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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Jaguabronw

O interesse pela arte surgiu desde muito cedo, aos oito, sete anos de idade. Sabia que queria as artes mas não qual delas ou qual dela. Até hoje não sei, porém as coisas estão mais claras agora do que antes. É segunda de carnaval, e para um bom baiano como eu, carnaval é uma data a ser respeitada, ao menos. O criar das artes plásticas é bem diferente de fazer um conto ou um curta metragem, por exemplo. Nas plásticas você consegue ser mais solto, se todavia, tiver elementos para poder criar após isso. Todas as artes são complicadas assim como um atendente de banco fazer uma prestação de serviço a um cliente, enfim a vida é complicada independentemente da profissão que escolher, pois o ser humano tem a divindade e profanidade de complicar o que não é ou estar complicado. Tentei uma vida de surfista, mas esta implica em muita competição de modo que cai fora quando percebi que a parada seria muito mais física que espiritual. Parei de pegar onde quando um local barrigudo ameaçou me dar uma

Vikings – Metade da Quarta Temporada

Vikings – Metade da Quarta Temporada , da History Channel, 2017. Estou escrevendo  sobre cerca de dez capítulos que giram em média de cinquenta minutos cada. Ou seja: em metade da quarta temporada estamos falando em quase dez horas de duração, nem mais nem menos que isso, ou seja, uma baita duração e com muitos elementos e serem resenhados. De suma vemos a derrocada do rei Ragnar após o seu confronto com a Francia ( França ), que teve de se fingir de morto, igual ao presente de grego, para entrar na corte e matar um dos seus principais líderes religiosos católicos apostólicos romanos. Após o feito os nórdicos se retiram da França, com muitos bens materiais, escreva-se de passagem, e voltam as suas terras. A partir de então a quarta temporada segue com um novo líder: o filho mais velho de Ragnar, este que se refugia “no nada de uma terra de neve” para provar a seu pai e a só mesmo que conseguiria sobreviver sem a ajuda materna e de ninguém. Na jornada o jovem se autoconhece a mata um u

La La Land: Cantando Estações

La La  Land : Cantando Estações , dirigido e roteirizado por Damien Chazelle , EUA/ Califórnia, 2017. Esperei o Oscar acabar para escrever esta crítica, e deu Monlight como melhor filme após o apresentador ter mencionado La La Land como vencedor, isto é, um papelão sem precedentes na cerimônia do Oscar. Como não vi Monlight resenharei o filme ganhador de melhor atriz e melhor direção para um prdi[ígio de apenas 32 anos de idade: La La Land . Sonhar é bastante bom, não achas? Todavia a vida real é bem diferente do que você queria ser. Por exemplo, quando criança estava convicto que seria um Zico devido a paixão pelo esporte, porém logo vi que “Zicos” existiam de montão e em boa qualidade. La La Land conta a estória de dois sonhos: a de uma atriz que serve café querendo o estrelato em Hollywood e a de um pianista que sonha em salvar o Jazz original, de raiz. Uma coisa que me intrigou e de certo modo passou batido até agora fora os diálogos do ator coadjuvante. O cara sempre quando

Os Contos de Canterbury

Os Contos de Canterbury (I Racconti di Canterbury, FRA/ITA,1973). Direção: Pier Paolo Pasolini. O clássico reestreou, com cópia nova, na Sala Walter da Silveira e ficou em exibição uma semana antes do carnaval. Os mais atentos conseguiram ver( na minha sessão tinha seis cabeças somente), o que implica em uma nova exibição do filme após o Carnaval aos desavisados. Originado nos relatos de Chaucer, o filme faz parte, com Decamerão e As Mil e Uma Noites, da Trilogia da Vida de Pier Paolo Pasolini ( todas vistas em uma única tarde-noite em sequência, mas que só expandiremos mais a obra fílmica “Os Contos de Canterbury”). Podemos afirmar que a trilogia trata ou cuida-se da exaltação da vida no seu mais puro fervor, a após renegada pelo diretor, que fechou sua carreira com o soturno Salò, filme violento e de maus presságios, porém incontornável para o bem e para o mal, escreveria que muito mais para o bem do cinema de todos os tempos.  Assim como Decamerão e As Mil e Uma Noites, também em

Viver e Evoluir.

