Deslembro

Deslembro, da Flávia Castro, Brasil/2018. A ficção tem um ar de “trés chique” por ser falada a maior parte do tempo em língua francesa, contudo ainda temos a espanhola e a língua portuguesa no filme. Temos uma garota como protagonista: magra, “aborescente”, mas com personalidade: e isso que importa, não a sua idade. Saímos de Paris ao Rio de Janeiro ( agora coloque uma saída à francesa mesmo, tanto é que em um take a protagonista está "prozeando" com seus dois meio irmãos e no take seguinte, um segundo ou dois após, já vemos a família toda subindo uma montanha com a trupe toda. Família esta constituída por mãe, pai e três pequenos, e não necessariamente os dois sejam os pais das crianças , pois estes, são refugiados políticos e acabam por perder seus companheiros nas batalhas das Ditaduras militares implantadas, sob forma de golpe, em quase todos os países da América latina e Brasil. Uns vão, outros chegam e uma nova família é constituída sob estes trâmites de conflito entre território, poder e pais “novos”, pelo fato dos primeiros sempre terem ido comprar cigarros e nunca mais voltaram; mas como explicar para uma criança que nem o corpo do seu pai você terá para obter uma certidão de óbito e ter direito em ir a uma excursão escolar? Não dá mesmo pra falar isso para uma criança, mas fato é que isso é a nossa história política: foi assim que aconteceu, muitos foram desaparecendo do mapa.
Existe um tom maneirista da protagonista, que provavelmente deve ser a estória da diretora, em que ela é a fodona e o centro das atenções, e o fato dela estar de volta a esse país de merda era algo de desmerecedor; enfim percebi um certo nariz empinado em que ela seria mais segura do que de fato era: provando maconha, primeira transa, banho de mar, violão etc; entretanto é assim que deveria ser, ao menos pra mim, em que o adolescente tenha suas próprias escolhas e não as de quem quer dá: já consegue andar com as próprias pernas? Então nada mais merecido do que cuidar de sua vida por inteiro. Em suma trata-se de um filme de descobertas, onde tinha (dês) coberto que já tinha assistido ao filme em um festival de cinema, onde assistimos há muitos filmes ao dia e não dá pra decorar o nome de todos; todavia a segunda perspectiva que tive foi outra coisa, por isso que não lembrava.


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