Chico


Adoro ser brasileiro e ser nordestino, e baiano principalmente. Ter essa miscigenação de um Antônio Conselheiro com italiano e espanhol ao mesmo tempo, sem esquecer-se do laço indígena e lusitano: enfim ser brasileiro é o que fortalece: é o que nos faz ser múltiplos e diferentes dos demais. Por vezes ofusca e confunde, mas na soma geral vale mais que menos e a complexidade humana tende a agradecer, embora seja a maioria dos momentos complexos de entender tamanhas misturas. Para um amante de cinema, tudo isso é muito proveitoso: existem muitos universos a explorar, todavia a via racional tende a ser menos proveitosa, e racionalidade é necessária para a criação, também. O ser humano é bastante vasto, e cabe a ele, não ligar para o senso do ridículo se quiser criar, porque criar é se livrar de tudo racional: é mergulhar entre a loucura com a mínima sensatez para que aquilo que se cria torne agradável e útil para si e para os outros.  Tenho lido Chico Buarque de Holanda ultimamente e francamente o cara liga o foda-se para tudo o que lhe  é convencional: mistura a porra toda: música com literatura e tem a poesia como seu carro-chefe: só o interessa em ser um humano mais completo e melhor e cagou para as conferências que a sociedade o quer impor, por isso é Chico Buarque: faz o que quer, se quer jogar bola ou escrever um poema faz o que lhe achar melhor, e quando faz sempre suas poesias tem algo a encantar e suas peladas tem a alegria para que ele possa nos encantar escrevendo qualquer coisa que lhe venha a cabeça. Admiro pessoas com tal coragem ao ponto de se levarem deixar ao infortuito do julgamento de outras pessoas, isso acima de tudo é um ato transgressor e de ser humano evoluído. Viva Chico !

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