O equilíbrio da mente humana é o grande desafio para nós. Mas será que a mente humana tem esse valor e capacidade para nos colocar  em “equilíbrio”?. A minha resposta é não: temos não a capacidade de nos equilibrar naturalmente. É necessária uma química a mais, e por mais politicamente incorreto que essa afirmação possa ocorrer é a mais pura verdade. Ou seja: para criar algo de impacto e novo é preciso romper com o pré-estabelecido, isto é, formar novas formas de pensar , e isso por mais difícil que seja até para um professor que tem um semestre inteiro para tal função, haja vista um simples estudante de graduação em língua estrangeira com seus amigos-alunos semianalfabetos sob três dias em seu suposto comando. Não sei se serei um professor remunerado algum dia, mas acho a tarefa dificílima, não impossível. O povo brasileiro não é desprovido de inteligência, mas sim de oportunidade de aprender o que o mercado não exige ainda, que é o português bem falado e principalmente escrito.

Pertinências Alfandegárias

 Maconha ou Cocaína, e aí  qual você prefere? Uma droga é a oposta da outra, isto é, enquanto a cocaína de joga pra cima sem cinto de segurança, a maconha em contrapartida te deixa cravado no chão como o filosofo Sócrates. Mas existe algum paralelo que pode linkar essas duas drogas? Os efeitos químicos são diferentes , enquanto uma te atiça outra de deixa pensativo, mas também agindo em sua mente. Ou seja: as duas te tiram do lugar comum, na forma cotidiana de agir e pensar. Estatística é que Cannabis e Coca são ainda as drogas mais consumidas do mundo. E porque isso acontece? Não sei, vá perguntar aos Deuses ou aos Diabos, sei que é hipocrisia afirmar essas drogas são te dão mal-estar, caso contrário porque seriam tão disputadas? A verdade é que as pessoas querem passar por outras experiências para a fim de saber de fato quais são as delas ou quais experiências fazem a “ cabeça” delas? Existem as drogas não usadas, mas sim as absorvidas, que com o tempo e obstinação perante disciplin

Valsa para Bruno Stein

Valsa para Bruno Stein , de Paulo Nascimento, Brasil, 2008, com Walmor Chagas. Embora seja do interior do Rio Grande do Sul com quase a divisa com a Argentina o filme nos remete ao provincianismo do Brasil, do Oiapoque ao Chuí ,sem exceções. A narrativa do enredo é singular e simples como todo interior brasileiro: tem-se um patriarca e por consequência quase ou totalmente necessária seus parentes posteriores, tais como filhas, sobrinhas e netos. Uma geração entende o mundo de uma maneira, já outra quer sair daquele fim de mundo para ser dono do seu nariz, já que no interior isso é mais difícil. Não foi o último trabalho do protagonista, porém talvez um dos últimos e precebemos nada sobre a questão do seu suicídio. Quando uma pessoa quer dar cabo de sua própria via é porque a coisa tá muito feia, mas muito feia é a personagem que o Walmor Chagas faz: um patriarca do século passado que mantem a todo e qualquer custo as tradições e modos de como conseguira fazer a sua pequena fortuna int

A Qualquer Custo

A Qualquer Custo,  dirigido por David Mackenzie, EUA, 2017. Em primeiro olhar vemos um filme de faroeste moderno, todavia se focarmos melhor na obra observamos nitidamente a crise financeira que passou os EUA em 2008, e por isso elegeu o Trump para colocar a casa em ordem e criar mais empregos a um país que se desmoronou economicamente enquanto o resto do mundo pensasse que estivesse tudo ok. Nada é à toa: imaginem eleger um Trump da vida se as coisas não tivessem bastantes ruins por lá. Verdade que a Hilary Clinton, sem carisma algum, ajudou muito para eleger um babaca como o Trump, mas a pergunta é: o que será do mundo com um completo idiota no poder da principal potência mundial? Estamos apreensivos e nos perguntamos o porque dos cidadãos norte-americanos elegerem um cidadão como o Trump? Quem acompanhou os debates viram e perceberam que o Trump deu um show, principalmente nos debates, na Hilary Clinton e quando o resultado chegou nada se abalaram, porque já sabiam enquanto o mundo

