Cosmópolis

Cosmópolis, de  David Cronenberg, França, Canadá, 2012 com Robert Pattinson.  O capitalismo já não existia, ou quase estava no fim, nesse futurístico ano na cidade de Nova York. Um executivo queria cortar o cabelo no outro lado da cidade, porém isso não é possível perante o caos instalado com o fim do sistema econômico. O protagonista da produção é o mesmo da saga Crepúsculo, porém nem de longe o lembra e ainda bem. Trata-se de um dos poucos milionários ainda existentes e com menos de trinta anos. Trata-se também de um nerd total onde fizera sua fortuna acordando e dormindo em cima de telas de computadores. Intrigante é como o diretor Cronenberg descreve a sua vida. Com ele tudo é feito em sua limusine, desde negócios, consultas psiquiátricas, urologistas e até sexo. Sua vida se reduz a sua limusine e ao grande caos com o fim do capitalismo. Ele, no entanto se mostra numa capa protetora a todo esse caos instalado pela cidade, e essa capa é a sua limusine e sua grana. Cosmópolis além de ser demasiadamente instigante pela frieza de seu protagonista, e também de certo  modo enigmático a propor um personagem central tão desprovido de sentimentos, porém ainda assim com uma capacidade de nos prendermos a pensar o que ele pensara durante todo aquele tempo em que queria atravessar a cidade para cortar o cabelo. Seria uma bobagem dele, já que tinha um cabeleleiro a dois quarteirões donde ele estava? Acho que não, o fato de ele querer atravessar a cidade para cortar seu cabelo explica de certa forma o último respiro do capitalismo naquela fictícia época, pois para o capitalismo não se pode existir medidas de limites, mesmo sendo impossível alcançá-los, como o protagonista queria cortar a porra do cabelo do outro lado de uma cidade totalmente tomada pela anarquia da quebra do regime econômico.  Muitas as idéias que nos geram percepções em que o diretor emprega ao filme como, por exemplo, o rato ser o símbolo anticapitalista visto em praticamente toda a fita ou a certeza do prodigioso protagonista do mundo financeiro em que estão querendo vê-lo morto assim como o seu sistema estava indo. Existem filmes que somos intimados a conferir pelo nome do seu diretor e esse não foge a regra.

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