Guarnieri
Guarnieri, dirigido
e corroteirizado por Francisco Guarnieri, SP, 2017.
Teatro e cinema se misturam no documentário do neto do
protagonista. Em síntese, tem-se uma análise antropofágica da carreira de um
dos maiores, senão o maior, ator e dramaturgo que do Brasil. O enxuto
documentário, com pouco mais de uma hora, foca na obra prima do Guarnieri: Eles
Não Usam Black Tie; peça que depois foi adaptada à televisão e cinema, onde
mostra o Brasil, em especial o ABC paulista, na luta contra a ditadura e por direitos
básicos de trabalhadores metalúrgicos: uma obra-prima brasileira. Em debate
após a sessão o diretor , assim como inúmeros outros documentaristas, reclama o
estado de abandono que está à cinemateca brasileira, e por isso tanto difícil foi
achar documentos, fotos, vídeos e cartas, para a feitura do filme no seu processo
de pesquisa, fase esta para qualquer documentário que se preze, a mais
importante de todas, pois ali se faz o filme, e o que acontece após é a
montagem do que fora conseguido achar, e por isso é o processo mais demorado de
qualquer documentário, que se preze, mais uma vez. Ademais ao protagonista, o diretor,
cuidadosamente e também, logicamente, tem um lado emocional envolvido na
pesquisa da relação do Guarnieri avô com o seu pai e tio. Muito interessante à
mostra 50 anos em 5 dias; sem medo afirmo: são os melhores filmes desta edição
do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
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