The Blind
The Blind, dirigido e corroteirizado por
Nathan Silver, EUA, 2009. A vida nunca fora um mar de rosas; Refiro-me à vida
real, e em especial ao cotidiano. Todavia à arte tem como função transformar a
dureza da vida em uma coisa mais agradável, fazendo da tragédia algo que nos
ensine, e que, por conseguinte, toquemos
nossas vidas de uma maneira melhor, mais leve, transformando aquilo ou aquela
situação que está ruim em sustentável, percebendo aquilo com outros olhos tentando
achar outras formas em enxergarmos os problemas da vida real. Trocando em
miúdos é concretamente isto que o diretor americano quis nos transpor em The
Blind, ou seja, apresentar a vida não ser como um mar de rosas, mas como uma
intensa e bruta realidade, onde a necessidade de uns em amarem ou se doarem ao
extremo, barra-se em contrapartida ao grupo de pessoinhas que sentem a
necessidade em serrem amadas de uma forma mais explícita e intensa. Para estas
pessoas carentes de sentimentos e cuidados, temos na obra fílmica uma garota de
vinte anos que tem um baita coração e também uma missão: entregar-se à cuidar
do “outro”, este que no caso seria o seu namorado: um arquiteto rabugento que
não gosta de falar ao telefone nem com a própria mãe e trata sua namorada de forma
deveras ríspida devido natureza carente dela de precisar ser amada, porém, ele,
sem tato algum para entregar-se e amar alguém. O filme é intenso, pois monstra
estes dois lados ambíguos: O de amar e o do ser amado, de forma absolutamente
visceral e sem direito a algum tipo de fôlego que pudéssemos pegar para aliviar
aquela tensão entre os protagonistas que quase chegara à loucura por suas
incompatibilidades. Sem dúvidas alguma este foi um dos filmes mais extremos que
conferi até agora na minha vida por conseguir abordar de maneira sucinta e latente
o convívio entre pessoas com características humanas tão distintas e que, ao
mesmo tempo, poderiam se completar ou
até encherem-se ainda mais das suas diferenças . Excelente e inteligente pedida
nestes tempos sombrios da política brasileira, onde, quem tem um olho é rei.
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