A Loucura de Almayer

A Loucura de Almayer (La Folie Almayer), de Chantal Akerman, BEL/FRA, 2009. O filme é um drama livremente inspirado no primeiro conto literário homônimo de Joseph Conrad, escrito em 1895 e foi um dos filmes selecionados para o Festival de Veneza em 2011. Festival este , que do ponto de vista em valorizar filmes ditos de cunho mais artisticos e menos comerciais, é sem dúvidas o festival que faz melhor essa missão entre todos. O filme conta a estória de um comerciante europeu, mas precisamente um francês, que na época do ouro na Malásia o homem fica por lá para modo de enriquecer. O ouro não aparece e seus negócios não prosperam. Mais sensato para esse homem seria então voltar a sua terra natal, mas o cidadão já tinha feito vínculos fortes na Malásia, inclusive tendo uma filha com uma malaca. O indíviduo queria dar o melhor para sua grande paixão: a sua filha. Resolve então mandá-la ainda criança a um pensionato em Paris para que tivesse uma educação “digna”, deixando sua mãe louca com a perda de sua filhinha. A Mãe de fato enlouquece com a perda, mas o pai não ligava muito para isso, continuava na Malásia tentando agora plantar mangas enquanto via sua mulher enlouquecer a cada dia mais e nem sequer ter notícias de sua filha em Paris, ainda por cima. Um belo dia a filha é expulsa do pensionato e volta para sua terra natal, porém já com um outro semblante: a face de que conhecera o mal do homem; As suas pequenices formas de qualificar e desqualificar alguém por meio de regras sociais cruéis e desproporcionais. O pai logo percebe que algo de muito ruim fizeram a sua filha na Europa, e por não ter o que fazer perante a isso, se entrega ao derrotismo se tornando infeliz ( mais do que já era) por ver o estado emocional lastimável de sua filha devido as suas experiências vividas. Como o pai queria que sua filha malaca fosse uma madame com bons modos, ele viu justamente o contrário; Agora uma mulher “morta-viva” onde nada fazia importância para ela, nada lhe surpreendia nem a chocava. Ela ficara tão ou mais louca que sua mãe; Prazer pela vida? Nenhum e por nada. Porém surge um contrabandista de drogas nas redondezas da selva em que vivia essa exêntrica família.Mesmo a moça sendo uma “morta-viva”, ainda assim ela têm a ombridade em deixar-se ser amada pelo suposto homem fora da lei, ainda sabendo que não poderia amá-lo e nem a ninguém por seu coração ferido, ou seja, por sua falta emoção ou sentimento. De fato ela não poderia continuar naquela casa com uma mãe que contava pedrinhas na beira do rio e um pai que, quase chegando a esse patamar. Ela então aceita a proposta de sumir dali com o fora da lei. O filme , antes de tudo, é poético. Mostra de forma visceral o definhamento mental por parte da mãe e pai da menina malaca. Mostra também como de intenções boas o inferno está cheio, como diz o ditado. Vemos uma linha tênue entre paixão e possessão paternal. Enfim, mostra a dor em colocar alguém no mundo e não pedir nada em troca disso ou não, necessarimante.Filme indicadíssimo para fugir dos desfiles das escolas de samba e ver algo que de fato acresente na vida de qualquer pessoa.

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