Sobre Cachorros


Lembro quando perdi meu primeiro cachorro, aquele em que diz: esse eu sou o dono número um dele, e não meus irmãos. Ora pois, perdi ele por uma puta sacanagem de alguém os ter saltado pra rua e o bichano não ter sabido voltar e adquirir outro dono, ou até viver na rua. Esta foi uma das minhas GRANDES perdas, mas só que não a mais forte, mas foi uma das primeiras. Nominei-o como Max; uma óbvia homenagem ao líder da banda Sepultura da época. Max foi meu primeiro filho aos dessésseis anos de idade. Era o fruto da união de um cão muito popular pelas minhas redondezas, com a cachorra da minha irmã: uma Cocker misturada com vira-latas que meu pai nos dera na Boca do Rio, mas só que como era aniversário da minha irmã ela, então, se auto-entitulou como dona da magrelinha, pretinha que chamamos por Laika. Sim, uma espécie de homenagem a primeira cachorra que visitara a Lua, e acho que a única, talvez. Enfim: a Laikinha ou kinha somente, se uniu com o cão galã do bairro e dessa união saiu o meu Max, não o Max Cavallera, esse era apenas Max. Lembro-me bem de como organizamos para que os dois tivessem cruzado, resumindo: fechamos uma rua , com direito a motos e carros-de mão em suas extremidades, e o ambiente ali se transfomou em um tipo de arena romana antiga. Os meninos gritavam : pega lá fulano(nome do cachorro que não lembro), e quando a minha donzela Laikinha conseguia esquivar-se daquele monstrão em cima dela, eu vibrava sozinho na arena: Isso Laikinha , não dá mole não, faça-se de difícil em sua primeira vez. O resultado do encontro foi eu levando de volta pra casa a bichinha toda galada , dos pés a cabeça. Lembro que demorou uma semana pra gala secar do pelo dela. Enfim: dessa imensa trepada ppopularrerima saiu meu primeiro cachorro. Chegava da escola e subia até o terraço pra ver meu dog: agora o super coocker spenil do Stiep, pois o seu pai tinha batido as botas após uma infecção mortal que adquiriu de uma vagina alheia. Agora era só o Max. Lembro que todos que passavam pela rua , davam um rabo de olho naquele cachorro elegante por natureza. Em uma oportunista saída da nossa família indo veranear na Ilha de Itaparica, por volta de 1997; dois meses depois voltamos e kadê os gritos do Max vindos do terraço? Nada. Minha mãe falou: vai ver que ele tá dormindo e não viu o barulho do carro, suba e veja se não é isso. Obedeci e subi o terraço, todo feliz, pensando que iria reencontrar meu filho. Quando percebo que não existe mas Max, começo a berrar: Os cachorros fugiram, os cachorros fugiram!! Sim,  esqueci de contar que eram dois: O Max e a Xana, e tem a ver o que você pensou sim: A xana da Xana era do Max, este que tinha o privilégio em escolher várias outras xanas das redondezas, e obviamente comia todas que ele dava conta.

Mas, enfim: Quando senti , após uma semana do sumiço do cachorro, com procuras e mais procuras, senti que meu mundo caiu. Não sentia mais vontade de viver sem o Max. Na escola não entendia nada que os professores falavam; não tava nem aí se iria rolar o baba no fim de tarde ou não. Minha autoestima deu uma desiluminada legal por não ter mais o cachorro mais bonito e carinhoso do pedaço. Após 21 anos dessa tremenda sacanagem que fizeram comigo, ainda me pergunto quem teria sido o filho da puta ou filha da puta que teria feito uma covardia dessas? Isso não se faz com adolescente nenhum. Eu juro, ainda, que queria mandar tomar no meio do cú essa pessoa que fez isso. Mas prosas a parte, o que quis transmitir, talvez como a Hilda Husrt ou quase isso, é que ter cachorro perto de você faz bem a dar de metro para qualquer um; por isso vou comprar um aqui e já volto.

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