Os Inquilinos
Os Inquilinos, dirigido, co-roteirizado e produzido por Sérgio Bianchi, 2010, Brasil . Se tem um filme que me marcou foi esse. Talvez também por viver em
um bairro adjacente a outro periférico me identifiquei. Pois bem: trata-se de
uma trama a uma família que vive muito bem em sua casa construída pelas
próprias mãos dos seus moradores e eis que de repente surge vizinhos com hábitos
bastantes estranhos, tais como: festanças a noite e chegadas repentinas com
todos bêbados um brigando com o outro. Seria cômico se não fosse trágico, mas
fato é que a situação vivida pela família protagonista da trama está longe de
ser diferentes de muitas várias outras, então sendo assim podemos configurar
que assistimos a realidade brasileira nua e crua da periferia dos grandes
centros urbanos, e isto meio que respinga em nós que vivemos fora da periferia.
Mas por elas ou pelas tramas das historietas. O protagonista do filme é um pai
de família como tanto outros que trabalha de dia e estuda de noite para ter uma
vida melhor. A mulher por sua vez cuida dos filhos e da casa. Tudo vai muito
bem até a chegada dos novos inquilinos. A história é contada numa periferia da
grande São Paulo, mais poderia ser perfeitamente em qualquer outra metrópole brasileira
já que apresenta os mesmos problemas. A trama se desenvolve neste contexto novo
de vizinhos pra lá de cabulosos e de hábitos estranhos, que faz a vizinhança pensar
que eram bandidos já que vieram da favela ao lado. A trama se desenvolve em
meio a esses dois universos próximos e não muito distantes, embora os moradores
do bairro na não favela pensem diferentes, isto é, que são seres melhores do
que aqueles que vivem na favela e o tempo é o senhor a dizer que eles não
tinham razão. Ou seja: da favela ou próximo dela as situações são parecidas, o
que diferencia é o caminho de cada qual escolhe para a vida: ser o mocinho ou o
vilão, embora estes dois termos neste contexto específico sejam bem próximos ao
ponto de, por vezes, não enxergarmos quem é quem, já que os instintos de sobrevivência,
e isto bem expandido pelo diretor, sejam de fatos iguais, isto é, os instintos
de sobrevivência em uma terra sem mais lei onde quem manda é quem grita forte
ou bota mais medo na concorrência.
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