Pieta

Pieta, Ki-duk Kim, Corréia do Sul, 2013. Existem certas circunstâncias em vida que são de fato irremediáveis. Esse é o tema central do drama vencedor do leão de ouro do festival de Veneza em 2012 e que chega agora em nossa cidade para conferirmos. O drama é de uma mãe que reaparece depois de 30 anos a fim de “salvar” ou somente conhecer seu filho; este que o deixara ainda com o cordão umbilical em uma típica depressão pós- parto e com o argumento que era deveras imatura na época do acontecido. Com 30 anos de idade qualquer cidadão, ou a sua maioria, já tem sua personalidade formada, e o filho a tem, e de fato forte ( a sua personalidade), trabalhando como um agiota onde quando seus miseráveis clientes não tinham dinheiro para pagar uns juros de 10 vezes mais das suas dividas os seus corpos vinham como forma de pagamento, aleijando-os e pegando o dinheiro de seguro de vida para cobrir a divida. O filme sul-coreano é seco assim como é o seu povo que de uma hora para outra estouram e depois voltam com aquele ar de superioridade espiritual típico dos povos "de olhos puxados". O drama coloca em xeque o quanto vale o valor do dinheiro e o que ele provoca. As respostas são: raiva, inveja, rancor, ciúmes, infelicidade, ira, mentira; Enfim tudo de ruim que existe no homem é porquausa do dinheiro, mas como viver sem ele, eis a pergunta que fica no ar do merecido filme ganhador do festival de Veneza ano passado. Por ironia ou coincidência o protagonista ( apesar de mais magro ) é bem parecido com o ditador norte-coreano Kim Jong-un( cinéfilo assumido ) que assusta o mundo hoje ameaçando lançar mísseis na Correia do Sul, Japão, Havaí nos Estados Unidos e tudo que estiverem próximos deles. Coincidências ou ironias a parte o ar visceral do seu protagonista envolve e mexe até com os mais céticos no tocante a relações familiares e a maldade humana. Como escrevi no inicio: tem coisas na vida que não tem volta, talvez um certo “ acertamento” de coisas que fizemos mal ou não fizemos, mas a vida é linear e contínua sempre, isso de fato nunca mudará: o curso natural e contínuo da vida que implica em causas e conseqüências mais cedo ou tarde. Um filme com um teor de sensibilização raramente visto e merece todos os prêmios que ganhou , apesar de corrermos o risco de ficar pensando nele durante um bom tempo.




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