes em que sua diretora o faz
para se livrar de fantasmas passados. Conta a história de uma paulistana que se
vê mudando de casa, o filme todo é nesse período da mudança, empacotando caixas
e mais caixas, só que esse dinheiro é fruto de uma grana que ela ganhara por
indenização pela morte do seu companheiro, que repentinamente aparece como um
morto-vivo, e ainda por cima uruguaio em que se entende muito pouco pelo o que
fala devido ao sotaque carregado portunhol. A habilidade da Tatá Amaral em
criar cenas em um lugar fechado é magistralmente construído de modo que o filme
não fica monótono mesmo a estória sendo de uma mudança comum de apartamento
protagonizada por uma mulher aparentemente esquizofrênica ( Denise Fraga ). Se me perguntarem o porquê
de tal filme ter ganhado tantos candangos no festival de Brasília passado
incluindo melhor filme e atriz, não saberia responder, talvez apostaria pelo
cunho político que envolve ainda os tentáculos maus resolvidos nos tempos da
ditadura militar nacional. Em nenhum outro festival a obra fora sequer
lembrada, isso só justifica a quantidade de prêmios que ganhou no festival da
capital federal.
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