Não Existe Lar Se Não Se Há Para Onde Ir – Human Flow
Não Existe Lar Se Não Se Há Para Onde Ir – Human Flow, dirigido e “roteirizado”
pelo chinês Ai Weiwei , Alemanha/EUA,2017. Todo ou qualquer roteiro deve ou deveria
existir um foco narrativo, no entanto este documentário, em especial, foca em multidões,
nas migrações por questões político-religiosas, escreveria mais religiosas que
políticas, diria que oitenta por cento das vezes quando uma pessoa ou a família
toda decidem migrar ou “ralar peito”, isto sucede-se por motivos ou questões
religiosas, estas que originam guerras e bastante sangue derramada, em que a
maioria desse sangue, infelizmente são de adultos e crianças que nada têm a ver
com a guerra, e por isso migram enquanto tem vida, porque depois de morrer fica
realmente difícil de migrar: a não ser de corroer num túmulo, mas isso já é
outro assunto com outras questões embutidas que deixamos para próxima oportunidade
quando o filme pedir, que não é o caso deste. Porém ou, entretanto sobram-se
vinte por cento; e tal porcentagem migra por questões políticas, em suas
maiorias ditatoriais, fato este que acontece, ainda em muito, na África. O pior
erro deste documentário, que a abriu a Mostra de São Paulo e encontra-se em
cartaz, foi em focar as várias “focagens” de diferentes países, por isso o
filme não deixa entre nós nenhum apego emocional por não ter personagens, mas
sim massas migratórias. Em tela tudo é
muito confuso, até o próprio diretor “se confunde” em querer, por vezes, “se
misturar” com aquelas massas que estava acompanhando ou filmando. Escrevi que o
diretor acompanhava ou filmava as migrações,POR VEZES, por querer me referir a
situações de fato perigosas: como a de entrar num barco ,que passa dias à
deriva, saindo da África ou do Afeganistão rumo as costas da Grécia ou da
Itália; isto ele não fez porque sabe exatamente o número altíssimo de cadáveres
que não conseguem aguentar a navegação. Ele tenta fazer uma colcha de retalhos
nessas migrações, mas o filme fica mais acelerado que seu roteiro de modo que
fica solto e ruim de assimilar a quem assiste. A proposta do filme, que é a enxurrada
humana: Humam Flow, e a tentativa não exitosa nesse acompanhamento, mas o filme
é sem foco e fica distante de nós e consequentemente fica distante da não
emoção que ele poderia tocar. Melhor seria se o cineasta, que também é artista
plástico, se focasse em uma única migração, assim cada personagem teria nome,
família etc. Não que essas pessoas das enxurradas migratórias não tenham nome,
mas ao mesmo tempo, passou a ser ou a ser percebido como a mesma coisa que elas
não tivessem nenhum nome mesmo, parecendo mais um bando de vacas e bois, com
seus filhotes, andando e andando ou navegando e navegando sem fim rumo a algo
melhor, ou escreveria que até cruzando oceanos e países para terem o mínimo direito
humano: que é o de ficar vivo, o de viver, digna ou indignamente, mas continuar
respirando. O filme é o indicado pela Alemanha ao Oscar 2018.
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