Espaço Além - Marina Abramovich no Brasil

Espaço Além - Marina Abramovich no Brasil , dirigido pelo brasileiro Marco Del Fiol , sem divulgações de ano e país produtor. O filme é uma experiência sensorial única, antes mesmo de se prestar a ser um documentário que conta a trajetória da Marina, que veio ao Brasil por estar na merda , segundo próprias palavras suas, por ter recebido um par de chifres. A cineasta e também artista visual performática é vista com desconfiança por exagerar na dose em suas experiências artísticas. A última que aprontou foi numa Bienal de reconhecimento mundial onde a artista se colocou fazendo parte da sua obra criada por setecentas horas sentada em um banco em volta de um plástico que cobria o móvel. Na sétima arte a Marina ainda é flor a desabrochar e, talvez por isso, as portas estão abertas. Como mencionado a experiência da obra fílmica ocorre a partir de uma necessidade de cura da autora. Vem ao Brasil e para Em Goiás, em Goainésia:terra de um méduim que é mundialmente conhecido por fazer cirurgias sem anestesiaria ou algum aparato médico, o João de Deus. Para ele bastava uma faquinha afiada e a fé de quem ia lá por já ter ido em todos os lugares e não conseguir a cura; enfim a fé remove barreiras literalmente, e nesse caso, removera-se a faca e ao desemperro da morte. Após a experiência Marina percorre Brasil Afora:vai nas chapadas dos Veadeiros e Diamantina, Paraná ( onde conhece o Ayuasca ), Cachoeira no recôncavo baiano e a força do candomblé e por fim As Gerais de Minas com seus cristais. O filme dá um verdadeiro rolé ( ou rolê, dependendo de qual parte do país) pelo Brasil espiritual. Quando comento desse filme por boca sempre acabam me fazendo a mesma pergunta:"Mas e aí, ela se curou do amor não retribuído ?" . Olha se teve uma coisa que raparei foi exatamente isso. Ou seja: o documentário é deveras sensorial que embarcamos na viagem espiritual da Marina, e de fato, ficamos mais preocupados com os processos e não com fim ou a sua finalidade de curar ou não curar. Alias o filme não fala nada de cura, documenta uma pessoa que está com problemas ( seja estes ficcionais ou não) e corre atrás de curas alternativas por seu alto grau de sensibilidade que para os médicos, é demais. Uma experiência interna de uma desconhecida que pode servir para qualquer um, belíssimo documento em tela que ainda pode ser visto no cinema em sua última semana em cartaz, então corre lá e vai transcender.

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