Pais e Filhos

Se vivo fosse Kurti Cobain hoje completaria cinquenta anos. Embora não entendessem tudo ou muito via todos meus colegas de segundo ano colegial usando calças que pareciam cagados . Claro que aderi e adepto a moda grunge fui sem ,de inicio, conhecer o ritmo, era mais do Trash metal mesmo e idolatrava bandas como Sepultura e Ratos do Porão. Era tão fã do Sepultura que dei o nome de Max Cavaleira ao meu primeiro cachorro que tinha como prerrogativa ser meu e eu ser seu dono em todas as questões e quesitos possíveis e impossíveis de minha imaginação adolescente. Kurti, assim como outros, foram-se na idade dos 27, e eu que tenho já 39 ainda perduro e continuo na minha caminhada pra sei lá onde. A saudade desse e de outros é um dilema que tenho que carregar, afinal a vida continua e o show não pode parar, e isso ainda sem o risco de correr em ser piegas. As pessoas têm de ser felizes, porque não podem simplesmente serem tristes, porque isso é proibido? Quem é triste é mal compreendido class

Redemoinho

Redemoinho , dirigido por José Luiz Villamarim, Brasil, 2017. Em tempos tão difíceis politicamente com gestores públicos tão despreparados ( mas seriam melhores que os ladrões de todo o sempre?), o filme do Villamarim se torna muito necessário. Introduzi a política no início do texto porque o filme a abrange também, mas não só ela. A obra se torna tão necessária hoje em dia que o tema “política” é mais um entre inúmeros que o filme trata, afinal estamos destinados a viver sob a égide das constituições e sobre os plenos cotidianos de ir e voltar ao trabalho, respeitando as jurisdições as quais as empresas nos atribuem assim como “dar” certo montante ao INSS e a outros encargos sociais, ademais pagar impostos discrepantes e pulsantes em nossos alimentos poluídos para nos matarmos cada vez mais cedo com muitos alimentos transgênicos e impostos. Ou seja: morremos no bolso e no corpo comendo, mas se não comermos morreremos mesmo assim, então que metam agrotóxicos em nossos corpos , e

A Oeste Do Fim Do Ano

A Oeste Do Fim Do Ano , de Paulo Nascimento, Argentina/Brasil, 2014.  Estamos na Argentina em um velho posto de gasolina perdido na imensidão da antiga estrada transcontinental que é o refúgio do introspectivo Leon (César Troncoso). De poucas palavras, poucos gestos e nenhum amigo. Sua solidão só é apenas quebrada por um ou outro caminhoneiro eventual que passa por ali para abastecer. Ou pelas visitas sempre bem humoradas do sarcástico Silas (Nelson Diniz), um motociclista com ares de hippie aposentado.  O tempo passa devagar nas margens da velha estrada. Até o dia em que a enigmática e inesperada chegada de Ana (Fernanda Moro) transforma radicalmente o cotidiano de Leon e Silas. Aos pés da imponente Cordilheira dos Andes, segredos que pareciam estar bem enterrados vêm à tona, reabrindo antigas feridas e mudando para sempre a vida dos protagonistas. Esta poderia ser uma sinopse perfeita, mas ou todavia também seria "imprecisiva". Fato é que Silas como a mulher que acabara de

Bafta 2017

Melhor Filme - A Chegada, de Denis Villeneuve - Eu, Daniel Blake, de Ken Loach - La La Land - Cantando Estações, de Damien Chazelle - Manchester à Beira-Mar, de Kenneth Lonergan - Moonlight: Sob a Luz do Luar, de Barry Jenkins  Melhor Filme Britânico - Animais Fantásticos e Onde Habitam, de David Yates - Docinho da América, de Andrea Arnold - Eu, Daniel Blake, de Ken Loach - Negação, de Mick Jackson - Notes on Blindness, de James Spinney e Peter Middleton - Sob a Sombra, de Babak Anvari  Melhor Diretor - Damien Chazelle, por La La Land - Cantando Estações - Denis Villeneuve, por A Chegada - Ken Loach, por Eu, Daniel Blake - Kenneth Lonergan, por Manchester à Beira-Mar - Tom Ford, por Animais Noturnos  Melhor Roteiro Original - A Qualquer Custo - Eu, Daniel Blake - La La Land - Cantando Estações - Manchester à Beira-Mar - Moonlight: Sob a Luz do Luar  Melhor Roteiro Adaptado - A Chegada - Animais Noturnos - Até o Ú

