Alabama Monroe

Alabama Monroe, dirigido e roteirizado por Felix Van Groeningen, Bélgica, 2012. Um filme decente, apaixonante, tocante e verdadeiro; Com tais predicativos poderíamos resumir o provável ganhador de filme estrangeiro no industrial prêmio do Oscar desse ano. O filme Belga ( sim: a Bélgica faz excelentes filmes, não só esse ) nos coloca dentro das estórias dos seus personagens logo de início e somos guiados por eles até o final com certa angústia dentro do peito no que consiste na tentativa de uma explicação pertinente e sensata sobre a origem da existência humana. Temos como fios condutores do filme um casal de cantores de bluegrass, uma vertente do Country Music , formado por Didier (Johan Heldenberg) e Elise (Veerle Baetens). Eles se conhecem por obra do destino ( será que de fato existe destino? Essa é uma das muitas indagações existências do tocante filme ) e se apaixonam perdida a ardentemente gerando um frenesi de cenas quentes e sensuais. A completitude, a entrega de um para com outro é tão perfeita ( será que existe perfeição ou a vida seria uma série de acontecimentos bons e ruins que apenas acontecem? ) que em certo momento do filme Elise comenta frustrada: "estava muito bom para ser verdade tudo o que vivemos”. Mas voltemos ao filme para que cheguemos a compreendermos esse dialogo. Pois bem: Como eram músicos compartilhavam dos mesmos gostos e estilos de vida, então acabaram vivendo uma ardente e apaixonante estória de amor, o que por fim acabaram por se casarem, naturalmente. Com o casamento veio a pessoa que mudaria suas vidas, para melhor ou para pior, depende do ponto de vista de quem assiste o filme. A filha do casal ainda criança pega a doença mais conhecida como o mal do século ou o incurável até os dias de hoje: o cancêr, desta vez no sangue ou a Leucêmia. A intensidade em que os atores se entregam a essa questão da doença de filha é que torna o filme de fato em uma bela obra cinematográfica, a melhor do ano, ao menos há esse em que voz escreve. Devido à doença da filhinha de cinco anos de idade a carga excessiva de dramaticidade do filme é necessária para que possamos "entrar" no filme, sentir que aquela garotinha é meia que um parente nosso. Méritos esses ao diretor do filme que teve a capacidade de nos tocar tanto e em questões veladas como religião, por exemplo. Enquanto o pai: um ateu convicto , como ele mesmo afirmava "Sou originário de um macaco e só isso" ( a cena mais bonita do filme fora seu discurso após uma apresentação musical após a morte da filha defendendo a teoria de Darwin que de fato é a mais sensata para explicar a nossa existência) e carga e raivosamente afirmando que Jesus Cristo foi e sempre será o homem mais escroto que o mundo já criou ou produziu. A mãe por sua vez ou por sua fraqueza humana se apoia para segurar a onda de sua existência numa fé cega em que a melhor coisa é não enxergar aquilo que não pode carregar ou compreender, ou seja, uma fé divina para tentar viver mais aliviada na sua passagem por aqui. Claro fica a posição do diretor e de sua obra, que é: Melhor e mais inteligente é tentar entender como fomos feitos ou da onde viemos (embora isso cause um sofrimento que nem todos ou quase todos não estejam preparados para aguentar) do que ficar cego pelos restos dos nossos dias crendo em uma fé mentirosa e ainda que se diz divina. Se este filme não ganhar a estatueta de melhor estrangeiro do Oscar desse ano tenham certeza que será por lógicas questões religiosas. O filme ainda contesta o imperialismo norte-americano quando o assunto são as pesquisas com células-tronco, pesquisas essas que poderiam tirar o câncer da filha dos protagonistas, mas como outros países como a Bélgica dependeriam dos avanços científicos dos ianques e estes naquela época do onze de setembro das torres gêmeas eram contra aos avanços das pesquisas tirando a última esperança de vida da menina e de milhares de pessoas que de certa maneira dependem até hoje dos avanços científicos dos EUA por ser a economia que dá as cartas mundiais também para a avanço ou não desse assunto. Por fim só poderia recomendar tal filme ( um filme bom para o espírito e para nossa alma)que estreia no Brasil somente no dia 17 desse mês, mas que já pode ser adquirido nos melhores camelôs do ramo.

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