Palhaços do Rio Vermelho - O curta
Palhaços do Rio Vermelho – O Curta,
dirigido por Lilih Cury e produzido por Gorete Randan, Brasil-Bahia/2021. Desde
criança tive medo de palhaços e quando comecei a adultecer o medo parou e surgiu
algo pior, a indiferença:uma das piores característica do ser humano. Tal modo
de pensar mudara quando um palhaço, camuflado de DJ, me pregara uma peça. Não a
toa este palhaço é o sócio fundador do clube carnavalesco de palhaços do Rio
Vermelho, bairro boêmio de Salvador. Quem mora na cidade sabe que o bairro é o
ponto de encontro de pessoas interessadas e interessantes. Pois bem, em uma
noite na Borracharia , Rui , que além de palhaço é artista plástico, pega a
sonora da boate. Beleza até aí: um DJ novo na balada. A noite começou e
trocamos olhares, creio eu. O tempo se esvaía e o divertimento surgia, e Rui
então agira: de uma pra outra, de um Dire Strites foi colocado um Pablo, e
lógico que achei super estranho; então em sequencia ela coloca um Arnaldo
Antunes e quando achamos que tudo voltou ao normal ele coloca um brega rasgado,
e assim foi até amanhecer o dia para acabar com a balada. Este ato de Rui a
frente das cabines de música, já demostrara a sua natureza, ou seja, quando viu
alguém incomodado com algo, aí que ele pregou a peça: coisa de palhaço. Este
recorte diz muito sobre o curta, que ao parecer pode surgir um longa a qualquer
hora que um edital dê chance. O curta narra a agonia de cada ano em ter os
recursos para botar o bloco na rua, e narra também à alegria deste quando na
rua está. Ser palhaço é um ato revolucionário, claro, e sem eles o mundo se
emburrece: aprendi isto quando adulto.
Filme visto no XVII Panorama Internacional Coisa de
Cinema, que conta com mais de 80 filmes, e que está acontecendo no centro de Salvador, no
Cine Metha- Glauber Rocha, entre os dias 1 a 8 de dezembro.
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