Joker
Joker, dirigido
e corroteirizado por Todd Phillips, com Joaquim Phoenix no protagonismo digno de Oscar, EUA/2019. Quando criança era ávido leitor
dos quadrinhos do Maurício de Sousa, e em especial os do Chico Bento: a persona
interiorana, e portanto mais “Macunainíca” do quadrinista. Sempre achei uma
babaquice colocar em um filme só, Batman brigando contra o Super-Man, ou os
dois em seus respectivos filmes, afinal como mencionei , nunca tive tal
interesse por essa cultura,apesar de sempre gostar de quadrinhos. Achei, junto
com Bacurau, Coringa como o melhor filme visto este ano, até então. E o filme é
muito bom porque, em momento algum, temos Batman e Robin na parada, apenas
Gothan City: uma espécie de Nova Yorque estilizada para os quadrinhos,
escrevamos assim. O filme não tem nenhuma relação com super-herói, pois o que
vemos é um ser humano comum com problemas neuronais que tenta, a todo instante,
vencer suas limitações para conseguir uma carreira no competitivo mercado de
comediantes. Além de ter que tomar remédios controlados para abster sua ânsia
por pensamentos negativos, o nosso Joker sofre de outra grave, porém inusitada
doença: a de não conseguir parar de dar risadas escabrosas quando se vê nervoso
diante um fato ou uma situação. Isso lhe dá muitos problemas, afinal existe
algo mais pertubador e inlouvável do que rirem de sua cara em seu frente sem
parar? Não existe tamanha humilhação maior. Que mande-se tomar no furico, que
xingue, que faça o que tiver e fazer, mas jamais tudo que fizeres será tão escroto
e sacana do que ficar rindo da sua cara sem parar sem motivo aparente algum.
Por isso que coloco este filme em outro patamar, pois trata-se da elucubração
mental de uma persona já desqualificada , e por isso, desprovida de uma atenção
maior; trocando em miúdos, ou neste caso em graúdos, pela caracterização de um
antagonista que , há partir desta cinebiografia , torna tudo ( até o irmão do
Batman, e este que tenha sido maior que o próprio irmão famoso, e por isso,
talvez, o tenha colocado como o “do mal” por motivos mercadológicos) , menos
inferior ao Batman junto com seu veadinho Robin. Entretanto vamos às cenas que,
com certeza, modificam todo o cartaz que fazíamos do Joker ou Coringa, como
preferirem. Inicialmente, ou melhor, já aos quarenta anos e ainda morando com
uma mãe enferma, e isto se faz magistralmente pelas lentes da fotografia. Fashes
backes nos fazem ver a formação daquele suposto looser social em sua infância,
mas só looser social, porque todavia nos demais requisitos humanos trata-se de
uma superiorização em todos os quesitos possíveis, tais como : empatia,
sensibilidade, carisma, inteligência e todas as congruências que pode imaginar
para formar uma mente humana classificada como enferma em algo de genial,
afinal dos pequenos frascos vem os grandes perfumes, ou melhor, através dos
próprios “desenganos” humanos é que vêm, com toda pomba e circunstância, as
melhores humanidades. Coringa é um desse perfume que nos embriaga a tal ponto
que saímos do cinema, convictos até, de que Batman de Cú é rola!
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