O Mecanismo

O Mecanismo, da Netflix, Brasil, 2018. Com um áudio praticamente inaudível, o diretor brazuca José Padilha desperdiça o piloto ( o primeiro capítulo) e ainda mais os dois episódios seguintes na série que tenta mostrar o início da operação chamada por lava-jato, esta ainda vigente no Brasil, prendendo, inclusive, o ex-presidente Lula e outros tantos mais que fizeram do Brasil um dos países mais corruptos do mundo. O esquema era antigo ( desde a primeira eleição democrática em 1985, ou possível mente até antes disso , em plenos governos militares) e eficaz; consistia em armar um cartel de empreiteiras ( OAS, Odebrecht etc) afim de ganharem licitações de obras públicas milionárias em prol destas empresas darem dinheiro para estes mesmos partidos ou políticos ganharem as eleições seguintes. E o esquema deu certo: tanto com os governos FHC, como os de Lula e Dilma posteriormente ( ou até bem antes disso como já comentamos nos governos militares, ou até com governos anteriores da ditadura; segundo as maus línguas a corrupção veio com as caravelas portuguesas em 1500 quando nos "descobriram"). Todavia voltemos aos dias atuais, pois bem: os esquemas de superfaturamentos em obras públicas eram tão "certinhos" que até existiam planilhas para cada operação ou obra, ou até políticos que ganhavam muito dinheiro com as tais obras que iriam mudar e evoluir o Brasil. Entretanto vamos começar desde o início esta história ou série, adaptada do livro do jornalista Wladimir Martins. Tudo começa, simploriamente , em um escritório que ficava em cima de um posto de gasolina com um lava-jato, em uma BR do estado de São Paulo. O doleiro Housself lavava o dinheiro das obras públicas superfaturadas e fazia todos os trâmites para que a dinheirama chegasse a todos os envolvidos. Inicialmente era um esquema simplório em um local que jamais desconfiariam, e por isso dera tão certo durante tanto tempo. Até que um delegado da polícia federal, interpretado por Selton Mello, começa a desconfiar da presença de tanto carros de luxo naquele simples estabelecimento. Investigações começam e o policial percebe que tem muito carroço embaixo daquele angú. Assim, sem muito estantarde, é descoberto o maior esquema ilícito do Brasil de todos os tempos, desde a época da colônia.  Os fios começam a se entrelaçarem de modo que chegam logo nos mandatários da Petrobrás, descobrindo que não existiam apenas mensalões para os políticos ou partidos aprovarem ou se calarem sob obras públicas superfaturadas através de empresas "privadas-padrinhas". O buraco era mais embaixo : existia o chamado "Petrolão", onde a principal estatal brasileira estava comcumunada com as mesmas empreiteiras que fizeram os estádios da Copa do mundo de 2014 , entre muitas outras obras desde 1985 até os dias de hoje, a lavarem uma dinheirama praticamente incalculável, para roubarem o mísero povo brasileiro. Todos os principais personagens estão na série de dez horas de duração, todavia com nomes fictícios, tais como: Os Odebrecht, os doleiros, a presidenta Dilma e o Lula, assim como Aécio e outros tantos que ainda hoje estão sob judicie da operação lava-jato, liderada pelo juiz curitibano Sérgio Moro. Na primeira série a estória não acaba, já que a operação lava-jato também ainda não cessou. Independente de partido político, a série vale a pena ser vista, porque conta a estória, triste e caótica, do próprio sistema político brasileiro, que alias ainda está em fase de conserto , com inúmeros políticos sendo presos a cada dia e os brasileiros vendo nos jornais e telejornais. Então seria de muito bom valor a Netfilx estender a série O Mecanismo para uma segunda temporada, mesmo que esta demora um pouco a ser lançada, até que , ao menos a operação lava-jato consiga estancar a corrupção mais escancarada do nosso país, e isso particularmente, acho que demandará um certo tempo de anos, ou talvez de décadas até. O importante é que os podres do Brasil, e não importa quantos sejam, fiquem expostos a todos e os culpados, que são muitos, paguem pelo que fizeram. Considero a séria da Netflix, dirigido por Padilha, de suma importância para que o Brasil se conheça e por consequência se melhore. Não que sejamos uma Suécia, talvez um dia, mas que tenhamos um mínimo de dignidade para viver e dizermos, com orgulho, de que somos brasileiros, e isto independentemente de ser Hexa no futebol ou não.

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