Livre

Livre, com direção de Jean- Marc Vallée ( Clube de compras Dallas), EUA, 2015. O filme biográfico tem as credenciais dos festivais de Toronto e Telluride, ambos de 2014, além do roteiro de Nick Hornby. Baseado e inspirado no best-seller homônimo de Cheryl Strayed , a obra fílmica encaixa com as principais personagens tão bem que o filme concorre ao Oscar de melhor atriz, interpretada por Reese Witherspoon, e sua mãe na trama como melhor atriz coadjuvante por Gaby Hoffmann. Após a morte de sua mãe com apenas quarenta e cinco anos por um câncer, a personagem central do filme se desmorona emocionalmente, levando junto ao seu precipício particular seu casamento, após inúmeras traições à primeira vista, sem sentido algum. Dava para o primeiro que aparecesse. Porém a segunda vista já percebemos que aquele amor ou carência toda que aquela jovem de vinte e dois anos sentia; Além do prazer sexual, obvio, seus parceiros consumiam e partilhavam com ela heroína, droga a qual a moça ficara dependente durante longos quatro anos. A fim de dar um basta em sua dependência e arrumar sua vida a moça decide percorrer na paleta 1.800 km em uma trilha na costa oeste dos Estados Unidos fazendo divisa com o Canadá. Durante três meses as dificuldades foram inúmeras que a protagonista enfrentou para fazer a caminho inteiro. Vontade de desistir vinha a todo instante, juntamente com a abstinência da droga. Entretanto a moça se supera e mesmo com o frio, as cobras, as tentativas de estupro, nevascas, chuvas torrenciais, unhas arrancadas na “torra” e outras cositas mais, ela consegue enfim chegar ao final da trilha, após 93 dias, sendo mais especifico. E o tal chegar ao final da trilha de fato representa muito a ela. Nestes 93 dias caminhando ela teve tempo de repensar o que estava fazendo com si própria. Apesar do filme ter alguns buracos medonhos em seu roteiro, como por exemplo, insistir em insights do passado da protagonista em momentos inadequados ao ponto de ficarmos perdidos se o filme estava na história do passado ou do presente da moça, porém este, o filme, é “salvo” pela atuação das personagens, não a toa que foram indicadas ao Oscar: mãe e filha. No mais um filme interessante pelo tema que é se libertar dessas algemas invisíveis que a sociedade nos impõe e correr “mato adentro” em prol de um conhecimento interno. Não creio que as atrizes levarão as estatuetas do Oscar, mas sem dúvidas fizeram bons papéis dignos das indicações.

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