Dentro de casa (Dans la maison)


Dentro de casa (Dans la maison), François Ozon, França, 2013. Com um ar “Nelsonrodriguiniano” a trama nos envolve do inicio ao fim e a em muitos momentos nos vemos na pele dos seus personagens. A estória se gira em torno de dois desejos: O de um aluno que deseja adentrar-se na casa e nos hábitos de um colega de classe mais privilegiado financeiramente e de família completa ( entenda-se com isso: pai, mãe e filho); E o segundo: um professor de literatura dos alunos que vê um potencial escritor naquele que invade a privacidade familiar do outro a fim de escrever o que se passava por lá. As redações começam a aparecer ou os laudos das percepções do aluno invasor e já comcomunado com seu professor frustrado de literatura por não ter tido talento de ser escritor e por isso se envolve no caso, pois vê que o aluno que escreve tem potencial para o oficio que ele não tivera capacidade para isso. Dessa maneira a privacidade familiar de uma família de classe média vai sendo escrita pelo aluno e lida por seu professor e sua esposa. Capítulos e mais capítulos são detalhadamente escritos por um garoto de 16 anos que mora com um pai inválido ( em cadeira de rodas, ou seja, inválido total, de modo que o garoto tinha de ser uma babá para o pai ) e sem mãe. Talvez pela falta de uma mãe ou pelos hormônios da idade o garoto começa a ter desejos pela mãe da família espionada, ou seja, pela mãe de seu colega de classe. Tudo isso é acompanhado e curtido através das cartas lidas pelo professor que até então não imaginaria o quanto pode ser oneroso quebrar regras éticas de trabalho. Quebrou-as tanto que para continuar lendo as estórias roubou uma prova de álgebra para que o garoto continuasse a freqüentar a casa da família e escrevesse mais sobre os detalhes dela. De fato o garoto tinha o dom da escrita, mas não só esse. Talvez pelo fato de ter tido obrigações para com seu pai desde cedo e ter visto sua mãe ir embora de casa por não agüentar a rotina de um casamento o garoto se envereda pelos caminhos da sedução por mulheres mais velhas a fim de, talvez, preencher o vazio que sua mãe o colocara em sua vida. A trama expõe para quem a vê, um amadurecimento por parte do garoto “ a casca”, ou seja, se aventurando, conhecendo o que é para conhecer e conhecendo o que não é para não conhecer, nem tocar. A sua personalidade vai se moldando toda vez que ele se adentrava na casa do seu colega e via um mundo que não era seu, um mundo que há um ano ele desejara conhecer, e de fato conheceu se divertindo. O final da trama é arrebatador, mostrando que nada é seguro, nada mesmo. Belo filme.




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