Altered Carbon

Altered Carbon, da Netflix, EUA, 2018. Em um futuro ( 2437) distópico, com uma temática Cyber-punk a nova queridinha da Netflix: Altered Carbon ou em bom português: Carbono Alterado mexe de tudo um pouco no que se refere a como nos podemos a nos transformar futuramente diante e devido a tecnologia. São dez episódios, com média de uma hora cada, nos jogando em tela argumentos suficientes para afirmarmos: isto aqui, leia-se espécie humana é ou foi um projeto fracassado. Porém de introdução vamos esquecer da síntese e da retórica tese que a série se propôs a nos contar , e talvez mesmo por isso, vamos ao fatos da série, este que nos fez adiantarmos o resumo da série que teve, até agora, mais publicidade na história das séries do canal de Streaming. Lembro-me que fui acometido a vê-la justamente por esse fim, ou seja, pelos inúmeros outdoors na cidade em que vivo: Salvador. Se aqui o apelo propagandístico fora tão exponencial assim imagino, então, em outras cidades de maior porte e pujança econômica. Todavia entremos na série e, de imediato, associamos ao último filme Blade Runner: 2047. O ambiente é igual: cidades escuras, sem claridade do sol em momento algum, como se tivesse uma catástrofe ambiental e o planeta só funcionasse agora em modo noturno. Com esta pegada Noir somos apresentado ao protagonista: uma pessoa que já morreu, porém está revivendo saindo de uma capa cheia de gosma. O cidadão tinha ficado dormindo( ou seria morto?)por mais de duzentos anos. Em 2437, quem tinha bala na agulha, grana, era capaz de tornar imortal, revivendo em várias capas (por isso o carbono ou capas alteradas do título). O sujeito com grana tinha também a opção de querer voltar na mesma capa ou matéria, corpo, carbono, como queiram chamar. Se em 2437 quem tem grana é quem manda, então é sinal que nada mudará daqui pra lá. Todavia deixando esta ‘“coincidência” de lado voltamos a nosso protagonista: trata-se de um sujeito soldado: lutador de artes marciais; e volta a vida para tentar desvendar um crime de assassinato, alias o próprio assassinado que o contrata para desvendar o caso,  ou detalhes de um futuro distópico Cyber-punk. Alguns dizem e escrevem que Altered Carbon é tipo um filmão de dez horas, e por isso, a maratonagem dos episódios acontece de forma tão fluída. Particularmente não vi a série com um filme longo, mas uma série muito bem feita, com uma caracterização de figurino e cenário dignos de Oscar; já o enredo , por vezes, erra bastante por tantos ‘futuros e passados’, esquecendo-se do presente da trama, ou no mínimo transformando-a em confuso. A série se desenrola nesta ligeireza de acontecimentos tendo como pergunta central: ‘Pra onde vamos se continuarmos a tratar nosso planeta e nossas pessoas como estamos tratando ?’ A resposta é simplesmente extraordinária, e embora estejamos em um futuro distópico, este diz muito, e assusta até, de quem somos hoje, e por isso as consequências deste amanhã retratado pela ótima e instigadora primeira temporada da série.   

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