Diário Proibido

Diário Proibido, de Christian Molina, Espanha, 2008. Se comparássemos tal filme com os: Ninfomaníaca: Volumes I e II do genial norueguês Lars Von Trier, seriam como comparar um filme feito por um amador em relação ou comparação a de um profissional cineasta experiente, tamanho é a diferença de qualidade dos filmes, entretanto vamos nos focar no primeiro, que é o Diário Proibido. O filme é falado em francês e principalmente espanhol e tem um mérito que até os filmes do Lars não tem que é tratar vontade sexual feminina sem ser algum tipo de doença, mas sim de uma estratégia do homem “castrar” o desejo sexual feminino e “colocar ela no seu devido lugar”, ou seja, colocar na própria cabeça da mulher de que ela fora feita apenas para procriação e não para ter desejo. Diferente de Lars Von Trier, o diretor Christian Molina enfoca seu filme no sentido de que não tem mal algum uma mulher gostar bastante de sexo. Para o diretor isso não se trata de nenhuma doença por mais exagerada em sexo que a protagonista seja, trata-se apenas de uma escolha de aproveitar intensamente a vida. Se um homem gosta muito de sexo este é taxado como garanhão, e porque então quando uma mulher tem essa mesma característica é taxada como ninfomaníaca? Para o diretor espanhol Molina esse seria o xis da questão, entretanto o filme erra grotescamente em confundir uma vontade exagerada sexual em comparação há um descontrole em não conseguir pensar em outra coisa que não seja transar. O filme se confunde exatamente nesse sentido de perceber o que é vontade e o que é de fato uma doença ou um vicio difícil de largar. A intenção do filme espanhol é de certo modo boa, querendo desmistificar que uma mulher não poderia transar “adoidada”; Sim ela não só pode como deve também, afinal a vida é curta e a sexual então: mais ainda. Todavia quando uma vontade acaba te ferindo mais do que te dando prazer, esta suposta vontade tem de ser analisada para identificar como vicio ou prazer mesmo. O filme não deixa isso nítido, ou seja, não conseguimos enxergar o que desconfortar a nossa protagonista supostamente ninfomaníaca. Ela parece andar bem nesses dois mundos: o do prazer saudável e o do prazer sofrível, de modo que não conseguimos classificar nem como ninfomaníaca e tampouco como uma mulher moderna que se entrega intensamente aos prazeres sexuais da vida. De fato existe uma linha muito tênue entre esses dois mundos, mas cabe ao diretor ao menos classificar sua protagonista para que seu filme seja ao menos entendível; Fato este que não acontece.

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