Os Inquilinos

Os Inquilinos , dirigido, co-roteirizado e produzido por Sérgio Bianchi, 2010, Brasil . Se tem um filme que me marcou foi esse. Talvez também por viver em um bairro adjacente a outro periférico me identifiquei. Pois bem: trata-se de uma trama a uma família que vive muito bem em sua casa construída pelas próprias mãos dos seus moradores e eis que de repente surge vizinhos com hábitos bastantes estranhos, tais como: festanças a noite e chegadas repentinas com todos bêbados um brigando com o outro. Seria cômico se não fosse trágico, mas fato é que a situação vivida pela família protagonista da trama está longe de ser diferentes de muitas várias outras, então sendo assim podemos configurar que assistimos a realidade brasileira nua e crua da periferia dos grandes centros urbanos, e isto meio que respinga em nós que vivemos fora da periferia. Mas por elas ou pelas tramas das historietas. O protagonista do filme é um pai de família como tanto outros que trabalha de dia e estuda de noite para

Música e Vida

Estava com meus botões pensando porque a música é a mais apreciada das artes ou a mais popular. Primeiro que ela tem o dom de penetrar em nossas mentes de forma quase que instantânea. Vi alguém falando ou li em algum lugar que a música é a única arte que o homem cria e não pode controlá-la ; isso talvez responda o porque da nossa conexão imediata com ela. Jorge Mautner já dizia que Newton não inventou a teoria da relatividade com a tal maça caindo da árvore em sua cabeça acordando-o. Na verdade Newton ficou o dia inteiro trabalhando até desistir de descobrir a fórmula da teoria da relatividade. Jantou e após foi ouvir Bethoven e Sebastian Bah. Dormiu e no sonho, isto é, através do seu subconsciente ele descobre a fórmula da teoria da relatividade. Há quem diga que se Newton não ouvisse Bethovem e Bah as respostas não viriam no sonho. Ou seja: a música transpõe a nossa capacidade matemática: ela pega na alma e quando isso acontece coisas incríveis sucedem-se também. Amamos a música por

Entreturnos

Entreturnos , de Edson Ferreira, Brasil, 2014. O roteiro é até besta, afinal quem não viu um homem casado se apaixonar por outra: fato absolutamente normal. O que instiga neste filme é a forma como ele se apaixona. Temos como protagonista um cobrador de ônibus casado com uma mulher gorda e sem sensualidade alguma; resultado: é traída por outra que nem é tão bonita, mas tem o tal do Tcham, aquela coisa que o homem fica doido por querer: o remelexo, a provocação de um short curto, e mais a consciência que é um ser fêmea e por isso usa e abusa dos seus atributos genuinamente femininos. A trama fílmica se desenrola num romance a três: dois homens e uma mulher, sendo que esta fica grávida de um dos dois, fato este que desestabiliza a esposa do protagonista, mas filho colocado no mundo é sem chance de mudar. A mulher grávida, porém tem um passado conturbado com um presidiário pedindo-lhe dinheiro e com isso complicando-se, afinal não existe almoço grátis. O diretor é competente em mesclar o

Contracorrente

Contracorrente , de Max Gagino, Brasil, 2014. O diretor é meu amigo, porém antes de tudo prezo pelo papel de crítico de cinema. Entendo que o diretor sai de um lugar litorâneo da Itália, deixando parente em meio a crise europeia, e isso está retratado no filme, mas como tripé da direção ao público tenho que ser sincero: tanto a narrativa como também os personagens são demasiadamente fracos, o que o faz do filme também taxado como ruim. A história é de um italiano que vem a Bahia para se autoconhecer. É como ele fosse à Índia e esperasse que todas as suas respostas fossem respondidas. É lógico que o Max fez do protagonista ele mesmo, porém o diretor tem origens africanas e o personagem é um genuíno branco italiano, ou seja, não colou. Ainda assim  a estória se desenvolve com o italiano migrando à Bahia devido a crise e este se esforçando a aprender o baianês através de um amigo gente boa que o coloca nas mais diversas situações. Fato é que o italiano ganha o pão de cada dia dando aulas

