Música Para Quando As Luzes Se Apagam
Música Para Quando As Luzes Se Apagam, de Ismael Caneppele,
com Júlia Lemmertz, RS, 2017. Nunca se teve tão em voga a temática dos gêneros
no Brasil. Até a rede Globo apoiou a causa em sua revista eletrônica, aos
domingos à noite. O longa gaúcho tem o mesmo tema central. Ou seja: um homem
que nasce em um corpo feminino, mas poderia ser vice-versa. Todavia no filme,
temos uma menina vendo que não aquilo que parecia ser em sua puberdade. A mãe,
em ótima atuação da global Júlia Lemmertz, vê a transformação da filha para
filho; e para não ter nenhum contratempo, elas isolam-se numa ilha para que,
essa transformação aconteça sem traumas de terceiros preconceituosos. A luz do
filme é sensível, assim como o tema, e a menina, por sua vez, não apresenta
nenhuma sensibilidade aflorada, pelo contrário, existem nela os hormônios
masculinos e femininos digladiando-se em um jogo de bola e gandula. E a bola,
ou melhor, os hormônios masculinos detonam os femininos. A mudança é vista pela mãe, que também é
autora, e usa aquele momento para alguma inspiração, além de ajudar a filha. O
que vemos é uma junção entre mãe e filha, sendo que as duas parecem serem um só
corpo em determinada cena, onde as duas , nuas, caminham perante alguma
resposta sobre o estranho inevitável: a transformação do “eu- feminino” ao “eu-
masculino”. Não existe culpa, apenas indagações do que fariam a partir da
transformação da puberdade da Emilyn: a filha. Um filme honesto com o tema dos gêneros
, e que pode pode vir a ser a zebra, domingo no Festival de Brasília; é ver
para crer.
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