Gilbratar- O informante
Inspirado em uma história real o filme Gilbratar- O informante, com direção de Julien Leclercq, França, 2014; É uma trama instigante do inicio ao fim dos seus créditos. Como personagem central temos um endividado pescador, dono de um veleiro e um bar, e uma esposa com um filho recém-nascido para sustentar. As dívidas do pescador iriam mais cedo ou tarde, há acabar por pegar seu veleiro e seu bar. Já antevendo sua falência o pescador aceita trabalhar para na agência de inteligência francesa, em plena Espanha, na cidade litorânea e fronteiriça; Gilbatrar, cuja cidade dá nome ao filme. O pescador instala então na mesa de bilhar do seu bar escutas para acompanhar os papos dos suspeitos a traficantes que lá iam jogar. Em uma dessas escutas o pescador repassa informações valiosas de uma suposta carga de haxixe oriundo do Marrocos para a Espanha. O flagrante tem êxito, porém o que o pescador achou que seria apenas um único trabalho a fim de abonar suas dívidas, se engana totalmente. Quem entra nesse meio dificilmente saí e nosso protagonista estava prestes a descobrir isso. Quando o raxixe é aprendido pela policia espanhola e alguns traficantes são presos, logo todos naquela cidade viram supostos suspeitos de “cagoetes”, e principalmente um dono de bar. Outros traficantes chegam até o bar para verificar se existia alguma pista por lá. Não encontram nada concretamente, entretanto entranhas humanas são mais transparentes que o mar de Bora-Bora do Taithi. O medo do pescador entrega que o mesmo tem culpa no cartório e assim sendo, este tem uma dívida agora com seus novos colegas de trabalho. De trabalho em trabalho ou de carregamento em carregamento em seu barco o comum homem vai entrando no esquema do contrabando de drogas e vendo o dinheiro entrando fácil, até que toma certo gosto pela nova profissão mais arriscada, porém mais lucrativa também. De uma coisa temos que ressaltar: O tal pescador tinha “culhões” para se jogar de cabeça em seu novo ofício. Esses seus supostos “culhões” o levam a galgar hierarquicamente na quadrilha e até se tornar amigo do braço direito de Pablo Escobar na Europa; Um italiano chamado por Claudio ( lembrando que se trata de uma história real passada em 1988 ). O tal vaidoso Claudio acaba por se envolver com a irmã do nosso protagonista, tornando assim a trama mais visceral ainda , pois nosso pescador tinha um ciúmes enorme pela irmã, esta que por sinal só se envolvia com homens violentos e não era nem de longe uma mulher “flor que se cheire”, sendo que esta cheirava tudo e mais um pouco agora namorando o braço direito do lendário Pablo Escobar: o colombiano miseravão. Após que nosso protagonista pescador e de culhões fortes vê que sua esposa e sua filha passavam por perigo, este volta a reatar com a polícia francesa, e vira de ladrão a policia novamente. De fato muitas reviravoltas acontecem na trama com muitos personagens e um roteiro que não ajuda suficientemente para sabermos quando o pescador é mocinho ou é bandido na história. E por essa dúvida ele acaba se estrepando por não escolher um lado ou confiando demasiadamente na lei. Fato é que ele é preso no Canadá com uma carga de cocaína em que seu amigo Claudio pediu que a entregasse. O Claudio sai rápido da cadeia por fatores óbvios ( ser poderoso ), mas nosso simples pescador ainda consegue ser transferido para a França com a esperança de cumprir apenas seis meses de pena, porém esses seis curtos meses viram dez longos anos de prisão justa e exclusivamente por ele ter confiando excessivamente no agente da lei em que ele acreditava ser seu amigo. O filme nos deixa uma mensagem: Não existem amigos quando o assunto é tráficos de drogas e principalmente política. Nesses dois “assuntos” os interesses são grandes e poderosos e não existe espaço para ingenuidades. O filme entoa mais tempo que outros em nossas cabeças por se tratar de uma estória verídica.
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