Capacetes Brancos

Capacetes Brancos , Netflix, EUA, 2016. Este curta está na Netflix e concorrendo ao Oscar. A história conta o dia a dia da defesa civil da capital da Síria, Alejo, diariamente bombardeada pelos russos principalmente. A função dos capacetes brancos é achar sobreviventes em meio aos escombros dos prédios atingidos pelas bombas jogadas via aérea. Cerca de três mil homens recebem treinamento na Turquia para este tipo de trabalho. Eles Ficam um mês num curso super intensivo e voltam para a Síria para salvar vidas que diariamente precisam da sua ajuda. Agora vejam bem: é justo civis receberem a conta por "conta" de meia centena de terroristas? A Rússia não quer nem saber e quem tiver na capital da Síria é alvo para morrer. O curta é tocante e até certo ponto angustiante por mostrar nua e cruamente o trabalho dos capacetes brancos, onde em uma cena em especial eles conseguem salvar um menino de um ano de idade e este fica sendo como um amuleto para o grupo. No curta não disseram a

Décima Terceira Emenda

Décima Terceira Emenda , dirigido pela Ava DuVernay, EUA, 2016. Quando o documentário iniciou pensei que seria algo sobre o preconceito de raças e etnias, mas logo vi que tratava-se do sistema penitenciário norte-americano, o que também tem a ver com a raça negra, já que eles são em maioria naquele país como iguais outros, inclusive o nosso, Brasil. A Décima Terceira Emenda diz que todo cidadão norte-americano tem direito a liberdade após a lei da abolição da escravatura abolida pelo presidente Lincoln. O documentário, que concorre ao Oscar, vai a fundo ao quesito presidial daquele país onde a maioria das prisões é privada e existe, segundo a fita um empurrão, escrevemos assim, para prender mais e mais cidadãos, por supostos lucros que estas empresas teriam com um número maior de detentos, em na sua maioria: todos pretos, como diz a música intitulada por Haiti de Caetano Veloso e Gilberto Gil, que neste caso o “Haiti” não é aqui, mas sim lá. O documentário vai mais além disso desse tr

A Passagem

A Passagem , de Marc Dourdin, Brasil, 2013. Esse filme conta uma história atípica. Para dar um clima de velório Maria das Graças, uma negra forte de corpo e alma, é contratada para chorar diante do caixão do falecido (a). Não pense que é fácil chorar por alguém que você jamais conheceu: coloque-se na posição da Maria. Existe toda uma performance na hora de forçar o choro e dar o clima necessário ao velório de uma pessoa que, por vezes, não é tão querida e ninguém quer chorar por ela. Como diz o ditado popular: quem não chora não mama; e no caso da Maria das Graças se ela não chorar não ganha seu cachê, e não pense que é fácil entrar num velório com todos aliviados que aquele ente se foi e a Maria tem de fazer o papel de que aquele ente era querido e todos sentiam falta dele, por mais que isso seja mentira os parentes se apegam as poucas lembranças do falecido e entram na onda da Maria e começam a chorar com ela também. Não pensem que se trata de um trabalho fácil, mas todos nós temos

DDA

Sempre fui uma pessoa diferente das outras. Claro: todas as pessoas são diferentes, mas não me refiro especificamente a isto. Sempre tive a sensação de não pertencer a grupo algum, por mais que me esforçasse. Empurrei com a barriga esse fato até hoje achando normal esse meu jeito diferente por ser meio desligado das coisas e da vida e também por ter tanta gente assim como eu nunca diagonistiquei como doença o que tenho. Mas na real o DDA: distúrbio de déficit de atenção complica e muito a vida de quem o têm. Por exemplo, a pessoa que tem isso não saca quem é afim de você e entrevista de emprego então é sempre um desastre, pois para quebrar o nervosismo sempre ligo o agir de forma natural, e esse meu natural é não ligar pra nada e a pessoa se gostar de meu jeito que me contrate, mas por ser tão depreendido de tudo e todos nunca rola um trampo pelos empregadores me acharem um descomprometido com a sua organização. De tantos nãos em entrevistas de emprego fui aos poucos recorrendo às art