Eu, Tonya
Eu, Tonya; dirigido
por Craig Gillespie, EUA, 2018. Quem vive na ou com a violência é
consequentemente acometido a agir violentamente. Esta frase denota a síntese da
protagonista: uma ex -atleta olímpica, que no filme, narra ou documenta sua
própria trajetória, esta ao ponto de ser em determinado momento como a figura
mais falada, depois de Bill Clinton, nos EUA dos anos 1990. A cultura daquele
país cultua peculiaridades, tais como: alguém tem de ser amado ou odiado, caso
contrário a monotonia imperaria nos demais habitantes. O sonho americano requer
de cobaias a fim de os outros rirem e seguirem a sua corrida pessoal para com
sua evolução material. Entretanto voltemos ao filme e, sem medo de sermos felizes
cravamos uma característica bem peculiar do filme, que é de a obra fílmica em
questão ser uma obra documentada pelas próprias pessoas envolvidas com o caso.
Peculiar porque mistura-se passado e presente, assim como atores e personagens
reais. A edição e a montagem do filme são extraordinariamente bem executadas,
encaixando, com primor, os fatos reais narrados com as cenas de ficção desenvolvidas,
e por vezes aumentadas. Nunca tinha visto alguém atuar por tanto pouco tempo e
ainda assim ganhar um Oscar. Isso acontece com a atriz coadjuvante da trama biográfica:
Allison Janney que, com praticamente metade de participação na duração do filme,
simplesmente arrebenta fazendo o papel de uma mãe que ninguém mereceria ter,
porém como sabemos, existem muitas como ela ou até pior. A atuação da atriz é
um estrondo e os poucos minutos que vemos contracenar nos deixa com até raiva,
tamanha é sua perversidade ao ponto de jogar uma faca , e cortar, o braço da
filha em uma das inúmeras discussões entre elas. Por se tratar de uma estória verídica,
o filme, que concorreu a algumas categorias no Oscar, e só levou uma, deveria
ter ganhado na montagem, no mínimo. Um filme que foge da caixinha de Hollywood,
e que somente por esta coragem de mudar, deveria ter feito mais bilheteria e
barulho que fez: vale a conferida.
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