Impressões do Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro

 O festival de Brasília, como é sabido por todos, tem uma pegada política forte  e por isso é considerado como o mais importante do Brasil. Este ano em especial, pela crise política que o País passa, a tensão política estava  mais no ar que doutros anos anteriores. Como também é sabido , a participação do público nas sessões ès devera intensa , de modo que por vezes até atrapalhava um pouco na vista das obras fílmicas devido ao clima hostil político que passamos e os nervos exacerbados. A participação é sempre bem vinda, ou gritar se gostou ou não, porém os limites por vezes e pelo momento político, alguns muitos exageravam nas doses de sei lá o quê e tornavam-se personas chatas, pelo entusiasmo. Ou seja:gritavam sem nenhum entendimento técnico achando que estavam num parque de diversões. Penetras intelectuais a parte, estes que me refiro ao povo e não aos especialistas. Fato é que gostei da energia pulsante das sessões e seus gargarejos, que são momentos antes de uma sessão começar ou o intervalo de uma sessão a outra, já que os filmes iniciavam as 15:00 hs e acabavam 00:30hs. Sobre a escolha dos filmes, acho que em 70% delas foram felizes, e alguns filmes, cerca de 30%, não tiveram o perfil de víeis político do festival Candango, mas no geral os filmes foram bens escolhidos. Achei  basicamente isso: um festival político, e por vezes com o rabo preso por um dos mais importantes dos seus  patrocinadores,  a TV Globo, mas que no final do balanço das seleções dos filmes, a sua maioria tinha um qualidade de bom nível, e isso meio que apegava a rede Globo e outros patrocinadores que nada tinham a ver com a vontade de democracia brasileira atual, e isso lembrando que não sou nem esquerda nem direita, minha onda é somente a arte pura, se é que isso é possível. Até ano que vem Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde em especial, nesse ano a seu histórico o salvou, porque encheu bastante o saco todas a vezes que os realizadores subiam no palco e primeiramente gritavam: FORA TEMER e depois então lembravam dos seus filmes. Ou seja: este ano a política esteve na frente da sétima arte, e isso em minha concepção não deveria ocorrer dessa maneira, afinal estamos em um festival importante de cinema ou num comício de partidos do PT ou da esquerda( se é que essa ainda existe...). Que isso ano que vem , neste aspecto , o festival seja diferente e que também seja convidado para cobri-lo(hehe), porque apesar do clima pesado que o país se encontra politicamente , o festival de Brasília ainda será o festival de cunho mais político do Brasil, e consequentemente  também o mais importante e interessante festival do cinema brasileiro. Martírio não ganhou como melhor longa, como pode isso? Certamente por questões políticas do novo governo federal vigente, assim como Áquarius não foi indicado ao Oscar; cultura é cultura e política é política , então não vamos misturar uma coisa  com a outra, porque a arte, mesmo sendo a sétima, não merece retaliações.

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