Se Deus Vier Que Venha Armado

Se Deus Vier Que Venha Armado, de Luis Dantas ( seu primeiro filme), Brasil, 2015.
O título do filme fora retirado de um trecho do livraço Grande Sertão: Veredas, do mineiro e ícone literário Guimarães Rosa. A narrativa conta os verídicos episódios ocorridos em 2012 na maior cidade da América latina: São Paulo. O PCC peita mais do nunca dantes a polícia e muitos inocentes e policiais morrem neste episodio real que o filme narra. Misturando ficção com realidade temos o um detento que tem o final de semana dos dias das mães em liberdade, sendo que este nem mais mãe têm; buraco de roteiro ao qual a narrativa não o conserta e por isso ressalvo. Entretanto quando em liberdade tal detento entra, interpretado pelo eterno moleque do filme Central do Brasil, Leonardo de Oliveira, este tem de fazer um certo servicinho ao PCC e mostrar a sua coragem a facção, que é matar o máximo número de policias que puder nestas 72 horas de liberdade. Para juntar a fome com a vontade de comer um “puliça” mata seu irmão evangélico e trabalhador quando este o procurava. Este fora o estopim para que as ordens do PCC fossem seguidas, e agora, com mais vontade ainda. O som do Rap é perceptível na obra fílmica e inclusive instrumento de aproximação para que o detento conhecesse uma moça pseudo- atriz que encorajava outros e outras da periferia a não desistir dos seus sonhos, ela que por sua vez não morava lá, mas era amarradona num pó. Numa espécie de triangulo amoroso temos ainda o Palito, um peculiar personagem da trama que ameniza a dor e a violência  por ser um manco, e lógico, todo mundo sentir pena dele ao ponto de querer cuidá-lo e colocá-lo no colo. O final do filme é surreal e mostra a voz da periferia querendo ser ouvida pelo resto da sociedade paulistana. Se o filme teve a petulância em misturar um fato real com ficção, então desta forma não tenho como não tirar pela metade a sua nota, ou seja, dez dividido por dois é cinco, isto é, apenas um filme razoável que mostra a voz da periferia, e lógico, o poder paralelo, que alias não é tão paralelo assim, basta olharmos para os políticos que nos representam em Brasília com medo da lava jato: todos ou quase todos com rabo preso em alguma coisa, digamos, que está fora da ordem da justiça não paralela.

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