Álbum de Família
Álbum de Família , com direção de John Wells e roteiro de Tracy Letts, EUA, 2013. O filme mostra situações que parecerão familiares à geração conhecida por “Baby Boom”, que eram norte-americanos nascidos entre os anos de 1946 a 1964. Falar ou escrever sobre relações familiares nunca foi fácil. Nélson Rodrigues já escrevia que laços familiares são como bolhas prestes a serem explodidas em qualquer momento ou situação. O filme Álbum de família, concorrente ao Oscar, nos mostra o final de vida de um casal de uma família grande e desunida onde cada filho ou filha acabara por escolher um caminho diferente dos seus pais. A mãe, com interpretação digna de Oscar pela Meryl Streep, era uma mulher viciada em mais de uma dúzia de pílulas e fazia quimioterapia devido há um câncer de boca. O pai por sua vez era um alcoólatra; As brigas do casal com uma mulher louca e com câncer o faz com seu marido tome uma decisão; Primeiro contratar uma empregada de origem indígena para cuidar da sua esposa, cuidadora essa que não é muito bem vinda por sua etnia. Em seguida o marido calado e introspectivo diz que vai dar uma velejada em seu barco, porém nunca mais volta. Por se ver sozinha com uma cuidadora índia em sua casa a matriarca resolve fazer um ajustes de contas com seus filhos e filhas e colocar os “podres” literalmente em pratos limpos. A primogênita, interpretada pela Julia Roberts, era a única filha que tinha coragem para peitar a insana mãe, enquanto os outros filhos aguardavam os acontecimentos ou discussões de uma forma passível e chocávél em um final de semana onde todos foram intimados a comparecer na casa da sua matriarca, mesmo sem ninguém querendo ir, ainda sabendo que sua mãe tinha um câncer maligno na boca e por isso tinha poucos dias de vida. Todavia a conversa em família ou “os pratos limpos” tinham que acontecer antes da partida da matriarca “dessa para melhor”. Como em toda família, existia personalidades diferentes: Interesses e prioridades diferentes entre seus membros ou parentes. E em especial nessa família as diferenças e “gênios” eram mastodônticos, onde cada um queria uma coisa diferente. Sim: existiam aqueles parentes que não queriam coisa alguma: Apenas paz de espírito e se livrar de uma vez por todas daquela insana família. A filha primogênita por saber ou supor agora que o barco teria que ser conduzido por ela, queira ao menos que sua mãe morresse lúcida sem a dependência de suas pílulas e drinks, já que “morria” de vergonha da sua geniosa mãe careca dando vexames com pileques e surtos de uma pessoa que estava com medo da morte; Atos insanos esses compreensíveis para quem vai passar “dessa para melhor” ou pior, vai saber. Mas para a sua primogênita com o gênio herdado pelo pai sumido, tais insanidades e sinceridades, como falar verdades cruas da família em nervosos jantares eram inadmissíveis, pois iam de encontro à sempre ausência de seu pai e por isso os insultos de certa forma “batia” nela por ter a natureza parecida com a do seu pai alcoólatra. O filme dificilmente ganhará o Oscar, entretanto existe a possibilidade, ainda esta mínima que seja da Meryl Streep abocanhar sua quarta estatueta de melhor atriz em dezoito indicações da atriz pela academia hollywoodiana.
Comentários