A Finada Mãe da Madame



A Finada Mãe da Madame, dirigido por Bernard Attal, Brasil/BA, 2016. Após respirar, comer e beber Cinema durante oito dias elegi o filme que mais gostei do Festival Internacional de Cinema de Salvador de 2016, ou o XII Panorama Internacional Coisa de Cinema ocorrido entre 09 a 16 de novembro em Salvador no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira. Por ter ido há alguns festivais esse ano os filmes mais esperados já tinha visto de modo que coloquei toda minha atenção às obras produzidas em nosso estado. O diretor, apesar de ser francês, pode ser considerado um soteropolitano já que vive aqui há muito tempo, e de certa maneira não deixa de ser uma mola propulsora a fim de injetar aos diretores da terra um olhar mais europeu em suas obras ou ao menos tentar fazer um mix do nossa latinidade tropicalista adicionando o pragmatismo dos inventores do cinema. Pois bem o filme em questão é uma comédia acontecida durante os anos setenta na Salvador onde podia-se andar de madrugada pelas ruas sem medo de assaltos ou crackeiros. Alias o trabalho de figurino e cenografia de época do filme é impecável ( imagino que deve ter sido difícil achar tantos elementos de época sendo um filme de baixo orçamento). A respeito do elenco só temos mesmo uma estrela global, a atriz Ângela Maria que faz a sogra que “bateria” as botas e deixaria uma herança para sua filha e genro, cheio de dívidas. Mas vamos um pouco falar sobre os personagens:temos uma esposa carente e marido boa praça e vida que também era bancário. Certa noite o marido resolve pegar um “vale night” e ir a um baile no lendário Clube dos Fantoches com os amigos de reggea. Quando mais que de repente surge uma egípcia com um dos seios de fora pendurada em uma cama aérea com seus escravos carregando a bela musa até o centro da festa, evento esse no Fantoches que tinha como tema a própria musa que surgira para deixar completamente louco o nosso marido de saco cheio da sua rotina de bancário e esposo. Assim quando chega em casa completamente molhado por uma chuva e pelo mel que bebera, ainda encontra sua esposa carente o esperando. A partir dai rola um super "Drzão", leia discussão de relacionamento, até que esta é interrompida por um chamado na porta. Era o mordomo que veio comunicar a “morte” da sogra. Todavia tudo não passa de um engano, pois quem falecera era a sogra do vizinho e não a dele, fato este que só o colocou em maus lençóis pelos tantos cheques que já tinham feitos e enviados por correio aos seus devedores contando com o dinheiro da herança da sua sogra. Enfim comédia é o gênero mais difícil de fazer e o diretor acertou em alguns aspectos e errou em outros, mas ainda assim achei o melhor longa baiano neste bom ano de produções, mas parece que o júri oficial não concordou dando o prêmio ao filme Perdido em Júpiter, do Déo, que também é um filme legal, mas com outra pegada totalmente diferente, e Júri é Júri, cada cabeça é uma e pensa diferente, e que bom que é assim.

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