That kind Of Summer
That Kind of Summer (Un
Été Comme Ça), de Denis Cotè, Canadá-Québec, 2022, Ficção/137 min. Certos
filmes não obedecem ao padrão de início, meio e fim. Neste caso especifico do
longa o fim já se encontra no início, sendo o meio, o meio mesmo, e o início no
final. Cotè tem esta habilidade em nos deixar hipnotizados do inicio ao fim:
cada gesto, cada palavra de cada personagen tem significado, e seus
silêncios, idem. Falado em francês, temos três ninfomaníacas que entram num
retiro de 26 dias sem sexo, mas com direito a uma fugida do local. Três “ninfos”,
porém com diferentes personalidades exóticas.
Como apoiadores temos uma professora adjunta alemã e um psiquiatra argelino. A
estória acontece no Québec, então supõem-se que as três pacientes sejam canadenses,
já que não é explicado tal detalhe. Sobre as pacientes: uma é exímia desenhista
e curte substancias químicas , além de sexo, óbvio; talvez seja a mais normal
de todas pelo fato de ser artista, creio. A segunda paciente é uma mulher que
sofreu abuso sexual do pai, sendo que a característica de o pai deixar seu
esperma escorrer entre sua calça, ou seja, não gozar dentro, faz com a paciente
se torne desconfortavelmente nas relações sexuais onde seus parceiros façam o
mesmo que o pai: tinham que gozar fora para que ela “brincasse” com o esperma.
A terceira paciente é a mais jovem e a única profissional de sexo. O
detalhe igual das tres é que todas tinham crise de ansiedade , e o sexo se tornava como
válvula de escape, e então pensando e fazendo relações desta maneira, o sexo se
tornaria algo totalmente carnal. No filme não existe cura para ninguém, já que
nenhuma está doente; o que existe é um comportamento que deseja ser mudado, e
por isso elas vão ao retiro “não-sexual”. O que torna interessante do filme são
os mecanismos de poder que, tanto das pacientes como também dos doutores,
porque no final ninguém tem razão, nem mesmo os doutores tem certeza de que
quando surge o tesão, então porque não o aproveitar ? Filme do Denis Cote é sinal de inusitavelme para as nossas íris.
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