Arpão – Arpón
Arpão –
Arpón, dirigido e roteirizado por Tom Espinoza, Argentina, 2017; na
Competição Novos Diretores da 41 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O
homem, leia-se mulher também, é um bicho esquisito; e isso por mais que ele
esforce-se a ser um bom samaritano. Vou logo escrevendo os pontos positivos do
filme, antes que me esqueça. O primeiro ponto está em seu roteiro,
desclassificando todo e qualquer tipo de inferiorização. Ou seja: ninguém era melhor
nem pior por nada: seja essa classificação por bens materiais ou caráter. O
segundo ponto positivo do roteiro e, nesse caso também do filme, fora o fato de
mostrar crualmente(crú) a fase de várias adolescentes e uma em especial chamada
por Cata, de quatorze anos. Todavia vamos a uma breve crítica; pois bem: como
protagonista temos um cinquentão diretor de uma escola mista há oito anos, e de
certa maneira, já querendo passar o posto na direção a alguém com mais
paciência que a dele. A ambiguidade de comportamento do filme dá-se com um caso
que o diretor tem com uma prostituta. Mas porque ambiguidade? Porque, de certa
forma, ele começa a agir de forma parecida com as alunas do colégio, querendo
mostrar autoridade, assim como fazia com seu caso amoroso que, ele pagando,
poderia pedir e fazer o que quisesse com ela. O atrito do filme surge quando a bela
garota Cata peita-o quando o rabugento tenta revistar sua mochila: hábito esse
estranho e que lhe renderia algum prejuízo mais adiante. Pois bem: o rumo do
diretor e do filme muda quando surge uma espécie de sentimento pela garota
Cata, mas não esse que estás pensando, mas sim um sentimento que ele nunca
sentira: o de pai por uma garota abandonada pela mãe que se manda para a
capital e deixa a garota a mercê que alguém a cuide. No terceiro ato da
película portenha surge uma amizade inesperada entre a jovem Cata e a
prostituta que o diretor tinha relações em uma noite de bebedeira dos três após
um acidente com a garota levada da breca. Tem coisas que só mulher entende; e
não adianta o homem se esforçar pra entender porque não vai conseguir, e de
fato, mulher é um bicho estranho, e talvez por isso, seja tão difícil
entendê-las.
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