As mulheres que ainda não conheci
Se tive até
agora alguma paixão, esta fora pelos cães. Tive inúmeros e cada um teve um
valor sentimental enorbilíssimo. Por
isso mesmo se tem uma coisa que não entendo é a briga de casal: para mim, com
minha sensibilidade, se for pra brigar, melhor que acabe antes. Mas o ser
humano, e a mulher, especificamente, é interessante: as vezes não brigam por nada. A mulher é
histérica por natureza, e talvez faça isso delas ser o complemento que o homem
( tanto ) precisa. Sim, me apaixonei algumas vezes. Talvez por minha aptidão
esportiva acima da média ou só por, talvez, uma mera imaginação; fato é fiquei
amarradão por uma figura que me viu me jogar nos maiores caixotes do litoral sul
do estado de São Paulo. A onda era tipo “vai se fechar logo”, e me metia nela e
pegava os melhores tubos naquele verão. Lembro que naquele verão, dos meus
dezessete anos, não fiz força nenhuma pra beijar aquela princesa riquerríma paulistana
que tinha casa de praia no sul do estado em que ela vivia. Quando soube da
parada, aí é que me jogava nos maiores caldos que aquela praia poderia ver, com
uma prancha novíssima , adquirida em presente de aniversário de 17 anos de
idade ou puberdade, vai saber. Fato é que totalmente sozinho, fiquei,
arriscando minha vida naquelas ondas fechadas, que ganhei a garota e o sogrão
, como amuleto. Tratava-se de uma ex-surfista, mas como conseguirá comprar
aquela puta casa a beira mar? Não me pergunte.. O que eu sei é que fiquei com uma garota( a mais linda que eu
fiquei) totalmente de maneira inesperada: ela me queixou, que teve a
iniciativa, e me pergunto : porque as coroas dos 40 não fazem isto também?) ;
Sim, existiu uma admiração dela por minha coragem em surfar , mas também só foi
isso, tanto é que quando nos despedimos, nenhum pediu o contato de ninguém:
fiquei fudido por uma semana, mas graças a um irmão paulistano me reergui e
coloquei minhas, literalmente, bolas pra frente, diante que tudo tenderia a
isso, ou seja, a uma transa nos “finalmente”; aos menos aqui no nordeste brasileiro.
Ou seja: quando alguém ri em sua cara dizendo que quer acabar, na verdade não
quer acabar ou quer acabar com algum “plus”, vai saber..
Fato é que
essa experiência me mexeu de uma forma assombrosa em minha vida, afinal era o
primeiro veraneio que tinha com a mais nova “ oficial” mulher do meu paizinho:
tão inofensivo, porém tão perigoso, ao mesmo tempo. Quando a super modelo me
disse que nosso caso era de um só veraneio e nada mais , minha casa desabou,
até mais até quando fiquei apaixonado por ela. Falei com ela: Sou de Salvador, tudo
bem ? E ela : “ Tudo ótimo!”. Quando percebeu que só dava eu naquelas ondas
escrotas na praia do Pulso, no litoral de São Paulo, ficou me assistindo me
jogar daqueles penhascos líquidos , e sempre batendo palmas quando conseguia
tirar um tubo daquele mar difícil. Mas
já estava na cara que aquele duelo era eu contra a natureza, e o que fizesse a
mais era puro lucro. Com a energia da natureza em batendo em seu corpo é quase impossível
se enganar perante os presentes da terra; porém me distraí e fui convencido por
aquela torcedora apaixonada, e quando ela me deu um fora, aí que fiquei na
merda mesmo. Levantei-me já na viagem de volta vendo meu irmão mais velho amarar
mau a prancha e esta se debater na estrada com o carro: Uma prancha zero
quilometro e o filho da puta ainda dá risada do ocorrido. Peguei minha parte
soteropolitana que me restava e falei pra ele que tava tudo bem: que tudo bem
ele detonar minha prancha, já que ele sabia como uma paulistana pensava, e por
isso, conseguiu me tirar da fossa da sua conterrânea super escrota, meu!
Ou melhor :
que eu estava apaixonado por ela e ela não: brincou tanto com meu coração que
pensava que tudo que ela dizia era verdade: ledo e Ivo engano não saber que as
mulheres sempre tem uma ponta de mentira para que apaixonar o homem. Esta, com
17 anos , fora minha primeira paixão, que tantas outras vieram , porém sem a
mesma intensidade e beleza.
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